Guerra trouxe choque positivo para o Brasil, diz Campos Neto – ESTOA

Guerra trouxe choque positivo para o Brasil, diz Campos Neto


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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a avaliar que o conflito entre Rússia e Ucrânia traz oportunidades para o Brasil e destacou que os efeitos da guerra na Europa não são homogêneos sobre os países emergentes.

“E então temos o conflito (no Leste Europeu) que traz mais um choque de oferta. Esse choque ocorre mais em commodities e energia, onde já tínhamos um problema. No caso do Brasil, houve choque positivo em metais, grãos e alimentos, contanto que tenhamos fertilizantes. Fertilizantes são um problema neste momento porque compramos da Rússia e Ucrânia”, repetiu, em palestra organizada pelo Banco Central de Reserva do Peru com o Banco de Compensações Internacionais (BIS).


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Choque positivo vira “oportunidade”

Por outro lado, ele destacou que apesar do Brasil produzir muito petróleo, o País importa muitos derivados, como o diesel. “Isso gerou muita inflação e está direcionando as expectativas”, completou.

Mais uma vez, ele considerou que o conflito europeu é uma “grande oportunidade” para o Brasil se inserir nas cadeias globais de produção. “O mundo vai sair disso realmente dividido, com uma clara divisão entre democracias e ‘os outros’. É importante estar do lado certo”, avaliou.

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Autonomia

O presidente do Banco Central também disse que é necessário avançar na autonomia financeira e administrativa da autoridade monetária. Ele ressaltou que a autonomia financeira é uma razão de preocupação.

“O BC pode ser asfixiado financeiramente pelo governo. Isso não aconteceu, mas é possível, então é importante avançar nisso”, afirmou. Ele ressaltou ainda que a autonomia administrativa é importante e lembrou que a instituição está enfrentando ameaças de greve de servidores neste momento. “Políticas administrativas do Banco Central estão ligadas ao governo central. Isso criou dificuldades”, completou Campos Neto.

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Ele disse também que, ao longo dos anos, a autonomia do BC teve “altos e baixos”, mas a autoridade monetária atuou com independência. “A autonomia do BC foi um enorme ganho para a instituição. Se não tivéssemos autonomia agora, atores do mercado poderiam estar questionando o que estamos fazendo”, completou.

*Com Estadão Conteúdo.

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