Ibovespa acelera alta com NY e BCE, mas investidor segue à espera de Powell
O Ibovespa abriu acelerando o movimento de alta em sintonia com o fôlego dos seus pares em Nova York. A aceleração coincidiu com o anúncio pelo Banco Central Europeu (BCE) que, em reunião extraordinária, orientou a área técnica da entidade a acelerar a criação de um novo instrumento para mitigar os riscos de fragmentação na zona do euro.
O mercado segue atento às decisões que envolvem a política monetária e operam em compasso de espera não apenas pelo anúncio do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), mas com atenção redobrada às palavras do presidente da instituição, Jerome Powell, às 15h30 (de Brasília).
Às 11h06, o Ibovespa subia 1,76%, aos 103.858,88 pontos.
No Brasil, os investidores seguem atentos à votação dos destaques do projeto que limita a alíquota do ICMS a 17%. A decisão da Câmara de derrubar ontem a forma de cálculo da perda de receita com a queda do ICMS de combustíveis, energia elétrica, transporte público e telecomunicações para acionamento do gatilho de compensação pode significar nenhum centavo de repasse adicional aos Estados.
A compensação está prevista em projeto que tramita no Congresso e faz parte do pacote do governo e de aliados para reduzir o preço dos combustíveis em ano de eleições. O projeto já passou por duas votações (Câmara e Senado) e, agora, uma última acontece na Câmara – hoje serão votados os chamados destaques, mudanças ao texto-base.
Riscos além do Ibovespa
Se as compensações ocorrerem a preocupação é com relação aos riscos fiscais que estariam sendo assumidos com uma medida que pode ser de solução apenas temporária, jogando o problema para frente, uma vez que dois componentes importantes para a inflação, o petróleo e o dólar, seguem em tendência de alta.
O petróleo opera em leve baixa nesta manhã, seguindo o fechamento da véspera, quando reverteu para a queda no meio do dia pressionado pelo fortalecimento do dólar. Ainda assim, os contratos futuros para o tipo Brent seguiam há pouco acima dos US$ 120 o barril.
E a Petrobras informou, em comunicado divulgado ontem à noite, que vai manter seu compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado. O pronunciamento ocorreu após a imprensa noticiar que a estatal estaria avaliando um reajuste nos valores dos combustíveis ainda nesta semana.
Hoje pela manhã a Fundação Getulio Vargas (FGV) informou que o reajuste no preço do óleo diesel nas refinarias puxou a aceleração na inflação no atacado que integra o Índice Geral de Preços – 10 IGP-10 de junho , que passou de uma elevação de 0,10% em maio para uma alta de 0,74%.
O índice acumula aumento de 8,53% no ano e avanço de 10,40% em 12 meses. O reajuste do diesel, que ocorreu em 10/5, respondeu por 68% da taxa do IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo).
*Com Estadão Conteúdo.