Década perdida: Conheça sobre esse período da economia – ESTOA

Década perdida: Conheça sobre esse período da economia

A época de queda na economia dos países da América Latina


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Houve um período na história dos países da América Latina em que a economia sofreu com grandes quedas. Isso ocorreu durante a década de 80 e, no Brasil, aconteceu logo após o chamado Milagre Econômico. Essa foi a década perdida.

Nesse período, a estagnação era um cenário assustador para esses países, simbolizando um grande desafio a ser superado.

No entanto, diversas estratégias foram adotadas pelo Brasil para tentar reverter a situação, e evitar que uma nova época de estagnação acontecesse.

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O que gerou a década perdida?

Esse período, ocorrido durante a década de 1980, foi uma das consequências deixadas pelo milagre econômico.

O milagre representou um período durante a ditadura em que foi possível enxergar uma alta no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em detrimento das condições trabalhistas e da concentração de renda na elite brasileira.

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Nesse tempo, a economia brasileira havia apresentado uma série de flexibilizações para a abertura do mercado de capitais do Brasil aos investidores estrangeiros. Essa medida, no entanto, apenas aumentou a dívida externa bruta do país, sendo um dos fatores originários da década perdida.

Depois, houve, ainda, um conflito político envolvendo os países do Oriente Médio. Ele ficou conhecido como o “primeiro choque do petróleo”, que gerou diversas retaliações aos Estados Unidos por parte dos países integrantes da Organização dos países exportadores de petróleo (Opep).

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Um segundo choque do petróleo também ocorreu nesta época, piorando a situação.

Dessa maneira, os preços dos barris de petróleo quadruplicaram, atingindo os principais importadores dessa commodity. Entre eles, o Brasil.

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Barris de petróleo/Fonte: Click Macaé

Isso fez com que o setor industrial nacional e o de países vizinhos fossem extremamente afetados, fazendo com que as taxas de inflação decolassem.

O que aconteceu durante esse período?

Dessa maneira, com o detrimento do setor industrial e alta na quantia de juros para tentar diminuir a taxa de inflação já exorbitante, gerou uma constante alta nas dívidas externa bruta e interna do país.

Por conta disso, foi possível ver uma grande diminuição nas taxas de crescimento do PIB do Brasil.

Durante a década de 70, esse número foi de 7%. Na década seguinte, no entanto, essa quantia diminuiu para 2%.

Aliado a isso,também foi possível notar o aumento das dívidas internas e externas do país.

A demanda pelos produtos exportados pelos países atingidos pela década perdida também diminuiu, sendo um fator essencial na piora da situação.

No entanto, o primeiro país a admitir sua incapacidade de lidar com as dívidas foi o México, no ano de 1982. Depois disso, o Brasil foi o próximo a declarar a moratória, em 1987. No ano seguinte, em 1988, foi a vez da Argentina.

Isso fez as tentativas para tentar renegociar as dívidas começarem, que seguiam em crescimento. 

Apesar de representar um cenário desesperador para a economia brasileira, esse foi um fator que pressionou o governo ditador da época, sendo um passo fundamental para a retomada da democracia no país.

Dessa maneira, diversas estratégias e medidas foram adotadas pelo governo para tentar reverter essa situação.

Estratégias para reverter a década perdida

No Brasil, especialmente, diversos planos foram implementados pelo Governo para tentar fazer com que os efeitos gerados pela década perdida fossem minimizados.

Desse jeito surgiu o primeiro plano com o objetivo de reverter essa situação, o Plano Cruzado. Além de ser conhecido como Plano Sarney, essa estratégia previa tratar a década perdida e a taxa de inflação.

Faixa em uma loja na época do Plano Sarney/Fonte: Guia do Estudante

O congelamento de preços, e a introdução de uma nova moeda no Brasil foram as principais medidas. De qualquer modo, essa medida deu errado, o que levou ao desenvolvimento do Plano Cruzado 2, que dentre outras medidas, também implementou uma nova moeda.

Logo depois disso, foi instaurado o Plano Bresser. Ele também era uma estratégia de estabilização econômica, também implementada por José Sarney.

Esse plano também adotou o congelamento de preços, além de criar um indexador totalmente novo, a URP (Unidade de Referência de Preços). Assim como as duas versões do Plano Cruzado, esse conjunto de medidas também não foi capaz de trazer os resultados esperados.

O último plano adotado na época da década perdida foi o chamado Plano Verão. Ele propunha, ao contrário de seus antecessores que buscavam baixar a inflação, evitar que a taxa inflacionária crescesse.

De qualquer maneira, essa estratégia também não foi bem-sucedida, e a taxa de inflação que beirava os 2000% ao ano nos últimos anos da década de 80 continuou a assolar os brasileiros.

Ilustração de hiperinflação/Fonte: G1 – Globo

Após as 7 tentativas de frear esse índice entre 1986 e 1994, foi  implementado o Plano Real, a primeira estratégia a diminuir a taxa hiperinflacionária do país.

Junto com o mais novo conjunto de medidas, o Brasil conseguiu renegociar suas dívidas, fazendo com que, aos poucos, a década perdida fosse parcialmente superada.

Isso, pois as dificuldades geradas por esse período continuam presentes na economia nacional. As constantes crises e a baixa taxa de crescimento são um espelho disso.