PicPay lança corretora que permite comprar, vender e armazenar Bitcoin, Ether e USDP
O aplicativo de pagamentos PicPay lançou nesta quarta-feira, (10), o serviço de compra, venda e armazenamento de criptomoedas. Trata-se da primeira incursão da empresa na Web 3.0. Por ora, será possível negociar Bitcoin (BTC), Ether (ETH) e USDP, a stablecoin lastreada em dólar da Paxos.
De acordo com o PicPay, a liberação do serviço vai ocorrer de forma gradual aos usuários. Mas a expectativa é que dentro de algumas semanas toda a base de usuários do PicPay já tenha acesso às criptomoedas.
O serviço resulta de uma parceria do PicPay com a Paxos, empresa com foco em infraestrutura de blockchain. Conforme informou o PicPay, a Paxos vai atuar como corretora e provedora de custódia.
PicPay quer levar cripto a todos
Hoje, o PicPay tem mais de 60 milhões de usuários registrados e 30 milhões de usuários ativos. Em entrevista exclusiva ao CriptoFácil, Bruno Gregory, executivo responsável pela unidade de negócios de Cripto e Web3 do PicPay, informou que, dentro de 12 meses, a meta é ter cerca de 3 milhões de clientes usando o serviço de cripto. Segundo ele, esta é uma projeção “conservadora”.
“O PicPay é um dos players mais disruptivos em meios de pagamentos do Brasil. O nosso objetivo é liderar a popularização do mercado de cripto, eliminando a complexidade que ainda é associada a ele e ampliando a informação sobre o tema, para que todo mundo possa se apropriar dessa tecnologia”, disse Gregory.
Com foco nisso, o PicPay vai liberar a compra de BTC, ETH e USDP a partir de R$ 1. No primeiro momento, não será possível sacar as criptomoedas, mas este é um serviço que o PicPay pensa em oferecer em breve. Contudo, isso vai depender do comportamento e da demanda dos usuários.
“Essas são funcionalidades que são bem comuns nas wallets. A gente quer sim chegar nesse ponto, mas com muito cuidado. O primeiro ponto de decisão nosso é: a experiência está sendo realizada com sucesso? Esta é uma demanda recorrente dos usuários? Então, a gente vai estar olhando o comportamento e os dados para a tomada de decisões e de prioridades do nosso roadmap. Mas sim, são funcionalidades que estão no nosso radar”, disse o executivo.
Lançamento de stablecoin
Gregory também revelou os próximos passos do PicPay na Web 3.0. A empresa pretende lançar, ainda em 2022, a sua própria stablecoin lastreada em real. Isso vai permitir que o PicPay seja utilizado como forma de pagamento em todos os lugares que aceitem carteiras de cripto.
A ideia, segundo o executivo, é integrar todos os serviços atualmente oferecidos pelo PicPay às criptomoedas. Ou seja, transferências, P2P (peer-to-peer) e pagamentos.
“Neste ano, nós estamos bem animados com relação à exchange que é a porta de entrada dos nossos usuários para o mundo de cripto e da web 3”, disse Gregory. “Nos próximos passos, a gente quer trazer pagamentos, P2P… A gente vai conseguir ligar todo o ecossistema do PicPay com cripto e pretendemos lançar isso ainda esse ano.”
Outras criptomoedas
O executivo também afirmou que o PicPay pode, no futuro, disponibilizar outros ativos aos clientes. No entanto, esse processo vai depender da demanda dos usuários e vai passar por uma curadoria cautelosa para garantir que os ativos sejam seguros e tenham fundamentos fortes:
“A gente não quer adicionar nenhuma moeda ou token que não tenha um caso de uso real no mundo e na comunidade. Vamos promover uma curadoria para trazer token e moedas que sejam seguros, que sejam fortes, para assegurar a boa experiência e o valor investido aos nossos usuários”, disse ele ao CriptoFácil.
Mais do que especulação
Por fim, sobre o lançamento do serviço no bear market, ou seja, no “inverno cripto”, Gregory ressaltou:
“Quem está há bastante tempo no mercado sabe que no ‘bear’ é a hora de ‘build’ [construir]. Todos os grandes players do passado desenvolveram no bear market e colheram no bull. Então, a gente está bem animado em construir não só a exchange, que é o primeiro passo do PicPay nessa área, mas vem muita coisa boa pela frente… A gente acha que cripto é muito mais do que especulação e investimento”, concluiu.