Via divulga balanço do 1T22 após fechamento do mercado de olho na inflação – ESTOA

Via divulga balanço do 1T22 após fechamento do mercado de olho na inflação

Empresa responsável por gigantes do comércio tem indicativos de que preços mais altos impactarão


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Na tarde desta segunda-feira, (9), após o fechamento do mercado, a Via (VIIA3), empresa responsável pelas redes de lojas Casas Bahia e Ponto, irá divulgar os seus resultados referentes ao primeiro trimestre deste ano.

A companhia iniciou 2022 após fechar o último ano com um prejuízo de R$ 297 milhões no acumulado. De acordo com relatório do Credit Suisse, o cenário inflacionado pelo qual passa o país neste momento pode acabar gerando impactos para a Via.

Os primeiros meses do ano foram complexos para as varejistas em geral, no entanto, Via e Magalu sofreram as maiores baixas durante o período. No mês de abril, as duas empresas tiveram uma queda de 28% de suas ações no Ibovespa.

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Inflação afeta a Via

A inflação enfrentada nos últimos meses que fizeram com que os preços aumentassem em todos os setores, prejudicou não só os consumidores, como as varejistas e comércios de um modo geral. 

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A possibilidade de ter uma inflação de dois dígitos pelo segundo ano seguido, fato que não acontece desde a implementação do Plano Real, tende a fazer com que essa tendência de redução nas vendas continue crescendo.

Duas das fontes que mais geram receitas para as varejistas, os eletrodomésticos e os eletrônicos foram afetados pelos preços nas alturas. Levando em consideração o poder aquisitivo da maioria dos brasileiros, o ticket médio mais alto fará com que as vendas desacelerem.

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Eletrônicos e eletrodomésticos são dois segmentos que estão com vendas mais baixas na Via /Foto: Mundo das Tribos

Ainda assim, segundo os números apresentados pelo Credit Suisse, é provável que a Via tenha alguns indicadores positivos durante o trimestre, inclusive com relação à rentabilidade, ultrapassando os 30% de margem bruta e 8% na margem Ebitda.

Apesar dos indicadores positivos, é esperado que a Via feche este primeiro trimestre no prejuízo, assim como terminou o ano passado. O número, no entanto, tende a ser menor do que os R$ 297 milhões, ficando por volta de R$ 51 milhões.

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Segundo os analistas do banco suiço, além da redução nas vendas em lojas físicas deve haver uma desaceleração com relação ao crescimento no canal digital. Isto deve ocorrer justamente por estratégia da Via, que pretende ter uma renda maior do que um crescimento fora do comum.

Fim de ano no vermelho

Para a Via, o quarto trimestre de 2021 acabou com um lucro líquido contábil de R$ 29 milhões, porém mesmo com este número positivo durante os últimos três meses do ano, a empresa registrou um déficit anual de R$ 297 milhões. 


O lucro da empresa em comparação com o mesmo período de 2020 representou para a Via um decréscimo de 91,4% nos números. 

Um ponto semelhante com as projeções apontadas para o 1T22 diz respeito ao Ebitda ajustado da companhia, que também teve uma margem positiva no trimestre anterior, chegando a 7,9%. Os valores foram de R$ 641 milhões.

A Via também teve queda no último trimestre do ano passado no volume bruto de vendas (GMV, na sigla em inglês), indicador que serve de medida para saber quanto de transações ocorreram na plataforma em um determinado período. A medição é feita em termos monetários.

Via divulga balanço do 1T22 após fechamento do mercado de olho na inflação
Vendas digitais tiveram destaque no 4T21 e devem seguir tendência de alta / Foto: Reprodução

No total, o GMV da companhia foi de R$ 11,7 bilhões no 4T21, gerando uma queda de quase 7% em comparação ao ano anterior. As vendas são divididas entre a quantidade feita digitalmente e fisicamente.

Do total do GMV da Via no último trimestre, cerca de 55,7% está relacionado com as vendas digitais, totalizando R$ 6,5 bilhões. Enquanto os outros 44,3% são equivalentes às vendas físicas, que chegaram a R$ 5,8 bilhões.

Os números do volume bruto de vendas da Via do 4T21 corroboram com a análise feita pelos analistas do banco suiço que esperam uma redução com relação às vendas em lojas físicas, pois houve uma redução de 24% no período, enquanto as vendas digitais cresceram quase 10%.