Revolução Cognitiva: O desenvolvimento da inteligência – ESTOA

Revolução Cognitiva: O desenvolvimento da inteligência

Entenda melhor sobre o processo do ser humano de criar novas formas de se comunicar, e até mesmo de falarem ou imaginarem coisas que nunca viram e tocaram


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A revolução cognitiva é o nome dado ao surgimento de novas formas de se comunicar e aconteceu há 70 mil anos. 

Na era pré-histórica, o que diferenciou o ser humano das outras espécies foi o fato de que os humanos conseguiam criar linguagens de comunicação que não eram aplicadas por nenhum outro grupo animal. 

Não se sabe ao certo como, mas a teoria mais aceita é de que mutações genéticas acidentais mudaram as conexões internas do cérebro do ser humano, possibilitando que pensassem e se comunicassem usando um tipo de linguagem totalmente novo.

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A capacidade do homem de criar e transmitir informações foi uma das principais características da linguagem, permitindo que a raça humana se comunique de maneira particular. 

Imagem de várias pessoas conversando/Fonte: MGAPress

Yuval Noah Harari, autor do bestseller “Sapiens – Uma breve História da Humanidade”, esclarece que, antes disso, muitas espécies animais e humanas eram capazes de dizer: ‘Cuidado, um leão!’, mas graças a Revolução Cognitiva, o ser humano adquiriu capacidade de dizer: ‘O leão é o espírito guardião da nossa tribo’.

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Capacidade de criar e transmitir informações de algo que não existe

Apenas os seres humanos são capazes de falar sobre coisas que nunca viram, tocaram ou cheiraram, criando realidades paralelas, como lendas, mitos, religiões, etc., tornando o ser humano um grande apreciador da ficção. 

Segundo Harari, a ficção permitiu não só imaginar coisas como também fazer isso coletivamente. Com o surgimento da ficção, foi possível fazer com que estranhos pudessem cooperar de maneira eficaz por acreditarem no mesmo mito. 

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Seja na Igreja medieval, uma cidade antiga ou uma tribo, todos se baseiam em mitos que foram partilhados, mas que só existem na imaginação coletiva das pessoas, influenciando várias culturas religiosas. 

Imagem de pesquisadores em um laboratório/Fonte: Timetoast

Harari enfatiza que, uma realidade imaginada não é uma mentira, e sim uma realidade em que todo mundo acredita, exercendo uma certa influência no mundo e em todas as pessoas que compartilham da mesma ideia.

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Análise das duas Revoluções Cognitivas

A Revolução Cognitiva é a designação do movimento que iniciou uma nova série de estudos e ficou conhecida como ciência cognitiva. Um novo movimento chamado de Segunda Revolução Cognitiva, que enfatiza a importância das práticas discursivas para os processos mentais humanos.


Diferentes áreas do conhecimento, tais como Antropologia, Linguística, Filosofia, Psicologia e Neurociência acabaram por servir-se de uma nova metáfora para estudar o psiquismo humano.

Os pesquisadores Noam Chomsky, George Miller, Allen Newell e Herbert Simon desenvolveram teorias de informações abordando assuntos como as limitações da memória humana, o inatismo de alguns mecanismos de produção da linguagem e também a execução de certos teoremas pela máquina. 

O estudo de diferentes funções cognitivas deu abertura para que novos aspectos fossem observados, como a identificação de estímulos nervosos, a velocidade de processamento cerebral e seu tempo de reação. 

Ainda que tais estudos não tenham revelado a totalidade dos diferentes mecanismos mentais, puderam mostrar em muitos casos, que seria possível submetê-los a análise experimental. 

No amplo conjunto de pesquisas realizadas, estava presente a ideia de que a mente poderia ser interpretada como um software específico rodando em um hardware específico, ou seja, a realidade dos fenômenos mentais não poderia ser reduzida às propriedades físicas do cérebro. 

Com base nos estudos realizados, surgiu então a Psicologia Discursiva – também chamada de Segunda Revolução Cognitiva, trazendo o conceito de que não havia mais necessidade de calcular a representatividade do pensamento humano, apenas a própria prática discursiva de cada indivíduo. 

Psicologia Cognitiva e Ciência Cognitiva

O estudo de como os seres humanos processam, codificam, estocam, recuperam e utilizam informações, é definido como psicologia cognitiva, que é o estudo do processamento humano de informações, avaliando as ideias que surgem na cabeça do paciente e quais respostas emocionais e comportamentais são desencadeadas.  

A ciência cognitiva tem o mesmo objetivo, mas além da psicologia cognitiva, envolve a inteligência artificial, a filosofia da mente e a neurociência. 


Ela é um esforço multidisciplinar de fundamentação empírica para investigação do conhecimento humano, procuram explicar os processos humanos sem desconsiderar os fatores emocionais de cada indivíduo.  

O cognitivismo foi definido por Penna (1984), o qual destaca a definição sobre a imagem do ser humano assumida pelo cognitivismo, possuem as características de ser: movido por causas e razões, afetado por emoções que atuam através da cognição, dotado de tendências inatas, epistemicamente motivado e constituído de mente e corpo que interagem mutuamente.