Inflação causa efeito positivo em marcas próprias durante a pandemia
Diante de um cenário de alta nos preços de variados produtos, o setor varejista causa um crescimento de vendas nos produtos de marcas próprias
Conforme iniciou-se uma crise global de suprimentos e uma alta inflação ao decorrer da pandemia, cerca de 20% dos preços de marcas próprias apresentaram um melhor custo-benefício se comparado às marcas líderes de mercado. O fato se deu na intenção das pequenas instituições em conquistar mais clientes e consolidar-se no mercado.
O período em questão trouxe para os consumidores a necessidade de avaliar novos produtos em virtude de preços mais em conta, e como consequência, as marcas próprias obtiveram um crescimento considerável acerca das vendas.
Na presença de um cenário pandêmico, as marcas próprias voltadas à produção de alimentos, bebidas, itens de higiene e limpeza, conquistaram evidência diante do sistema de varejo, uma vez que, grandes e pequenos supermercados passaram a alternar as marcas a qual investiam.
Análise de consumo de marcas próprias
De acordo com um levantamento realizado pela GS Ciência do Consumo, empresa de software que administra um sistema de inteligência analítica, foi informado que a população brasileira consumiu um percentual de 22,5% a mais com a compra de itens de marca própria, no mês de janeiro de 2022, se comparado ao mês de janeiro de 2019, antes do início da pandemia.
Evandro Alampi, chefe da empresa analista em questão, acrescenta que além da alta de preço em virtude da inflação, muito dos gastos atuais são influenciados na compra de um maior volume de produtos.
A análise referente aos brasileiros foi realizada em favor dos tíquetes de consumo, que foram utilizados para monitoria da empresa e que representam a compra de 35 milhões de mercadorias.
Ainda na pesquisa efetuada, foi apresentado que, no último ano, o gasto médio mensal em conformidade ao ano de 2020 obteve um aumento na despesa de produtos de marca própria de 6,5%. Este resultado evidenciou um processo de crescimento de gastos cerca de quatro vezes maior diante do ano anterior (1,8%).
Além disso, o estudo mostra que esse aumento decorreu em virtude de todas classes sociais estabelecidas, logo, famílias com renda acima de 20 salários mínimos (R$ 24,2 mil) consumiram 9,2% a mais por mês quanto ao ano de 2020.
Já os indivíduos representantes de uma renda referente a até dois salários mínimos (R$ 2.424), alcançaram uma alta de 16,9% na base de comparação em questão.
Relativo ao levantamento obtido na maior rede de supermercados do país, o Carrefour, as marcas próprias novamente conquistaram um aumento considerável em sua distribuição, nas vendas líquidas na companhia, por exemplo, o crescimento correspondeu a 50% nos últimos 3 anos.
Nos resultados do final do ano de 2021, os produtos de marca própria representaram 19,4% das vendas, tendo em comparação 12,7% ao final de 2018. O Carrefour especula que até o final do ano de 2025, um quarto das vendas de alimentos e produtos de higiene pessoal sejam de marca própria.
Atuação das redes de supermercado com marcas próprias
Carrefour
Allan Gate, diretor de marcas próprias do Carrefour, aponta que a alternativa para eliminar o pensamento pré-estabelecido de que marcas mais baratas são consequência de produtos ruins, foi prezar pela qualidade no momento de compra para o estoque dos supermercados.
O mesmo afirma que essa atitude deu início a três anos atrás e tornou-se uma estratégia, uma vez que começaram a tratar o setor de marcas próprias como um âmbito essencial de investimentos.
Nesse sentido, ele iniciou o processo lançando 450 mercadorias por ano, atualmente, movimenta 3.200. Nos dias de hoje a marca própria exerce valores de 15% a 20% dos supermercados da rede.
Dia Brasil
Na rede Dia Brasil, a marca própria igualmente estabelece um cenário crescente e positivo, possuindo cerca de 30% das vendas no setor em questão. Em ordem de valores, a receita de mais de mil produtos cresceu 6,5% no ano de 2021 se comparado ao ano de 2020.
Ainda no ano de 2021, a instituição obteve o marco de lançamentos de 150 itens, tendo como meta, a venda de 200 novos produtos no presente ano, a fim de conquistar 32% de seu faturamento.