A redução do poder de compra no Brasil
Os fatores que influenciam no quesito que rege nossa renda
Sendo um dos termos mais presentes no dia a dia dos brasileiros, todo dia nos relacionamos com o poder de compra.
Essa expressão está geralmente ligada a uma conotação negativa. Sua taxa só diminui com o passar dos anos, fazendo com que a renda brasileira não seja mais a mesma.
Qual o significado de poder de compra?
O poder de compra é, literalmente, o ato de adquirir um serviço ou produto por meio de uma transação monetária. Ele representa o poder aquisitivo do cidadão brasileiro.
Dessa forma, a diminuição do termo está diretamente ligada a desvalorização do dinheiro como um todo. Assim, com R$ 100,00 gastos no mercado a 20 anos atrás, uma quantidade maior de produtos era obtida do que nos dias de hoje.
Um dos fenômenos que mais influencia no poder de compra é a taxa de inflação.
Ela representa a desvalorização do dinheiro, fazendo com que os preços subam, e o poder de compra desça.
Como identificar e calcular o fenômeno
Por ser ligada diretamente ao dinheiro, existem pesquisas do IBGE inteiramente dedicadas a medir a taxa de inflação.
O IPCA é um exemplo delas. Reconhecido pelo Governo do Brasil como indicador oficial, ele calcula o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, que influencia diretamente sobre o aumento dos preços.
Dessa forma é constatada a queda da valorização do dinheiro e, consequentemente, o aumento dos preços de uma forma generalizada.
Naturalmente, se a taxa de renda aumentar no mesmo valor que a inflação, a mudança é nula.
Ainda é calculado o PPC, Paridade de Poder de Compra. Aqui, levando em consideração o poder de compra e a taxa de inflação, é gerado um número que, sendo comparado com outros países, visa comparar a economia brasileira com as de outras nações do mundo.
Dessa forma, a fórmula E = e.(P¹ ÷ P²) vai calcular essa taxa entre dois países.
A letra E representa a taxa de câmbio nominal, que é a relação de valores entre duas moedas. Em seguida, ela multiplica o resultado P¹, que representa os preços de um país, e o P², que indica os preços do outro. Então, os resultados são divididos, o que gera um número final.
O resultado indica a quantia de dinheiro que um país precisa para comprar o mesmo produto no outro. Se o P¹ representar um produto nos EUA, o P² um produto no Brasil, e o resultado for menor que o P¹, significa que os Estados Unidos possuem um poder de compra maior comparado ao Brasil.
Qual a posição do Brasil em comparação aos outros países?
O Banco Mundial realizou uma pesquisa para comparar o índice de PPC dos países em todo o mundo.
A moeda base para o desenvolvimento da pesquisa foi o Dólar, que colocou o Brasil como 8º colocado em 2020.
Dois anos antes, em 2018, ele era o 7° colocado na mesma lista, o que significa uma baixa considerável.
Em 2020, a economia brasileira diminuiu em 3,9%, voltando a crescer em 2021, uma expansão de 4,6%. Esse foi o aumento mais expressivo desde 2010, o que é um bom sinal para a economia brasileira, dada a baixa do ano seguinte.
Porém, em 2022, a previsão é de um crescimento nulo do PIB brasileiro. A FIESP, Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, destacou uma grande dificuldade para o crescimento do PIB.
Eles citam que o conflito entre a Ucrânia e a Rússia são um dos fatores que farão com que a economia brasileira se estabilize neste ano.
Como reagir a diminuição no poder de compra?
Talvez, as pessoas que devem ficar mais atentas às variações no poder de compra sejam a classe consumidora.
Apesar do aumento nos preços, sua renda continua a mesma. Essa é a hora de avaliar seus gastos e considerar promoções, de modo a compensar as flutuações do poder dos consumidores.
Dessa forma, a expectativa dos consumidores, que tiveram um aumento médio de 69% apenas em alimentação, permanece pessimista.
Em 2021, o Procon fez uma pesquisa envolvendo o tema. Eles ouviram consumidores a respeito da situação do poder de compra.
Mais da metade deles afirmou que a situação só tende a piorar, o que representa 52% dos indivíduos. A taxa de pessoas positivas foi de apenas 25%. Os outros 23% afirmam que a situação continuará a mesma.