Itaú (ITUB4) lança tokenizadora de ativos
A plataforma marca a estréia da companhia no mercado cripto
Nesta quinta-feira (14), o banco Itaú (ITUB4) anunciou uma plataforma de tokenização de ativos, o Itaú Digital Assets.
A iniciativa, destinada a pessoas físicas, tem como objetivo trazer mais estabilidade para a negociação dos tokens e promover a participação de novos investidores.
Itaú Digital Assets
Além da tokenização de ativos, a plataforma também vai oferecer o armazenamento de criptoativos. A Global Head da Itaú Digital Assets, Vanessa Fernandes, afirmou que o banco não lida com criptomoedas, e sim com ativos criptografados.
A instituição bancária anunciou sua nova plataforma em uma coletiva de imprensa. Nela, Vanessa destacou que a companhia considera, no futuro, oferecer a negociação de Bitcoin e Ethereum.
A rede de blockchain escolhida pelo banco foi a Hyperledger Besu que, de acordo com a executiva, apresenta uma maior escalabilidade.
Os investidores, no entanto, não poderão retirar os tokens digitais da plataforma desenvolvida, fazendo com que sua compra e venda sejam feitas exclusivamente dentro do sistema do Itaú.
O Itaú, por sua vez, já vinha se relacionando com a ideia de incluir os ativos digitais em seus serviços disponibilizados. No começo deste ano, em janeiro, o banco havia investido na rodada de Série A da Liqi.
Ela gere uma plataforma de tokenização de ativos, assim como o Itaú Digital Assets, captando, ao total, R$ 27,5 milhões em investimentos.
No mês de abril, ainda, a companhia divulgou que passaria a disponibilizar um fundo de investimentos em ativos digitais, o Crypto Selection FIC FIM. Gerido pela Hashdex, ele reúne diferentes ETFs de criptomoedas pertencentes à gestora.
Antes de anunciar a nova plataforma, o banco já havia realizado testes com um token lastreado em recebíveis antecipados. Possuindo um valor de R$ 360 mil, a emissão foi realizada no dia 4 deste mês, com um prazo de 35 dias.
O token, no entanto, foi disponibilizado apenas a alguns funcionários do banco Itaú e clientes específicos do Private Bank, serviço disponibilizado à clientes com um alto valor investido através do Itaú.
Além disso, de acordo com a instituição financeira, seu objetivo é fazer com que, até o final deste ano, clientes do varejo em geral tenham acesso à ferramenta, promovendo a acessibilidade dos investimentos em tokens digitais dentro da Itaú Digital Assets.
Depois do anúncio de sua nova plataforma tokenizadora de ativos, as ações do Itaú apresentaram desvalorizações nesta quarta-feira (14). Seus papéis somaram às 14:45 horas (Horário de Brasília) queda de 2,86%, atingindo os R$ 21,76.
Apesar de mostrar a desvalorização de 7,40% no período de seis meses, suas ações acumularam alta de 1,16% neste ano.
“Os ativos tokenizados permitirão aos investidores em qualquer escala participar de investimentos financeiros que já fazem parte do portfólio do Itaú, mas que hoje são restritos aos clientes de alta renda ou institucionais, por meio de uma oferta fracionada”, afirmou Vanessa.
Ela diz, também, que a plataforma trará a integração dos criptoativos com os demais produtos e canais disponibilizados pelo banco Itaú.
Criptoativos, e não criptomoedas
De acordo com Vanessa Fernandes, a preferência para lidar com ativos digitais e não criptomoedas decorre do seu objetivo de democratizar os investimentos, fazendo com que acionistas com rendas menores também possam investir nesse tipo de ativo.
Ela diz, ainda, que um dos maiores desafios do banco em relação à nova plataforma é a de educar seus clientes e investidores sobre as diferenças entre os tokens e as moedas digitais.
O banco ressalta que o desenvolvimento do Itaú Digital Assets não possui relação com a Liqui, e que o produto idealizado pelo banco ainda não é visto no mercado de forma similar, considerando os cenários exterior e nacional.