Hiperinflação: Conheça esse fenômeno – ESTOA

Hiperinflação: Conheça esse fenômeno

Quando a inflação ultrapassa níveis já elevados, esse evento é caracterizado


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A hiperinflação representa um crescimento dos índices inflacionários muito acima dos considerados ‘’saudáveis’’. Isso faz com que o poder de compra seja extremamente reduzido e que uma alta ainda maior desses níveis seja evidente.

Uma taxa inflacionária considerada saudável se dá por, no máximo, 2%.

A pressão inflamatória causada pelos níveis já exorbitantes faz com que esse processo se torne uma bola-de-neve, que tende a aumentar cada vez mais.

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O que é?

Esse termo se refere a um aumento nas taxas de inflação muito maior do que as ‘’aceitaveis’’. Isso faz com que o consumo da população e o lucro das companhias se reduza, enquanto os juros aumentam.

Esse crescimento é desenfreado e fora de controle, o que caracteriza a dificuldade de lidar com esse evento.

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Geralmente, esse processo acontece em países onde já existem problemas estruturais. Dessa forma, esses sérios déficits na área estrutural de uma nação causam consequências de igual seriedade em sua economia.

O que define se uma nação é hiperinflacionária ou não, está diretamente ligada à taxa de inflação registrada no mês. Se os índices se manterem acima dos 50%, a hiperinflação é constatada.

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Representação da inflação aumentando/Fonte: Segredos do Mundo

O aumento repentino das taxas faz com que a renda e a quantia guardada pelas pessoas sejam dissolvidas, sendo gastas quase que imediatamente.

Esse fator gera, por consequência, um período de recessão econômica. Isso representa uma diminuição constante do Produto Interno Bruto (PIB) de um país.

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Nesses tempos, as taxas ficam tão altas que fica quase que impossível se manter durante esse período.

Existem também casos de produtores aumentarem propositalmente o preço de seus produtos, a fim de obter uma quantia de lucro maior ainda.

A hiperinflação gera, ainda, um estado de pânico geral na população. Os níveis iniciais dela fazem com que alguns consumidores comecem a estocar recursos em casa.

Cliente em um mercado vazio/Fonte: Jornal i – Sapo

Eles fazem isso para não precisar comprá-los quando os preços aumentarem.

Apesar de ser um evento raro, já houveram casos de hiperinflação em alguns países ao redor do mundo. Essa situação é extremamente difícil de se reverter.

Como a hiperinflação é gerada?

Esse evento depende diretamente da situação em que o país se encontra. Questões como dívidas e gastos indevidos podem gerar esse processo.

Os principais fatores geradores de hiperinflação são o aumento de gastos públicos e as dívidas externas do país. No caso brasileiro, por exemplo, essas duas questões continuam sendo fatores graves na economia do Brasil.

O desequilíbrio entre a oferta e demanda de produtos também faz com que as taxas de inflação subam de forma exponencial.

No caso de estocagem de alimentos e recursos, a alta procura e a baixa demanda são fatores que auxiliam na alta dos preços.

Casos de hiperinflação

Este é um fenômeno considerado raro. Porém, ele chegou a acontecer em alguns países, transformando suas economias.


O pior caso e, talvez, o mais famoso deles foi o acontecido na Hungria. Isso ocorreu no ano de 1946.

As consequências geradas pela Segunda Guerra Mundial no país foram extremas, abalando desde sua economia até sua capital, Budapeste.

Nessa época, a guerra havia dissolvido aproximadamente 40% do seu PIB, e os conflitos deixaram cerca de 80% da cidade em ruínas. 

A hiperinflação começou, no entanto, no ano seguinte ao do final do conflito, em 1946. Nessa época foi registrado um aumento de 207% das taxas de inflação diárias. Isso rendeu, ao fim do mês, uma taxa de crescimento de 41.900.000.000.000.000%.

Os números estavam tão altos que, a cada 15 horas, os preços dobravam. Isso ocorreu no mês de Julho, fazendo com que no mês seguinte, em Agosto, o governo adotasse um plano para tentar fazer com que a situação se revertesse.

Dessa forma, a introdução de uma nova moeda e o restabelecimento das reservas de ouro culminaram na reversão desse processo.

A hiperinflação também chegou a acontecer no Brasil. Esse período começou em dezembro de 1989, durando, aproximadamente, 15 anos.

Funcionário precificando produtos na época da hiperinflação/Fonte: Medium

Apenas durante a data de início e o mês de março do ano seguinte, os preços chegavam a dobrar a cada 35 dias.

Durante todo esse período as taxas de inflação permaneceram nos dois dígitos. Essa época foi marcada por uma grande insegurança nos preços.

Comerciantes reajustaram a precificação de seus produtos diariamente, o que também resultava na falta dos produtos nas prateleiras.

O Brasil, por sua vez, adotou uma estratégia similar ao plano instaurado na Hungria. Dessa forma, o Plano Real surgiu, em 1994.

Junto às medidas descritas nesse tipo de estratégia, estava o estabelecimento do Real como moeda, o que trouxe uma estabilidade à economia.


Períodos como este tendem a acontecer quando um país está submerso a diversos conflitos e defeitos estruturais, que vão consequentemente impactar a economia.

Dessa maneira, as medidas a serem tomadas para evitar esse tipo de situação são cabíveis ao Estado, para que seja garantida uma boa saúde econômica ao país.

Então, ao lado de instituições financeiras como o Banco Central, o governo pode criar medidas para controlar essas taxas, para que no futuro elas não causem um processo emergencial como a hiperinflação.