LCI: Conheça a Letra de Crédito Imobiliário – ESTOA

LCI: Conheça a Letra de Crédito Imobiliário

Muitos investidores buscam aplicar nesse investimento pela sua isenção ao imposto de renda


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A maioria dos investidores que buscam investir no LCI, estão procurando obter uma maior rentabilidade nos seus investimentos de renda fixa, e isso se justifica ainda mais devido a isenção de Imposto de Renda nos rendimentos do investimento. 

Dessa forma, é recomendado que os investidores de renda fixa tenham um conhecimento prévio sobre a LCI, entendendo como funcionam, suas características, assim como as vantagens e desvantagens. 

A LCI (Letra de crédito imobiliário), é um investimento de renda fixa atrelado ao mercado imobiliário, significando então que esse dinheiro que está sendo investido vai ser utilizado para a compra ou financiamento de um imóvel. 

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Normalmente esse investimento é apresentado em conjunto da LCA, a Letra de Crédito do Agronegócio, já que ele possui basicamente as mesmas características da LCI, que por ser de renda fixa é considerado um investimento mais seguro. 

Sendo a única diferença entre elas, o destino final, já que o dinheiro aplicado na LCA irá para clientes do ramo agrário.

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A segurança está fortemente atrelada ao fato de seu rendimento ser conhecido no momento da aplicação. 

Então é entendido que a LCI não possui volatilidade (variação) como acontece com as ações ou os fundos imobiliários (FIIs) negociados na bolsa de valores. Isso se deve ao fato, já mencionado, porque o rendimento está definido na contratação do investimento. 

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Isso depende apenas ao fato da LCI ser: 

  • Pré-fixada 
  • Pós-fixada 
  • Híbrida

Vale ressaltar que ao aplicar na LCI não significa necessariamente que o dinheiro está indo diretamente para quem está financiando um imóvel. Na verdade, o capital da aplicação é captado por uma instituição financeira que vai direcionar o recurso para clientes do ramo imobiliário. 

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Funcionamento do LCI

Muitos se perguntam como funciona esse investimento na prática já que todo dinheiro aplicado no mercado é destinado para algum lugar. Com a LCI, basicamente o investidor realiza a aplicação em uma instituição que o vai prometer devolver esse recurso com uma taxa de juros já determinada. 

Dessa forma, com esse recurso e o de outros investidores, o banco direciona o capital para emprestar pros seus clientes. E aqui entra a chave da LCI, já que os recursos desse investimento devem ser direcionados para uso de clientes do ramo imobiliário. 

Dessa forma, esses recursos são destinados para aqueles que necessitam de recursos para o financiamento de determinado tipo de imóvel. 

Para realizar esse direcionamento do capital levantado para clientes imobiliários, a instituição financeira cobra uma taxa de empréstimo como de 1,5% ao mês, funcionando como nesse exemplo: 

  • Remuneração do investidor: 0,8% ao mês
  • Remuneração do banco: 1,5% ao mês 
  • Resultado da operação para o banco: 0,7%

Formas da LCI

Depois de entender como funciona o investimento, também é importante entender quais as formas que ela aparece no mercado, já que o rendimento depende da modalidade que é investida, podendo ser elas:  

  • Pré-fixada 
  • Pós-fixada 
  • Híbrida

LCI pré-fixada

Nessa modalidade da LCI, o investidor sabe exatamente o rendimento que ela terá ao longo do tempo, sabendo o valor nominal que irá receber, já que a rentabilidade do investimento é pré-fixada, ou seja, pré-determinada. 

Alguns dos rendimentos possíveis de uma LCI, pré-fixada, portanto são, ao ano: 

  • 5% 
  • 10% 
  • 12% 
  • 15% 

É comum que os investidores acabem se  enganando, ao acreditarem que esse tipo de investimento é mais vantajoso, já que num ano em que a inflação esteja a 2%, a Selic pode chegar a 4% e uma LCI atinja 8% ao ano. 

Mas acontece que esse tipo de investimento contém risco inflacionário, já que seu rendimento será de 8% independente da inflação no ano seguinte, então se ela chegar a 10%, o investidor acaba perdendo dinheiro. 

Se fosse na modalidade pós-fixada, essa perda seria menor como será mostrado, porém, é válido lembrar que não existe modalidade pior ou melhor. Tudo vai depender do investidor, seus objetivos e realidade. 

LCI pós-fixada 

Na modalidade pós-fixada, a letra de crédito imobiliário, o investidor sabe como será calculada a rentabilidade do investimento mas sem saber exatamente o rendimento final da aplicação. 

