Laissez faire: O que significa a expressão?
A expressão francesa que é um expoente da economia liberal
Laissez-faire é uma frase francesa que se tornou um dos pilares da economia liberal. Após o modelo que despreza a intervenção do Estado na economia ser criado por Adam Smith, John ampliou o ditado.
Stuart também se tornou um dos expoentes desse sistema econômico, deixando um grande legado na área.
Quem criou a frase?
O surgimento do ditado é incerto. Porém, a hipótese mais aceita é de que ela tenha surgido na época da França mercantilista.
Nessa época, houve um diálogo entre um empresário chamado Le Gendre e o encarregado das finanças da época, Baptiste Colbert.
Durante a conversa, Colbert perguntou ao homem de negócios se havia alguma maneira do governo ajudar na economia. Dessa forma, Gendre responde para o aristocrata ‘’Laissez-nous faire’’.
O termo logo foi popularizado pelo encarregado das finanças, e significa, literalmente, ‘’deixe conosco’’.
Anos depois, o economista John Stuart Mill dedicou um capítulo inteiro ao termo em seu livro ‘’Princípios da economia política’’, de 1848.
Após ser expandida pelo expoente da economia liberal, a frase acabou se tornando um dos pilares desse modelo econômico.
Ainda há registros da frase sendo usada pelo economista Vincent de Gournay, que viveu entre 1712 e 1759.
A frase utilizada por Gournay era ‘’Laissez faire, laissez passer, lê monde va de lui même’’, que significa ‘’Deixe fazer, deixe passar, o mundo irá por si mesmo”, também utilizado no campo econômico.
Quem foi John Stuart Mill??
Apesar das influências dos economistas citados anteriormente, uma das primeiras pessoas a expandir a frase foi John Stuart Mill. Depois da introdução ao contexto, feita por Gournay, seu estudo foi essencial para a criação das políticas liberais.
O economista nasceu no ano de 1806, e sempre esteve habituado à área da economia. John seguiu a mesma profissão de seu pai, James Mill, que também possuía influência no governo.
Mill também era conhecido por ser um grande escritor político. Seus estudos sobre economia política, filosofia e ética possuíam enorme reconhecimento. Dentre as suas obras, a mais famosa foi o livro ‘’Princípios da economia política’’.
Lá, John faz ponderações e consolida, de fato, o pensamento liberal na economia. Ela leva em consideração as escolas econômicas e os autores mais influentes da época, como o considerado pai do liberalismo Adam Smith, a política mercantilista e escolas de pensamento, como a Fisiocrata.
Foi nesse livro que Mill dedicou um capítulo inteiro ao ditado ‘’Laissez-faire”.
Qual a influência da Laissez-faire no liberalismo?
Após ser introduzida ao âmbito liberal, a frase passou a representar uma grande parte dessa ideologia.
O ditado defendia que a influência do governo na economia era, de forma geral, inútil.
Apesar de considerar essa intervenção necessária em raríssimos casos, ela ainda era vista de uma maneira negativa.
Era dito que o conjunto de interesses pessoais, e coletivos fariam com que o mercado andasse de forma independente, o que configura o conceito de auto regulação.
Ela se firmou na chamada Escola Fisiocrata que, entre outros aspectos, defendia a participação da agricultura na economia.
Basicamente, ela defendia que a agricultura era o meio mais rápido e garantido de obter lucro. O baixo investimento e a alta taxa de lucratividade eram as justificativas utilizadas pelos pensadores dessa ideologia.
No mais, também era evidente o desprezo pela influência estatal no andamento do mercado como um todo.
Esta é uma característica que continua presente nos modelos de economia liberais, onde são defendidos a auto regulação do mercado por meio de interesses em comum, e a consequente influência de uma ‘’mão invisível” que faria com que esta relação se desse de forma natural.
A principal figura e considerado pai dessa escola econômica é François Quesnay, um grande economista da época.
Apesar de ser fundada no contexto agrônomo, a escola fisiocrata diz respeito à base liberal, influenciando o modelo econômico até hoje.
A Laissez-faire pode ser considerada como um modelo, mesmo que ‘’arcaico’’, que originou a relação da oferta e demanda, criada por Adam Smith.
Dessa forma, ela acabou se tornando um importante termo para diferentes escolas de pensamentos e autores.
É possível notar que a influência do iluminismo fez com que a ideia fosse concebida. Esse era um modelo que se opunha ao mercantilismo, sendo uma consequência direta a esse modelo.
Esse é um modelo que também recebe críticas constantemente. Talvez, a principal delas seja a desconsideração das anormalidades e da formação natural de monopólios nesse âmbito.
A influência do Estado ainda se dá em muitos governos. No Brasil, por exemplo, a principal influência do governo na área econômica se dá pelo Banco Central, que é administrado pelo Governo Federal.
De qualquer forma, apesar de ser a ‘’origem’’ do pensamento liberal na área econômica, muitas pessoas desconsideram o termo.