Deezer anuncia planos para seu IPO na Bolsa de Paris
A estréia da companhia de streaming de música no Mercado de Valores pode acontecer na bolsa da capital francesa
Uma das maiores plataformas de streaming, a Deezer, divulgou nesta segunda-feira (18) que possui planos para realizar sua oferta pública inicial (IPO) na Bolsa de Valores de Paris, na França.
A abertura pode, ainda, acontecer em conjunto a uma empresa de cheque em branco, que deu uma estimativa prévia de sua precificação.
IPO da Deezer
A empresa de streaming francesa revelou seus planos para sua oferta pública inicial, revelando uma ação conjunta com a 12PO, que é uma Empresa de Cheque em Branco (SPAC).
Esse tipo de companhia funciona como uma ponte entre uma equipe de investimentos e investidores institucionais do mercado de ações públicas, que visam encontrar uma empresa favorável à fusão.
Dessa maneira, a 12PO fez uma avaliação prévia da Deezer, constatando seu preço em 1,05 bilhão de Euros. Isso equivale a uma quantia de R$ 5.275.669.014,00 trilhões de reais.
Isso representa um enterprise value de 1,08 bilhão de euros, equivalente a uma quantia de R$ 5.425.068.836,88 reais.
Essa possibilidade já foi discutida pela empresa de streaming anos atrás. Isso ocorreu no ano de 2015, época em que o cenário de Streaming de músicas ainda era incerto.
A insegurança acerca desse tipo de mercado foi o principal fator para que a sua oferta pública inicial fosse desconsiderada. Dessa maneira, seu IPO só voltou a tona neste ano.
O principal fator que fez com que a Deezer se interessasse em realizar sua oferta pública inicial foi sua fusão com a SPAC 12PO. Ela é gerida por uma Holding chamada Kering, que se foca em fundir marcas de luxo.
Dentre as marcas que o veículo possui influência estão a Gucci, Yves Saint Laurent e Balenciaga.
De qualquer maneira, a abertura de seu capital significa um passo arriscado a ser dado. Isso faz com que ela esteja ainda mais próxima de suas concorrentes, que já haviam feito seus IPOs.
IPOs de plataformas de streaming
Desde o surgimento das primeiras companhias de streaming, este foi um mercado de grande expansão. Isso fez as empresas dessa área quase que dominarem as quantias movimentadas pelo mercado musical.
Seu principal concorrente, o Spotify, realizou a abertura do seu capital no momento em que as plataformas de streaming começaram a crescer exponencialmente, em 2018.
Nessa época, a abertura se deu na Bolsa de Valores de Nova York, com uma estratégia pouco utilizada por empresas.
Ela realizou seu IPO por meio de uma listagem direta, o que dá liberdade aos acionistas de venderem suas ações de forma pública, mas que não favorece o lançamento de novos títulos no mercado.
Ainda em sua estreia, ela foi responsável por movimentar até US$ 165 dólares, 33 dólares a mais do que seu preço de orientação, que era de US$ 132.
Atualmente, a plataforma de streaming é avaliada em, aproximadamente, US$ 26 bilhões de dólares.
Alta dos serviços de apps para músicas
A oportunidade de crescimento que a francesa Deezer identificou é um evento que acontece com as plataformas em geral.
Apenas no Brasil, no ano de 2021 foi identificada uma taxa de crescimento de 32% dos serviços de streaming de música em comparação ao ano anterior.
O presidente do órgão responsável por representar os produtores musicais brasileiros, Paulo Rosa, afirmou que o streaming não é uma indústria, e sim um setor. Ele disse, ainda, que “É o que vem acontecendo nos últimos seis ou sete anos. O streaming se firmou como principal modelo da indústria.”.
O crescimento do mercado de música gravada, no entanto, apresentou uma alta de 18,5%, representando um total de 533 milhões de assinantes.
Esses dados foram divulgados pela Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI) neste ano.
Essas informações apontam para um cenário extremamente positivo para esse tipo de plataforma, o que pode ser um dos motivos para o tardio IPO da Deezer.