Ânima cria fundo de R$ 150 milhões para investir em startups
A Ânima Educação anunciou nesta segunda-feira, 23, a criação do Ânima Ventures, fundo de corporate venture capital (CVC) com a previsão de investimento de R$ 150 milhões ao longo dos próximos 10 anos em startups. Com isso, a companhia investirá não somente em edtechs (voltadas para soluções em educação), mas também em startups de diferentes setores.
“Estamos olhando principalmente startups early stage (estágio inicial) e Series A (startup que já possui clientes e receita e pretende ganhar escala), e a ideia é que de fato enxerguemos dentro do ecossistema Ânima possibilidades de startups que possam alavancar todas as modalidades que temos aqui”, afirma Reynaldo Gama, gestor do Ânima Ventures.
Após três anos, Ânima planeja expansões para outra áreas
Segundo ele, a Ânima começou o trabalho com startups há três anos, quando lançou o Learning Village, hub de inovação e tecnologia com foco em educação e desenvolvimento de pessoas.
Desde então, investiu em duas startups: na MedRoom, voltada para o desenvolvimento de soluções em tecnologias imersivas no setor de saúde, e na Gama Academy, escola de tecnologia que seleciona e capacita profissionais para atuarem nas áreas de programação, design, marketing e vendas.
Com o movimento, a companhia pretende estudar possibilidades com “visão 360º”, deixando de investir exclusivamente em startups de educação. Gama cita como exemplo startups que trabalham com crédito estudantil, metaverso e realidade aumentada.
“As edtechs têm importância para nosso core business, mas queremos olhar todo o restante, olhando healthtechs que possam impactar a Inspirali, fintechs que possam trazer soluções de crédito estudantil até acesso de funil de vendas. Há muita coisa voltada para conteúdo, e pouca coisa de fato nova e relevante para a tecnologia. Há muito ‘ed’ e pouco ‘tech’, e o que queremos fazer é exatamente fomentar isso”, diz o executivo.
Oportunidades
Apesar do cenário macroeconômico desafiador, com alta da inflação e juros em patamares que dificultam grandes movimentos, a empresa vê oportunidades de investimentos em ativos mais baratos, fugindo de avaliações exageradas sobre o valor das startups.
“Estamos olhando com um pouco mais de cautela, temos um fundo com um montante interessante, não queremos atropelar nada. Queremos aliar retorno financeiro a um investimento estratégico para a companhia. As oportunidades estão aí”, diz Gama.
Juntamente com o fundo, a Ânima anunciou a criação do Venture Builder, com o objetivo de buscar empreendedores no mercado que pretendem começar do zero tendo o grupo como sócio. “Queremos abrir para educadores e parceiros que tenham vontade de coinvestirem conosco”, conclui Gama.
*Com Estadão Conteúdo.