TC acusa Empiricus de ser a autora de vídeo anônimo divulgado na internet
Presidente da empresa citou possível manipulação de mercado por parte da Empiricus
O presidente do Traders Club (TC), Pedro Albuquerque, veio a público nesta terça-feira, (26), em uma coletiva de imprensa para comentar os acontecimentos recentes envolvendo a sua empresa.
A coletiva realizada por Albuquerque teve como pano de fundo supostas acusações direcionadas para o TC em um vídeo anônimo que começou a ser veiculado em grupos de WhatsApp no dia 28 de junho.
De autoria desconhecida, o vídeo protagonizado por uma mulher com maquiagem de palhaço traz durante pouco mais de quatro minutos uma série de insinuações de crimes que o TC cometeu contra o mercado de capitais.
Acusações
As recentes trocas de acusações começaram com a divulgação de um vídeo anônimo nas redes sociais acusando o TC por supostas irregularidades no mercado financeiro. Entre as possíveis irregularidades estão, manipulações na apresentação de resultados da companhia e manipulação de ações na Bolsa de Valores.
As insinuações foram além do mercado financeiro, mesmo sem divulgar provas o vídeo menciona um suposto estupro coletivo de uma ex-colaborada por outros colaboradores dentro da sede da empresa e outros 17 casos de assédio.
As insinuações foram negadas pelo TC em fato relevante divulgado pela companhia no dia 30 de junho. Apesar disso, a fim de esclarecer as supostas denúncias, o TC iniciou investigações internas para apurar o caso e descobrir quem era o responsável pelo vídeo.
Segundo o presidente do TC, dias depois ao receber mensagens de sócios, ex-funcionários e funcionários mencionando abordagens de Felipe Miranda, principal sócio da Empiricus para falar sobre as acusações do vídeo, a empresa acionou a Polícia Federal para protocolar um pedido de investigação.
Ao longo da coletiva de imprensa, Albuquerque também afirmou que a Empiricus e a sua corretora, a Vitreo, lideravam as apostas contra a queda das ações do TC neste ano, de acordo com dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
O presidente do Traders Club alega que a Empiricus teria incentivado os seus investidores a venderem de propósito uma ação em que apostou contra a fim de conseguir lucros, prática ilegal e que não se encaixa nas habituais operações de short selling.
Presidente do TC alega ataque orquestrado
Ao final do vídeo anônimo, a mulher maquiada de palhaço citou um possível segundo vídeo com mais acusações a serem feitas contra o TC. Durante a coletiva, Pedro Albuquerque citou este fato e alegou que Felipe Miranda e Caio Mesquita, da Empiricus, orquestraram um ataque ao TC.
“Estamos recebendo nos nossos canais oficiais, materiais que atestam que Felipe Miranda e Caio Mesquita orquestraram um ataque ao TC, com a divulgação do primeiro vídeo e de um segundo vídeo”, disse Albuquerque.
O presidente do TC durante a coletiva ainda divulgou prints de conversas de WhatsApp dos dois sócios da Empiricus corroborando com a fala sobre a divulgação de um segundo vídeo.
Mas que não são possíveis de atestar a veracidade, apesar disso serão encaminhados para os órgãos reguladores.
Ainda de acordo com o presidente da companhia, o suposto interesse da Empiricus em divulgar esse vídeo que ainda não foi possível comprovar a autoria, vai além de manipular o mercado para obter lucro.
O TC acredita em um provável interesse por parte da Empiricus de destruir uma das suas principais concorrentes para cumprir cláusulas do seu contrato de venda assinado no ano passado junto ao BTG Pactual.
A Empiricus, no entanto, assim como o BTG não se manifestaram sobre o caso até o momento.
Queda nas ações
Assim que o vídeo anônimo foi divulgado no dia 28 de junho, as ações do Traders Club (TRAD3) começaram a operar em queda nos dias seguintes, fato que fez com que a companhia divulgasse o primeiro fato relevante a respeito do tema no dia 30 de junho.
Em uma linha do tempo usada durante a coletiva de imprensa feita pelo TC ontem, a empresa expôs os valores das ações entre os dias 28/06 e 19/07. No dia em que começou a ser veiculado o vídeo, os papéis do Traders Club valiam R$ 7,19 cada, já no dia 30 as ações já estavam cotadas a R$ 4,76.
No último dia 19, as ações da empresa atingiram o valor mínimo de R$ 3,56, registrando perdas de aproximadamente R$ 1 bilhão em valor de mercado.
Na manhã desta quarta-feira, (27), os papéis do TC estão avaliados em R$ 4,36 às 11h37.