Expurgo inflacionário: Entenda sobre o fenômeno – ESTOA

Expurgo inflacionário: Entenda sobre o fenômeno

Esta situação que pode gerar um grande prejuízo para acionistas e corretores


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Não é de hoje que a inflação representa um grande problema na economia brasileira. Esse fenômeno já foi protagonista de grandes mudanças nos modelos econômicos do país, fazendo com que novas medidas fossem adotadas periodicamente. Dessa forma, o expurgo inflacionário está diretamente ligado com essa taxa, afetando até mesmo o mercado de investimentos.

O que significa inflação?

A inflação diz respeito à desvalorização do dinheiro. Isso pode se dar  diversas maneiras, porém a forma mais comum de gerar essa taxa é a injeção de capital na economia.

Quando muito dinheiro é inserido no mercado, o seu valor começa a cair, naturalmente. Portanto, o balanço entre a quantia monetária e a demanda é imprescindível.

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A principal consequência desse fenômeno é a perda do poder de compra das pessoas. À medida que o dinheiro vale menos, os serviços e os produtos ofertados começam a ficar mais caros.

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Então, no final das contas, o dinheiro começa a render menos. Essa taxa é medida por órgãos ligados ao governo. O mais famoso deles é o IBGE, que mede a inflação por meio da taxa do IPCA.

Ela mede o aumento nos preços dos produtos consumidos por cerca de 90% das famílias brasileiras, informando o quão mais caro esses serviços vão ficar.

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O que é o expurgo inflacionário?

Esse fenômeno diz respeito, basicamente, à isenção parcial ou integral na aplicação das taxas de inflação na hora de corrigir valores.

Dessa maneira, as quantias guardadas no banco, ou investidas serão afetadas de uma forma mais drástica.

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Isso pode ocorrer quando não há a aplicação direta dessa variante, ou então a aplicação incorreta da inflação nesses valores. Essas duas formas são extremamente problemáticas para os acionistas.

Escada de moedas/Fonte: Secretaria da Fazenda de Niterói

Esse fator faz com que a correção monetária em função da variação sofrida pela taxa inflacionária a que esses valores estavam sujeitos seja feita de forma errada ou, em alguns casos, nem seja realizada.

Essas desregulações podem ser feitas por instituições bancárias e plataformas que lidam com investimento. O impacto causado pelas duas é igual, porém o que muda é o seu alcance.

Se uma instituição bancária, por exemplo, não corrigir os seus valores corretamente conforme os indicadores da inflação, essa falha afetaria milhões de pessoas, além de provocar prejuízos bem maiores às suas rendas.

Se o mesmo fato ocorrer, por sua vez, em uma plataforma destinada à área de investimentos, seu alcance seria menor, mas o prejuízo seria o mesmo.

Eventos como esse já aconteceram no Brasil. As pessoas impactadas pelo erro não podem fazer nada além de entrarem com medidas jurídicas exigindo seu dinheiro de volta. Esses processos podem durar décadas, o que simboliza uma  grande perda para a sociedade.

Esses acontecimentos se deram em épocas onde a economia ainda não era estável, fazendo com que sua inconstância atrapalhasse a aplicação dessas taxas.

A troca de indexadores é uma das principais causas dessa instabilidade.

Expurgos inflacionários no Brasil

No Brasil, houveram expurgos que afetaram toda a população. Esses eventos tiveram relação direta com a reformulação do plano econômico como um todo, fazendo com que as taxas inflacionárias se comportassem ou fossem medidas de maneira diferente.

O Plano Collor talvez tenha sido o maior caso de expurgo na economia brasileira. Ele ocorreu em 1990, onde as medidas adotadas para a diminuição na taxa da inflação estavam sendo adotadas.

Manchete do confisco de poupanças/Fonte: Blog da Editora Contexto

Nessa época, as quantias que a população havia relacionadas ao FGTS passaram a não acompanhar a mudança inflacionária, fazendo com que seus fundos fossem dissolvidos em meio aos seus gastos.

Houve também o confisco das poupanças nessa época. Todas as contas que superassem um valor pré-estabelecido eram confiscadas pelo governo, com um plano de devolução ao longo do ano. Esse valor também não era corrigido pela taxa da inflação, o que acabaria na perda de dinheiro.

Outro acontecimento que marcou a sociedade brasileira foi o plano de verão, que se estabeleceu no ano de 1989. Nesse período, o ex-presidente José Sarney havia estabelecido diversos termos para tentar fazer com que a economia brasileira crescesse. Porém, as medidas acabaram também afetando a rentabilidade das poupanças.


Hoje em dia, a possibilidade de novos expurgos inflacionários é extremamente baixa. Isso se deve, principalmente, à estabilização da economia brasileira. A fundação do Banco Central, por exemplo, é um desses fatores.

Alguns dos processos relacionados a esses expurgos existem até hoje. Eles não possuem um fim e também não são levados em consideração pelo governo e pelas instituições, deixando os cidadãos afetados sem resposta.