Dólar opera em baixa no 5° dia, com Copom
O dólar opera em baixa na manhã desta terça-feira, 22, pela quinta sessão seguida, com investidores analisando a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada mais cedo, em meio a apetite leve por ativos de risco no exterior.
Além do dólar operar em baixa, investidores digere anúncio do governo federal
Os desdobramentos da guerra russa na Ucrânia seguem no radar e o petróleo está volátil e voltou a exibir alta leve, beneficiando as moedas de países emergentes e exportadores de commodities.
O investidor digere ainda o anúncio do governo brasileiro, feito ontem, de redução de impostos de etanol, alimentos e bens de informática visando amenizar a pressão inflacionária uma vez que ajudará na redução do preço da gasolina e de itens com peso relativamente maior nas cestas básicas e subiram mais na inflação em 12 meses.
No caso do etanol, por exemplo, o porcentual obrigatório na gasolina comum é de 27% e na premium, de 25%, segundo a Petrobras.
Governo calcula redução do imposto de importação
O governo calcula que a redução do tributo sobre etanol terá impacto de reduzir em R$ 0,20 o litro de gasolina. Segundo o governo, a renúncia fiscal total será de R$ 1 bilhão com as medidas.
Na ata, o BC reforçou que está pronto para ajustar tamanho do ciclo em cenário desfavorável. “Um novo ajuste de 1pp seguido de outro de mesma magnitude é estratégia mais adequada”, diz o documento. Na semana passada, o Copom elevou a Selic em 1,00 ponto porcentual, de 10,75% para 11,75% ao ano.
“O Copom considera que, diante de suas projeções e do risco de desancoragem das expectativas para prazos mais longos, é apropriado que o ciclo de aperto monetário continue avançando significativamente em território ainda mais contracionista”, repetiu a ata.
Cenário alternativo, segundo Copom
O Copom detalhou o cenário alternativo para a evolução dos preços do barril de petróleo que foi incluído no comunicado. Na sua hipótese usual, o preço do barril do petróleo parte de US$ 118 em março deste ano e se eleva para cerca de US$ 121 no fim de 2023. Essa trajetória, porém, considera uma conjuntura internacional particularmente anômala para o todo o horizonte relevante da política monetária.
As avaliações da ata pelos economistas do mercado são mistas. Alguns consideram a ata “neutra”, como a Renascença DTVM, enquanto outros consideram a ata mais “dovish” ou suave, como na terra Investimentos.
O mercado também monitora o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que participa da abertura de evento virtual às 9h30. O Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do 1º Bimestre de 2022 está programado, às 14h30.
Às 9h42, o dólar à vista caía a R$ 4,9171 (-0,55%). O dólar futuro para abril recuava 0,50%, a R$ 4,9315.
*Com Estadão Conteúdo.