+A Educação cria fundo para investir em edtechs
Em parceria com a Ventiur, o CVC da companhia destina investimentos para startups da área da educação
Com o objetivo de investir em startups do ramo da educação, o Grupo +A Educação criou um fundo corporativo de venture capital (conhecido como CVC) em conjunto à aceleradora Ventiur.
Ao investir nesse meio, o grupo gaúcho tem como objetivo fornecer soluções tecnológicas que possam auxiliar na aprendizagem de alunos.
CVC da +A Educação
Apesar de anunciar o fundo em parceria com a Ventiur, o valor total de investimento e o número de companhias a serem selecionadas não foram divulgadas pelo Grupo. No entanto, os investimentos devem gerar entre R$ 500 mil e R$ 2 milhões.
A aceleradora também é gaúcha, e ficará responsável por selecionar previamente as startups a serem incluídas no plano. Dessa maneira, a +A Educação deve escolher as companhias e os aportes a serem feitos.
O Grupo de educação já possui um histórico com investimentos em startups. É dito que, desde 2019, a empresa já destinou R$ 120 milhões à criação de sua plataforma de conteúdo e em tecnologias educacionais. Metade desta quantia, no entanto, serviu para a aquisição de seis startups.
Segundo o CEO do grupo educacional, Celso Kiperman, “o aporte permitiu que a +A Educação criasse a Inovatech, área que conta com mais de 100 desenvolvedores especialistas em tecnologias educacionais”.
O executivo afirmou, ainda, que a seleção das startups a serem beneficiadas pelo CVC deve ser concluída até o início do segundo semestre deste ano. As tendências que chamam a atenção da +A Educação são soluções de captação e retenção de alunos.
“Estamos procurando empresas que fazem sentido dentro do nosso negócio, que é educação e saúde, mas essa parceria também vai nos ajudar a trabalhar mais ativamente dentro do conceito de inovação aberta”, conclui.
No início, a companhia surgiu como uma editora de livros médicos. Apesar de continuar, de certa forma, atuando na área, o Grupo +A Educação está passando por um processo para reinventar seu modelo de negócios na última década.
Segundo seu CEO, até a criação do fundo CVC, a empresa utilizava os investimentos internos e as aquisições para moldar seu modelo de fomento à inovação.
Um dos eventos mais conhecidos foi a aquisição de sua fornecedora Imersys. Ela era uma startup de conteúdo imersivo, trabalhando com plataformas de realidade virtual e aumentada.
O aporte, em troca de 51% do capital social da companhia, não foi divulgado. Sua compra se deu em março do ano passado.
As perspectivas da aceleradora em relação à parceria permanecem positivas, conversando com startups em todo o Brasil.
A Ventiur também se pronunciou sobre a parceria com o grupo gaúcho. Segundo o sócio e Head de Inovação e Corporate Venture da aceleradora, os fundos têm o objetivo de criar soluções de acordo com a empresa investidora do que formas de retorno financeiro.
Segundo o executivo, “Numa aceleração normal, o foco é comprar para vender depois, com uma meta de retorno médio de 8 a 10 vezes. No caso de um CVC, o retorno não precisa ser uma saída bem-sucedida, mas sim uma nova forma de receita, uma nova unidade de negócios que pode sair a partir das inovações trazidas pelas startups”.
Kinea e Grupo +A
Apesar de surgir como uma editora de livros médicos, a companhia se transformou, ao longo dos anos, em uma empresa focada em prover soluções tecnológicas para o ramo de educação.
Um dos passos mais importantes na reestruturação de seu modelo de negócios foi a aquisição por parte da gestora de fundos de private equity do Itaú, a Kinea, que comprou cerca de 40% do Grupo +A.
Isso aconteceu em dezembro de 2018, e o valor do aporte não foi divulgado. No entanto, foi divulgado que cerca de 50% da quantia foi destinada à aquisição de uma empresa de educação na área da saúde, a Artmed Panamericana.
A parcela restante teve como destino o desenvolvimento da gestão acadêmica e administrativa de ensino a distância, em conjunto a 13 instituições de ensino.