Loft demite 12% do quadro de colaboradores
A rodada de demissão de 384 funcionários é a segunda apenas neste ano
Nesta terça-feira (5), a startup do segmento imobiliário Loft anunciou a demissão de 384 funcionários, que representam cerca de 12% do quadro de colaboradores da empresa.
Esta foi a segunda onda de cortes realizada pela companhia apenas neste ano, totalizando 543 profissionais demitidos até o momento.
Onda de demissões na Loft
Na manhã desta terça-feira, em nota enviada ao mercado, a startup lamentou as demissões e deu detalhes sobre a “reorganização de sua operação”.
Nela, a Loft destaca a demissão de 12% do quadro de 3,2 mil colaboradores, que atuavam na própria companhia e em empresas adquiridas.
“A Loft agradece a dedicação dos colaboradores desligados, está empenhada em ajudar no que for possível para a sua recolocação no mercado e lamenta a perda destes profissionais”, afirmou a empresa.
Além disso, a companhia reforça que os funcionários desligados vão contar com um pacote especial de benefícios, que inclui a extensão do plano de saúde para o titular e dependentes durante dois meses, apoio ao processo de recolocação profissional e facilitação da participação no plano de stock options para as pessoas elegíveis.
Citando “outras medidas de aumento de eficiência” adotadas nos últimos meses, a startup diz estar se adequando à “nova realidade global”, acompanhando o ritmo de forte crescimento em seus negócios.
A série de desligamentos pode ser associada ao encarecimento do financiamento de imóveis, e da queda de popularidade das pessoas que enxergavam o mercado como investimento.
Além disso, os profissionais se unem aos mais de 2 mil colaboradores desligados por mais de 20 startups neste ano, de acordo com o Layoffs Brasil.
A justificativa utilizada pela maior parte das companhias é a necessidade de reestruturação de áreas, além do alinhamento dos custos com a geração de receita das empresas.
Os cortes em massa, no entanto, também estão presentes no exterior. Na última quarta-feira, a Tesla, montadora de carros elétricos do bilionário Elon Musk, anunciou a demissão de 200 funcionários.
Com a decisão, seu escritório na cidade de San Mateo, na Califórnia, foi desativado. Ele contava com uma equipe de 350 colaboradores.
Cortes em abril
Antes desta rodada de demissões, a companhia já havia passado por um corte no número de colaboradores em abril, desligando 159 profissionais, além de realocar outros 52 funcionários.
Na época, a Loft também afirmou estar passando por um processo de “reorganização”. Em nota, a empresa disse que “agora, com a conclusão da integração dos processos, sistemas e times, poderemos aperfeiçoar ainda mais a experiência dos nossos clientes, e consequentemente, seguir expandindo ainda mais os serviços de facilitação dos financiamentos”.
Esta decisão, ainda, se deu para o plano de construção de sua área de crédito.
A quantia representou a redução de 5% do seu quadro de colaboradores, coincidindo com a onda de demissões realizada por sua concorrente, a QuintoAndar, que demitiu 160 profissionais, representando o corte de 4% de suas equipes na época.
Nova liderança
A rodada de demissões ocorreu cerca de duas semanas após a companhia anunciar uma mudança em sua liderança. Desta vez, a startup havia anunciado a chegada de Marcel Regis como seu novo COO.
O executivo, que atuava até então como Presidente da Bavaria e líder de outros projetos da AB InBev pelo mundo, passou a assumir o cargo de Chief Operating Officer.
De acordo com a startup, Regis chegaria para implementar uma “gestão integrada” e padrão de qualidade nos negócios da Loft, incluindo a plataforma de compra e venda de apartamentos, crédito imobiliário e aluguel sem fiador.
Com a mudança, Mate Pencz passou a ser o único CEO da empresa, enquanto Florian Hagenbuch passou a responder como presidente da Loft e terá como foco principal ser o embaixador da Cultura e Integração do Grupo.