Banco Inter (BIDI11): ações caem por desafios de monetização
Os principais pontos afetados para o Banco Inter foram nas quantias transacionadas em cartões e na geração de crédito.
Os números das ações do Banco Inter iniciaram a tarde desta terça-feira (12) em queda na Bolsa de Valores. A prévia operacional divulgada apontou dados que estão relacionados com a desvalorização.
As quedas totalizaram 8,54% no final do dia, representando uma desvalorização de R$ 1,56 reais.
Os dados completos acerca de sua operação devem ser divulgados no dia 16 de Maio deste ano, depois que o mercado se fechar.
Motivo da desvalorização
Após divulgar sua prévia operacional para o primeiro trimestre de 2022 nesta segunda-feira (11), o Banco Inter divulgou seus dados para o período.
A instituição teve um aumento de 82% em sua base de clientes se comparado ao mesmo período do ano passado. Isso significa que, em um ano, ela chegou perto de dobrar sua quantidade de usuários.
A queda em seus valores, porém, é vinda da queda na quantia transacionada entre cartões, e da originação de crédito.
Seus dados apontam que, apesar de registrar um aumento de 22% na originação na base anual, o primeiro trimestre de 2022 mostrou uma queda de 26% em comparação com o quarto trimestre de 2021 (4T21).
É considerado, ainda, a diminuição de 1% na quantia transacionada entre cartões de crédito, o aumento de 0,5% na inadimplência geral e de 1,5% no caso de inadimplência relacionados a cartões de crédito em comparação ao 4T21.
A companhia previa resultados superiores aos divulgados, fazendo com que estes dados simbolizarem um grande retrocesso à instituição. A previsão de lucro líquido da companhia para esse ano era de R$ 224 milhões de reais, valor que deve ser alterado devido às condições.
A desvalorização do Banco é constante e soma, apenas no período de 2022, um total de 41%, o que a torna a segunda companhia que detectou as piores baixas.
No entanto, outras instituições financeiras também se manifestaram sobre o caso, o que abre janela para diferentes interpretações.
Visões sobre o ocorrido acerca do Banco Inter
Algumas companhias escolheram se manifestar sobre o caso. O Itaú BBA, por exemplo, ressaltou os pontos negativos que geram as desvalorizações, dizendo que a desintegração na quantia transacionada entre cartões se daria naturalmente dada as condições.
Esse conjunto disse, ainda, que a situação poderia ser esperada dada a condição de juros e de inflação no mercado atualmente.
Ele afirma, ainda, que os números negativos podem pesar nos preços dos ativos e gerar uma visão negativa sobre a instituição.
No entanto, o BBA também expõe pontos positivos sobre a companhia, destacando a grande captação de clientes e o volume bruto de vendas.
Analistas também se comprometeram em passar uma visão sobre o cenário atual do Banco Inter.
Eles afirmam que o cenário econômico atual representa um potencial de recuperação muito difícil. As condições acerca das taxas de juros e inflação fazem uma pressão gigantesca sobre as empresas e seus clientes.
Dentre os diversos efeitos causados pela elevação dessas taxas, está o aumento na taxa de inadimplência detectado pela instituição.
O Bradesco BBI também escolheu comentar a situação, reiterando que o momento a curto prazo simboliza um grande desafio à instituição financeira.
Dessa forma, eles evidenciaram a previsão de queda na quantia de lucro prevista para esse ano, mas mantiveram as expectativas em um alto valor, dizendo que R$ 200 milhões de reais ainda poderiam ser atingidos, dos esperados R$ 240 milhões.
Ele ainda afirma que a longo prazo, é previsto que o Banco Inter consiga se recuperar, mesmo que esse seja um processo extremamente lento.
No entanto, tanto o Itaú BBA, quanto o Bradesco BBI possuem outperform em relação às ações do Banco Inter.
Isso se dá quando seu desempenho é acima da média, e foi o que aconteceu com os dois, que apresentaram, respectivamente, uma alta de 246% e 86% em relação ao fechamento desta segunda-feira (11).