EcoRodovias (ECOR3) anuncia rescisão de concessão da ECO101
A decisão foi formalizada na última sexta-feira (15)
Na última sexta-feira (15), a EcoRodovias (ECOR3) anunciou o pedido de extinção do Contrato de Concessão da ECO101, que liga a Bahia ao Espírito Santo.
A decisão aconteceu em conjunto à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), e a companhia afirmou que continuará executando as operações da via em prol dos usuários da Rodovia BR-101/ES/BA.
Rescisão do contrato
A EcoRodovias divulgou o pedido de devolução da rodovia ao Governo Federal em Fato Relevante, publicado ao mercado após o fechamento do pregão da última sexta-feira (15).
Nele, a companhia destaca que protocolou nesta data a declaração formal quanto à “intenção de adesão ao processo de relicitação”. A decisão prevê a extinção amigável do Contrato de Concessão.
Além disso, um termo aditivo também foi acordado. Ele concede novas condições contratuais até a nova licitação do empreendimento em questão.
De acordo com a empresa, em nota, a intenção foi acordada em função da complexidade do contrato, “marcado por fatores como dificuldades para obtenção do licenciamento ambiental e financiamentos”.
A decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) de alterar o contrato de concessão também foi citada.
Por fim, a empresa afirma que a não conclusão do Contorno do Mestre Álvaro e o agravamento do cenário econômico também fizeram com que a continuidade do contrato se tornasse “inviável”.
A EcoRodovias afirma que manterá seus acionistas e o mercado atualizados a respeito das informações acerca do tema.
O documento foi, ainda, assinado pelos Diretores de Relações com Investidores da EcoRodovias Infraestrutura e Logística S. A. e da ECO101 Concessionária de Rodovias S.A., Marcello Guidotti e Júlio Cezar Moreira de Amorim, respectivamente.
No dia em que a intenção de rescisão do contrato foi anunciada, na última sexta-feira (15), as ações da EcoRodovias fecharam em alta, se valorizando em 0,38%.
Nesta segunda-feira (18), seus ativos também subiram. Seus papéis somaram às 14:43 horas (Horário de Brasília) alta de 3,44%, atingindo os R$ 5,41.
No período de seis meses, seus ativos apresentaram queda de 25,10%. No acumulado do ano, no entanto, a desvalorização atingiu os 24,68%.
A EcoRodovias administra cerca de 4 mil quilômetros de rodovias presentes em oito estados brasileiros.
A concessão da rodovia foi assumida pela companhia no ano de 2013. Ela previa, ainda, a duplicação da totalidade da via até o fim do contrato, que vigoraria durante 25.
De acordo com o Banco de Investimentos do Bradesco, o Bradesco BBI, a reação do mercado é positiva. Dessa maneira, embora a conclusão do processo possa levar cerca de três anos, a recomendação para as ações da companhia é de compra.
O preço-alvo estabelecido para os seus papéis até o final deste ano é de R$ 13,00, com a valorização prevista de 140,2% em relação aos R$ 5,41 observados às 14:43 horas de hoje.
Se comparado com o fechamento de sexta-feira, no entanto, a alta prevista atinge os 148,5%.
No entanto, no último mês, a EcoRodovias havia descartado a possibilidade da devolução do contrato em questão.
Empresa havia negado a possibilidade de rescisão
No último dia 30 de junho, o diretor de concessões da EcoRodovias, Luiz Alberto Lodi, havia descartado a possibilidade da devolução do contrato ao Governo Federal em uma reunião realizada na Comissão de Viação e Transportes, da Câmara dos Deputados.
Na época, o executivo disse que “recentemente, saíram notícias de que a Eco101 estaria devolvendo ou poderia devolver o contrato de concessão. Não há nenhuma decisão dos acionistas de devolução do contrato, que obviamente é desafiador”.
Lodi afirmou, ainda, que o tema estaria “à mesa” como avaliação desde que a “lei de relicitação” foi criada no Brasil.