Mercado imobiliário aponta queda relevante de Casa Verde e Amarela
A participação do Casa Verde e Amarela (CVA) teve uma queda considerável no mercado imobiliário, de acordo com pesquisa da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) divulgada nesta segunda-feira, 23.
Os lançamentos do programa habitacional responderam por apenas 42% dos lançamentos totais de imóveis no Brasil no primeiro trimestre de 2022. Esse patamar era de 56% no mesmo período de 2021.
As empresas lançaram 22.334 unidades no começo deste ano dentro do Casa Verde e Amarela, que oferece subsídios para famílias de baixa renda taxas de juros mais baixas para o financiamento.
Taxas regulares de mercado
Também foram lançadas outras 30.738 unidades fora do programa habitacional, dentro dos segmentos de médio e alto padrão – que têm financiamentos a taxas regulares de mercado. Consequentemente, estes segmentos aumentaram sua participação no mercado como um todo.
Em entrevista coletiva à imprensa, a CBIC apontou que os números do Casa Verde e Amarela foram afetados por três fatores: aumento dos preços e dos custos dos materiais de construção; queda do poder aquisitivo das famílias e falta de confiança dos empresários para novos lançamentos nesse contexto mais apertado.
Posicionamento de Celso Petrucci
“A redução no Casa Verde e Amarela é insatisfatória para o mercado imobiliário do País como um todo”, destacou o presidente da Comissão Imobiliária da CBIC, Celso Petrucci. “Nossa percepção é que os lançamentos do CVA estão reduzidos, principalmente por falta de confiança de empreendedores nesse segmento”, emendou.
O sócio da consultoria Brain Inteligência Estratégica, Fábio Tadeu Araújo, classificou como uma surpresa positiva o bom desempenho dos lançamentos e das vendas nos segmentos fora do programa habitacional.
Ele lembrou que era esperado algum recuo nos mercados de médio e alto padrão, pois eles foram afetados pelo aumento nas taxas de juros. Mesmo assim, foram responsáveis por sustentar boa parte do mercado.
*Com Estadão Conteúdo.