Doria informa a aliados sobre desistência de concorrer à Presidência da República
Mesmo vencendo as prévias do PSDB, o governador de São Paulo informou a aliados que não vai deixar o cargo e que desistiu de concorrer à Presidência da República
João Doria (PSDB), governador do estado de São Paulo, informou nesta manhã, de acordo com informações dos jornais “O Estado de S.Paulo”, “O Globo” e “Folha de S. Paulo”, que não vai deixar seu cargo e que desistiu da candidatura a Presidente da República, nas eleições que vão ocorrer em outubro deste ano.
Doria pode disputar a reeleição, pois está em primeiro mandato como governador. Em 2018, ele foi eleito a governador de São Paulo, logo após deixar a prefeitura da capital paulista no meio de seu mandato.
A pesquisa realizada nos dias 22 e 23 de março, feita pelo Datafolha, simulou dois cenários da disputa presidencial com a presença de Doria no 1° turno. Nos dois cenários, ele tinha 2% das intenções de voto na pesquisa, percentuais menores do que ele havia registrado numa pesquisa feita em dezembro.
Doria aparecia com 2% no cenário com 12 candidatos à presidência, e 3% com 5 candidatos, de acordo com pesquisa Ipec, feita entre 9 e 13 de dezembro de 2021.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera com 43% das intenções de voto, e o presidente Jair Bolsonaro (PL) possui 26%, deixando o governador paulista muito atrás.
Doria vence prévias do PSDB
No fim de novembro de 2021, Doria venceu as prévias do PSDB em primeiro turno. Ele obteve na época, mais que a maioria dos votos e superou Arthur Virgílio Neto, ex-prefeito de Manaus, e o governador Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul.
Durante a disputa, diversas divergências entre os pré-candidatos aconteceram, o que acabou dividindo posições dentro da legenda. Doria e Leite trocaram farpas ao longo da pré-campanha. A crise entre os governadores se agravou ainda mais com a demora para a conclusão da votação.
Eduardo Leite que se candidatar a Presidente da República
Leite vem mantendo a disposição em concorrer ao cargo de Presidente da República. Ele negociou uma ida para o PSD, de Gilberto Kassab, porém, decidiu permanecer no PSDB após uma carta de tucanos tradicionais.
Ele deixou o cargo de governador do Rio Grande do Sul no fim da última semana, e no início desta semana, informou que respeita as prévias do PSDB, mas que elas não podem servir como corrente para o partido.
Os aliados de Doria não descartam a possibilidade de que o movimento do governador seja uma jogada para ter apoio público de seu partido e de aliados à sua candidatura presidencial.
Mesmo ganhando as prévias do PSDB, Doria sofria com a falta de apoio para sua pré-candidatura dentro do próprio partido.
Rodrigo Garcia pede demissão do cargo de secretário do governo
O governador informou a Rodrigo Garcia, vice-governador e secretário de governo de Doria, sobre sua desistência à Presidência, abrindo uma crise no PSDB, partido em que os dois são filiados.
Garcia iria assumir o cargo de governador com a saída de Doria, e seria candidato tucano a governador nas eleições, porém, surpreendido com a notícia, Garcia pediu demissão do cargo de secretário do Governo. Ele teria que deixar o cargo de qualquer forma até o fim da semana para disputar as eleições.
Presidente do PSDB alega que Doria é candidato do partido à presidência da República
Em resposta à possibilidade do governador João Doria desistir da candidatura e permanecer à frente do estado, o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, informou em nota nesta quinta-feira (31) que João Doria é candidato do partido ao cargo de Presidente da República.
Araújo disse que “as prévias serão respeitadas pelo partido. O governador tem a legenda para disputar a presidência da República. E não há, nem haverá qualquer contestação à legitimidade da sua candidatura pelo partido”.
“O PSDB é consciente de seu protagonismo em contribuir com o fim da polarização hoje existente no país”, afirmou Araújo. Ele citou o compromisso do partido “com o processo democrático brasileiro” para manter a escolha de Doria como pré-candidato.