B3 entra para mercado de consórcios com a Turn2C
A startup foi responsável pela entrada da Bolsa de Valores nesse meio
A Bolsa de Valores brasileira, a B3, estreou no mercado de consórcios ao participar da rodada seed da startup Turn2C.
Essa rodada de financiamento levantou uma quantia de R$ 8,5 milhões para a empresa focada em prover soluções ao âmbito de consórcios.
Rodada seed
A rodada de investimentos para financiamento de projetos empresariais em estágio inicial ou zero foi liderada pelo Honey Island by 4UM, contando com a participação da Bolsa de Valores B3 e da Urca Angels.
Utilizando-se da inteligência artificial e modelos matemáticos, a fintech visa prover soluções para o mercado de consórcios, que nunca foi visto com bons olhos pelos investidores.
O que a companhia faz é, a partir dos dados coletados, fazer uma análise das informações e indicar o produto exato ao seu usuário, ao contrário de sua concorrência, que apresenta uma seleção de opções.
Ao participar do financiamento da startup, a bolsa brasileira quer estrear nesse meio.
A Turn2C nasceu no ano de 2021 e, atualmente, conta com cerca de 1.400 parceiros e presença em todos os 26 estados brasileiros. Provendo soluções digitais, o objetivo da companhia é aumentar a efetividade das vendas das administradoras de consórcios.
Segundo o CEO da Turn2c, Bruno Pinheiro, “depois de anos de experiência na venda do produto, percebi que o alto grau de cancelamento do setor está em vendas mal feitas e não no produto em si. O consórcio pode ser uma forma da população atingir seu objetivo de compra e com melhor custo-benefício frente aos canais clássicos de financiamento”.
A decisão da Bolsa de Valores brasileira de investir nesse tipo de negócio está alinhado com seu objetivo de fortalecer as inovações e buscar crescimento em outros tipos de serviço.
De acordo com o vice-presidente da Unidade de Infraestrutura para Financiamentos da Bolsa B3, Marcos Vanderlei, o investimento amplia sua atuação no segmento de infraestrutura de financiamento. “Além disso, reforça a presença da B3 no ecossistema de inovação, fortalecendo o propósito de atender e antecipar demandas do mercado com novas soluções que tragam embarcadas a expertise e a robustez da bolsa do Brasil.” conclui em nota.
Além disso, segundo a B3, ao utilizar os serviços da fintech, seus parceiros podem encontrar melhores opções de consórcios, levando em consideração os valores e o que é oferecido, reduzindo a taxa de inadimplência de forma contínua.
Antes de participar da rodada de financiamento na Turn2C, a Bolsa de Valores brasileira já havia anunciado um fundo de investimentos de R$ 600 milhões, chamado L4 Venture Builder. No entanto, sua criação veio depois das negociações.
Expectativas sobre a Turn2C
Sobre o que a bolsa de valores brasileira tem a oferecer ao negócio, Pinheiro destaca que a fintech buscou a B3 para uma “parceria de informações”. De acordo com o executivo, “A B3 é uma imensa companhia de dados e quanto mais informação a gente tiver no modelo, mais assertivo ele fica.”
O membro do Comitê de Investimento do fundo Honey Island, Léo Jianoti, que liderou a rodada de investimentos, também se pronunciou sobre o mercado de consórcios. Em nota, o executivo destaca o potencial subestimado que o consórcio tem na avaliação do mercado financeiro.
Jianoti também diz que “[…] Ficamos (Honey Island) positivamente surpresos pela proposta de valor da Turn2C e pelos resultados surpreendentes que tem alcançado. Todo mercado se beneficia do Consórcio Inteligente da Turn2C, desde os vendedores não-especialistas que conseguem simular e efetuar vendas assertivas, assim como os clientes finais que acessam autofinanciamento com custo-benefício melhor que os financiamentos disponíveis no mercado”.
A startup foi fundada por Bruno Pinheiro, ex-sócio do C6 Bank e da Concash, Thiago Ramos, que atuou na Mapfre Consórcios, e a advogada Tatiana Anderson. A fintech permanece, ainda, a expandir seus canais de distribuição.