Qual o impacto das eleições no Mercado Financeiro?
Confira como o mercado de ações se comporta diante evento político
A surpresa gerada pelo resultado da disputa presidencial deste domingo (02), que deve se concluir em segundo turno no próximo dia 30 de outubro, também foi refletida no mercado de ações, com especialistas prevendo um dia de alta.
Ao contrário do que as pesquisas prévias mostravam, o ex-presidente Lula (PT) e o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) prosseguiram ao segundo turno com uma diferença apertada, de apenas cinco pontos percentuais.
Disputas eleitorais
Além de gerar surpresas no âmbito político, o resultado das disputas eleitorais também provocaram reações no mercado financeiro como um todo.
Este domingo foi marcado pela definição de um segundo turno entre o ex-presidente Lula (PT) e o atual presidente Jair Bolsonaro (PL), que busca sua reeleição, que deve ocorrer no próximo dia 30 de outubro.
No último sábado (01), na véspera das eleições, a pesquisa do DataFolha previa um cenário positivo ao candidato petista, com 50% das intenções de voto no primeiro turno.
A quantia é 14% maior do que a registrada para o atual Presidente da República, que contava com 36% das intenções.
O resultado do dia eleitoral, no entanto, gerou uma reação de surpresa aos eleitores. O ex-presidente Lula atingiu 48,4% dos votos, enquanto Jair Bolsonaro 43,2%.
Por ambos reunirem menos de 51% dos votos, um segundo turno foi determinado, que deve decidir, daqui a 27 dias, o novo presidente do Brasil.
O cenário também foi registrado no estado de São Paulo, o maior colégio eleitoral do país. Dessa forma, os candidatos Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Fernando Haddad (PT) também disputarão um segundo turno.
Desempenho do mercado financeiro
O acontecimento, por si só, foi o suficiente para refletir na Bolsa de Valores um dia de altas: por volta das 16:53 horas (Horário de Brasília), o índice Ibovespa, o medidor do mercado de ações brasileiro, acumulou uma alta de 5,46%, atingindo os 116 mil pontos.
Composto pelo desempenho das ações negociadas na B3, a Bolsa de Valores brasileira, o índice representa, em seus pontos, o aumento de capital no mercado financeiro.
A quantidade registrada é, ainda, a maior desde o dia 19 de abril, quando o mercado de ações também havia atingido os 116 mil pontos.
Além disso, também foi possível identificar na cotação do dólar comercial os efeitos gerados pela tensão política das disputas. Por volta das 17:15 horas (Horário de Brasília), a moeda americana somava uma queda de 4.47%.
Para Diogo Da Silva, Analista de Investimentos CNPI da Estoa, a reação positiva do mercado de ações, com uma série de altas, decorre de uma antecipação do resultado eleitoral, sobretudo, acerca da disputa presidencial.
Dessa forma, considerando que a vitória do ex-presidente Lula seja o cenário mais provável, ele afirma que a composição dos dois poderes: executivo e legislativo seja a chave para entender as movimentações na Bolsa de Valores.
“O mercado já precifica que Lula terá que adotar uma posição mais ao centro, o que significa a adoção de políticas mais agradáveis ao mercado, como respeitar o teto de gastos, não avançar com a reestatização da Eletrobras ou manter a política de preços da Petrobras”, disse Diogo.
Ao fim do pregão desta segunda-feira (03), as ações da Petrobras (PETR4) atingiram uma alta de 7,99%, cotadas aos R$ 32,18.
A Eletrobras (ELET3), também citada pelo analista, por sua vez, chegou ao final do dia com uma valorização de 6,63%, atingindo os R$ 45,82.
Dessa maneira, para Diogo, as altas do índice são pressionadas pela valorização das ações das estatais.
Além disso, o fenômeno também pôde ser identificado nos cenários estaduais. “No âmbito estadual, podemos ver que a eleição dos apoiados por Bolsonaro repercutiu positivamente no mercado financeiro”.
“Neste momento já precificando a vitória de Zema em Minas Gerais, basta ver o aumento que a CEMIG teve, e a possível virada do Tarcísio em São Paulo, vendo o aumento da SABESP”, conclui o analista.