GPA (PCAR3) venderá parte da participação no Grupo Éxito  

Um dos maiores grupos alimentícios do Brasil, o Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), anunciou nesta quarta-feira (01) em Fato Relevante a venda de parte de sua participação no Grupo colombiano Éxito. Ao negociar uma quantia de 3,4% do capital social da empresa, o GPA deve levantar uma quantia de R$ 386,7 milhões até o fim deste mês.

Plano de recompra do GPA

O plano, divulgado em Fato Relevante e Comunicado ao Mercado, respectivamente, nos dias 6 e 24 de maio deste ano, foi aprovado pelo Conselho de Administração do GPA em reunião nesta quarta-feira (01).

Dessa forma, o grupo, que detém 96,57% do capital social do Éxito, prevê a venda de até 3,4% dessa quantia. 

A negociação, que deve movimentar cerca de R$ 386,7 milhões com base na taxa de câmbio de 798 pesos colombianos para cada real, conforme publicação do Banco Central no dia 31 de maio deste ano, não faz com que o GPA perca o posto de controlador da companhia colombiana.

A participação total no Grupo Éxito é dividida entre o Grupo Pão de Açúcar, que possui uma fatia de 91,57%, e sua subsidiária, o GPA2 Empreendimentos e Participações Ltda. (“GPA2”), que conta com 5% da empresa.

As participações restantes no capital social da colombiana se dividem entre 0,66% de fundos de pensão colombianos, 0,13% de fundos internacionais, 0,09% em American Depositary Receipts (ADRs) e 2,55% em outros.

O total de 3,40% será dividido entre o Grupo Pão de Açúcar e sua subsidiária, que pretendem vender, respectivamente, a quantia de 13.935.798 e 760.927 ações.

O plano de recompra de ações, apresentado pelo Grupo Éxito, foi aprovado pelo seu Conselho de Administração no último dia 24 de maio. No entanto, foi apenas nesta quarta-feira que o Grupo brasileiro concordou em aderir à medida.

Segundo a companhia, sua adesão ao plano de recompra de ações do Grupo Éxito se deu à “alta valorização de Éxito em virtude do preço sugerido de suas ações”.

Ao confirmar a adesão ao plano, as ações do Grupo Pão de Açúcar apresentaram uma valorização nesta quinta-feira (02). Seus ativos somaram, às 14:34 horas (Horário de Brasília) uma alta de 3,83%, atingindo os R$ 20,35.

O documento foi assinado pelo Vice-Presidente de Finanças e Diretor de Relações com Investidores do Grupo Pão de Açúcar, Guillaume Marie Didier Gras. “O GPA manterá o mercado e seus acionistas informados sobre a existência de novos fatos

relevantes vinculados ao assunto”, conclui.

Grupo Pão de Açúcar e a inflação

Por atuar no setor varejista e alimentício, o Grupo Pão de Açúcar é uma das companhias mais atingidas pelas altas nas taxas de inflação. Esse é um fator refletido em seus ativos, que desvalorizaram em 8,24% no período de 6 meses. Na comparação anual, a queda foi de 49,59%.

Além disso, no dia último dia 11 de maio, a companhia divulgou o fechamento de duas unidades, ambas em Fortaleza. Segundo a companhia, na época, a medida foi estabelecida após uma série de estudos de viabilidade econômica.

Na publicação de seu balanço trimestral, a companhia apresentou uma queda de 0,9% nas SSS (vendas mesmas lojas) na comparação anual. Na época, o CEO do Grupo, Marcelo Pimentel, destacou a dificuldade da empresa em se relacionar com a inflação alimentícia.

Segundo o executivo, a companhia não prevê aumento para o medidor até o final do ano. “É difícil afirmar que cresceremos acima da inflação alimentar, acho que não”, conclui.

O CFO da companhia, Guillaume Gras, também ressaltou o cenário. A expectativa, segundo o executivo, é de que a inflação permaneça em alta até o final do ano, voltando à meta apenas no início de 2023.