Isso se deve ao fato de que esse rendimento está ligado a um indexador externo de preço, na maioria das vezes sendo o CDI, já que ele é derivado e está muito próximo a taxa básica da economia, a Selic. 

Então quem investe na LCI pós-fixada, têm sua remuneração atrelada ao CDI, de forma que as taxas dessa modalidade se apresentam da seguinte forma, ao ano: 

  • 70% 
  • 90%
  • 110% 

Então é possível notar que existe uma relação entre a taxa de remuneração com o indexador de preço. Entretanto, não dá pra saber com exatidão o rendimento final que essa aplicação irá ter. 

Já que o CDI vai se alterando conforme as decisões tomadas pelo Copom em relação à Selic, e com isso a rentabilidade do investidor também se altera, quanto maior o CDI, maior fica o rendimento e vice-versa. 

É importante dizer que para uma LCI ser pós-fixada, ela deve ter um prazo de vencimento acima de 36 meses, então os investidores só encontram LCIs nessa modalidade com vencimento superior a esse prazo. 

LCI Híbrida 

Nessa última modalidade, existe uma mesclagem das anteriores, já que misturam o rendimento pré-fixado com algum indexador externo e percentual flutuante, sendo que o rendimento dessa LCI pode ser: 

  • CDI + 2% 
  • 60% do CDI + 1% 
  • IPCA + 3% 
  • IGP-M + 1%  
Ilustração LCI X LCA/Fonte: 1 milhão com 30

Assim o investidor possui uma parte da remuneração atrelada ao indexador e outra com acréscimo do rendimento fixo, pré-fixado.

Características

Além das modalidades e funcionamento das LCIs, é fundamental o conhecimento das particularidades e características como produto de investimento. 

Riscos

Todo investimento possui riscos, e com as LCIs não é diferente, e aqui no caso não vem do cliente do setor imobiliário como muitos pensam mas na verdade vem do emissor, ou seja da instituição financeira. 

Então, caso o cliente não pague pelo empréstimo ou financiamento, quem arca com o prejuízo é a própria instituição, e não o investidor. Então a mesma tem que lidar e arcar com a inadimplência do cliente e também pagar os investidores. 

Por isso o risco é de crédito vindo da própria instituição financeira que emitiu os títulos. Dessa forma, quanto mais sólida for a instituição financeira que emite o título, menor é o risco de crédito que o investidor irá correr. 

Rentabilidade 

Assim como qualquer outro investimento, quanto maior o risco, maior será o retorno e vice-versa. Por isso que ao investir em instituições financeiras consolidadas e financeiramente saudáveis, como grandes bancos de varejo, a rentabilidade será menor. 

Assim como investir em instituições menores e menos saudáveis, a remuneração é maior, já que se a rentabilidade fosse a mesma, ninguém investiria em uma LCI mais arriscada. 

Então, para motivar os investidores a comprarem títulos de instituições financeiras que representam maiores riscos, é  preciso que a rentabilidade daquela LCI seja mais atrativa. 

Tributação

Outra questão que se deve conhecer em relação às letras de crédito imobiliário, é a da tributação. Isso porque o investimento possui um benefício fiscal que é responsável por atrair a atenção e o interesse de muitos investidores de renda fixa. 

Nessa questão, é válido destacar que as LCIs possuem isenção ao imposto de renda, então o rendimento dessas aplicações não sofrem incidência de imposto como ocorre com o CDB. 

Investimento mínimo

As Letras de crédito imobiliário também possuem um montante mínimo para que seja possível investir nelas, esse valor é definido de acordo com cada instituição financeira que realiza a emissão dos títulos. 

Em alguns casos é possível encontrar um valor baixo, por volta de mil reais, porém, também existem aquelas em que o montante mínimo seja alto atingindo os cem mil reais. 

Normalmente, as LCIs disponibilizadas por bancos de varejo possuem um valor mínimo maior. Já aquelas disponibilizadas por corretoras costumam ter um preço mais acessível, apresentando valores entre mil e dez mil reais, na média. 

Prazo para aplicação

Uma dúvida que também ocorre com os investidores é o prazo de aplicação, ou seja, por  quanto tempo o valor investido fica rendendo. Então é preciso destacar que o investidor da LCI não pode sacar o investimento durante a aplicação. 

Isso significa que após fazer o aporte, esse dinheiro só será liberado no final do prazo de vencimento com o acréscimo dos juros compactuados. 

