Prejuízo do turismo na pandemia é de R$ 485 bi, diz CNC – ESTOA

Prejuízo do turismo na pandemia é de R$ 485 bi, diz CNC


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As atividades turísticas já somam um prejuízo de R$ 485,1 bilhões desde o agravamento da pandemia do novo coronavírus no País, em março de 2020, até janeiro de 2022, calcula a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A tendência é de recuperação gradual, mas pressões inflacionárias e o crédito mais caro podem frear o ritmo de retomada do segmento de lazer, avaliou o economista Fabio Bentes, responsável pelo levantamento da CNC.

Segundo o economista, o setor deve voltar a operar no nível do pré-crise sanitária apenas no terceiro trimestre deste ano. “A tendência é que o turismo de negócios puxe a recuperação das atividades turísticas ao longo deste ano. Claro que o turismo de lazer poderia acompanhar essa trajetória, não fossem essas questões como o desemprego elevado, a queda na renda das famílias e a inflação. A situação do turismo de lazer não é tão favorável”, ponderou Bentes.

Em janeiro, a ociosidade da capacidade instalada do setor de turismo gerou uma perda de R$ 11,8 bilhões. “O fluxo de voos nos aeroportos de Guarulhos (em São Paulo), Congonhas (em Minas Gerais) e Brasília ainda está 30% abaixo do que era no pré-pandemia”, ressaltou Bentes.

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Inflação nos serviços

O economista lembra que a taxa de inflação acumulada em 12 meses pelo setor de serviços foi de 5,9% em fevereiro, a maior desde março de 2017. Segundo ele, o megarreajuste nos combustíveis, anunciado pela Petrobras nas refinarias em 10 de março, deve adicionar mais uma pressão sobre os custos de alguns serviços.

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A valorização do petróleo também tende a afetar o querosene de aviação, o que se refletirá sobre os preços das passagens aéreas. Além disso, a inflação resiliente deve manter os juros mais elevados por mais tempo, o que encarece o crédito e achata a capacidade de consumo das famílias.

Prejuízo do turismo acumulado

Do prejuízo do turismo acumulado na pandemia até janeiro deste ano, mais da metade ficou concentrado nos estados de São Paulo (R$ 210,9 bilhões) e Rio de Janeiro (R$ 61,7 bilhões).

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No mês de janeiro, o recrudescimento da crise sanitária decorrente da disseminação da variante Ômicron afetou o desempenho do setor de serviços como um todo. Bentes diz que o nível de isolamento social, que vinha em tendência de queda desde a segunda onda da pandemia, voltou a avançar na virada de 2021 para 2022, prejudicando o nível de atividade do setor.

“Teve um período, desde pouco antes do Natal até o fim de janeiro, com esse efeito da Ômicron sobre o setor de serviços. Durou de 40 a 45 dias”, observou.

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O volume de serviços prestados no País teve ligeira queda de 0,1% no em janeiro ante dezembro, após dois meses de crescimento, quando acumulou um avanço de 4,7%, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O agregado especial de Atividades turísticas cresceu 1,1% em janeiro ante dezembro, mas ainda opera 9,7% aquém do patamar de fevereiro de 2020, no pré-pandemia. Na comparação com janeiro de 2021, o índice de volume de atividades turísticas no Brasil teve alta de 29,1% em janeiro de 2022, décima taxa positiva seguida.

*Com Estadão Conteúdo.