Itaú BBA recomenda a compra das ações da Petrobras (PETR3)
Com a retomada da cobertura, o Banco avalia seus títulos como “outperform”
Nesta segunda-feira (27), o banco de investimentos Itaú BBA retomou a cobertura das ações da Petrobras (PETR3). Além da recomendação de compra, o banco estabeleceu o preço-alvo de R$ 43 para seus títulos.
Avaliação do Itaú BBA
Além de estabelecer o preço-alvo de R$ 43 para suas ações, os analistas do Banco de Investimentos do Itaú também determinaram o preço-alvo de US$ 16,4 para os ADRs (American Depositary Receipts) da petrolífera estatal.
De acordo com o Itaú BBA, é preciso focar no desempenho operacional robusto e nos fundamentos da companhia, ainda que em meio ao fluxo diário de notícias envolvendo a Petrobras e os impactos a curto prazo dos conflitos existentes ao redor do mundo, afirmam os analistas Monique Greco, Renan Moura e Eric de Mello.
Eles ressaltaram, ainda, o futuro incerto da política de preços da Petrobrás e o delicado cenário pré-eleitoral do Brasil. “Ao olhar para a companhia, os investidores precisam enxergar além da neblina causada pelo pesado fluxo de notícias diário para ter uma visão mais clara de seus principais drivers de valor”, concluem.
Sobre o preço do petróleo, os analistas preveem o preço médio de US$ 106,00 para este ano, diminuído para os US$ 70,00 até o ano de 2025. Destacando novamente a pressão causada pela política de preços, eles dizem que a Petrobras vai atingir a paridade internacional apenas no médio prazo.
Além disso, o Itaú BBA também ressalta a interferência causada pelos conflitos envolvendo a Ucrânia e a Rússia no preço dos papéis da estatal.
Apesar dos riscos, o relatório do Banco de Investimentos do Itaú se mostrou positivo, estabelecendo a recomendação de compra das ações da Petrobras. O documento fez, também, recomendações para a estatal.
De acordo com a equipe de analistas do Itaú BBA, a companhia deveria, sobretudo, priorizar seus investimentos para aumentar a capacidade de hidrotratamento de suas refinarias, utilizar uma estratégia de expansão de capacidade alinhada com a demanda, para evitar o excesso de oferta e ativos subutilizados e manter o plano de desinvestimento de refino.
A primeira sugestão do banco salienta sua preocupação com a futura queda da demanda por combustíveis fósseis no longo prazo, por conta do agressivo cenário de transição energética.
Após a retomada da cobertura das ações da Petrobras por parte do Itaú BBA, seus títulos apresentaram valorização nesta segunda-feira (27), somando às 14:37 horas (Horário de Brasília) uma alta de 6,99%, atingindo os R$ 30,93.
No entanto, o severo teste de estresse envolvendo o noticiário diário sobre a estatal e a alta nos preços por conta dos conflitos entre a Ucrânia e a Rússia pode ser observado em suas ações, que apresentaram uma queda de 8,30% no período de um mês.
Assim, de acordo com o relatório, esta foi “uma análise de sensibilidade do valor justo da Petrobras para diferentes cenários de crescimento da perpetuidade mostra que ainda vemos vantagens para a Petrobras mesmo em cenários de queda no crescimento da perpetuidade”.
Mudança de cargos
Nesta segunda-feira (27), ainda, o Conselho de Administração determinou Caio Paes de Andrade como novo presidente da Petrobras.
Sua integração surgiu a partir da renúncia de José Mauro Coelho. Antes da saída de Coelho, Roberto Castello Branco e Joaquim Silva e Luna também deixaram a empresa.
Dessa maneira, Paes, como conselheiro, vai passar a preencher oito das onze cadeiras do Conselho, valendo até a próxima Assembleia Geral de Acionistas. Apesar de anunciar a posse do executivo, a companhia ainda não deu uma data exata para que o cargo seja, de fato, preenchido.
Pelo estatuto da empresa, é necessário, ainda, que o executivo faça parte do conselho. Com o peso da União na companhia, Caio Paes deve ser eleito e, assim, comandar a estatal.