É necessário que o investidor fique atento ao formato que o prazo é oferecido, já que normalmente o LCI é fornecido em dias, e o investidor deve ter atenção ao prazo em anos. Essas datas podem ser apresentadas como nesse exemplo:

  • 540 dias ( 1 ano e meio) 
  • 731 dias ( 2 anos) 
  • 900 dias ( 2 anos e meio) 
  • 1096 dias ( 3 anos) 

Uma coisa que acontece, é o fato das aplicações não poderem ter um prazo maior aos créditos atrelados à LCI. Então se uma instituição capta o dinheiro do investidor, e dá um prazo de 2 anos, ela não pode oferecer uma letra com prazo superior a esses 2 anos. 

Isso está previsto no artigo 15 da lei 10.931, capítulo 2. 

Vantagens e Desvantagens do LCI

As vantagens do investimento em LCIs são: 

Isenção do IR

A primeira vantagem, é a isenção de IR. Esse benefício fiscal faz com que os investidores tenham títulos que entreguem uma rentabilidade mais satisfatória. 

Garantia pelo FGC 

Essa garantia, significa que caso a instituição emissora da LCI venha a falência e não pague pelo valor investido, esse fundo garantidor de crédito cobre esse montante juntamente com os acréscimos oferecidos pela instituição. 

Porém, existem limites pra essa proteção, no caso de R$250 mil por CPF e por instituição financeira, então se o investidor tiver um valor maior aplicado, ele só irá garantir esses R$250 mil. 

Rentabilidade favorável

Outra vantagem é a rentabilidade favorável que essa aplicação gera em comparação com outros títulos de renda fixa, inclusive aos oferecidos pelo Tesouro direto

Mas também existem algumas desvantagens, e é fundamental que os investidores tenham conhecimento das mesmas. Algumas dessas desvantagens são: 

Restrição de Liquidez

A liquidez é a facilidade de transformar aquele ativo em dinheiro, então quanto maior ela for, maior é a capacidade de transformar aquilo em dinheiro, e a mesma coisa acontece ao contrário.

Liquidez financeira/Fonte: Empreender Dinheiro

No caso das LCIs existe uma restrição da liquidez no momento da aplicação, então após aplicar o capital, o investidor só poderá resgatar seu investimento no vencimento da letra de crédito imobiliária. 

Isso se deve ao fato de que caso seja captado um montante de valor alto, financia isso para os clientes, e após alguns meses os investidores pedem o dinheiro de volta, acaba inviabilizando a triangulação do recurso. 

Por isso o investidor deve ter certeza que não precisará daquele recurso antes da data de vencimento. 

Prazo de resgate

Como as LCIs têm liquidez diária e isenção do IR, acaba chamando atenção de muitos investidores. Em opções como os CDBs, existem possibilidades do investidor poder sacar o capital investido antes do vencimento mas pagando a alíquota de IR. 

No caso das LCIs, essa possibilidade é inexistente, podendo resgatar o capital somente após o prazo. 

Aplicação mínima

Como já mencionamos, as LCIs têm uma aplicação mínima que pode chegar a ser bastante alta. Mas como falado acima, existem opções mais baratas, principalmente vindas de corretoras, com média entre mil e dez mil reais. 

Como Investir

Como dito, as corretoras do mercado brasileiro costumam oferecer letras melhores que os bancos de varejo, isso não só por conta dos valores mais acessíveis mas também por oferecerem títulos de diversas instituições financeiras. 

Então para atrair investidores as corretoras costumam disponibilizar coisas como: Diferentes instituições, prazos diferenciados, diversas rentabilidades. Então o investidor acaba tendo mais diversidade ao investir através de uma corretora e para isso será preciso seguir os seguintes passos:  

1- Abrir conta em uma corretora: O primeiro passo é escolher uma corretora, após pesquisar e comparar com outras, escolher aquela que melhor atende os seus requisitos. 

2- Transferir o dinheiro para corretora: Após escolher, é necessário transferir o dinheiro que será aplicado, fazendo isso por meio de TED e assim ficando com capital disponível para fazer a aplicação. 

3 – Escolher a LCI e realizar a aplicação: Por fim, o último passo é escolher a LCI entre as opções disponíveis e realizar a aplicação, depois é só aguardar o vencimento para resgatar o capital com juros. 

Vale a Pena? 

Na maioria dos casos, vale sim investir em LCI, já que a mesma oferece isenção ao  IR e uma boa rentabilidade. Porém, isso depende muito do perfil e objetivos do investidor, já que no caso de uma reserva de emergência essa não seria uma boa escolha já que as mesmas não irão esperar pelos prazos. 

Nesse caso seria melhor escolher outros títulos de renda fixa, mas a LCI pode ser vantajosa quando o assunto é investimento em créditos privados mais longos para prazos de 1 a 2 anos.