Quais são os fatores por trás da crise do Credit Suisse? – ESTOA

Quais são os fatores por trás da crise do Credit Suisse?

A instituição financeira passa por momentos difíceis em sua confiabilidade


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Conhecido como um dos maiores bancos de investimento do mundo, e o segundo maior da Suíça, a instituição suíça Credit Suisse passou, nos últimos dias, um período de tensão, pressionado por crises envolvendo a sua confiabilidade.

Isso fez com que, repentinamente, a instituição bancária perdesse seu valor: antes avaliado em US$ 30 bilhões (cerca de R$ 156,3 bilhões), o Credit Suisse valia, na última segunda-feira (03), US$ 10 bilhões (aproximadamente R$ 52,1 bilhões).

Crise do Credit Suisse

Os boatos acerca da confiabilidade do banco de investimentos suíço começaram na última sexta-feira (30). Naquele dia, no mercado financeiro, surgiram especulações sobre a instituição, afirmando que o Credit Suisse não seria capaz de honrar com seus compromissos financeiros.

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Isso pois, ao longo do ano, a instituição perdeu mais da metade do seu valor de mercado, com uma queda de 15% em seus ativos apenas no mês de setembro.

O Credit Suisse perdeu mais da metade do seu valor de mercado em um ano/Foto: Folha – UOL

As quedas, somadas a um cenário pessimista para a economia global, considerando as taxas de juros e de inflação, fez com que seus clientes retirassem seus montantes do banco, em uma tentativa de preservar o seu patrimônio.

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Ao todo, desde o começo do ano, as ações do Credit Suisse se depararam com uma queda de 60% em sua precificação.

Para o mercado, os conflitos em que a instituição se envolveu durante este ano foram um dos principais motivos para a crise atual do banco. Elas fizeram com que o Credit Suisse tivesse um prejuízo milionário, afetando o seu valor de mercado.

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A situação é grave o bastante para que, na última sexta-feira, o atual CEO da instituição bancária, Ulrich Koerner, distribuísse uma nota interna se esclarecendo sobre o cenário atual do banco de investimentos suíço.

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No comunicado, o executivo cita que a atual situação da instituição é realmente “crítica”, mas afirmou que o banco possui liquidez e está capitalizado. 

Além de buscar tranquilizar os investidores acerca da situação de liquidez do Credit Suisse, Kerner também reconheceu que os boatos acerca da saúde financeira da instituição devem perdurar pelas próximas semanas.

Por fim, o executivo prometeu apresentar, até o próximo dia 27 de outubro, um plano de reestruturação do banco.

Escândalos

Os conflitos em que o Credit Suisse se envolveu ao longo dos últimos anos representam, para o mercado financeiro, a principal razão pelo cenário atual do banco de investimentos suíço.

Em meados de 2021, a instituição se envolveu em um escândalo com o Archegos Capital Management, um family office de Bill Hwang, um investidor da Coréia do Sul.

Archegos Capital Management/Foto: Compliance Week

Na época, o Archegos havia quebrado, levando diversas instituições bancárias a terem um prejuízo bilionário. Um desses bancos foi o Credit Suisse, que se viu com uma perda de cerca de US$ 5,5 bilhões (atualmente, cerca de R$ 26,1 bilhões).

Ainda no ano passado, foi a vez da instituição se envolver em um conflito com o Greensill, uma empresa que se focava em emprestar dinheiro a outras companhias.

Se assemelhando com o primeiro caso, a instituição também decretou falência, gerando o prejuízo de US$ 10 bilhões (atualmente, cerca de R$ 52 bilhões).

Assim, com escândalos, multas e sentenças judiciais, o banco viu o seu patrimônio se derreter pouco a pouco.

Troca de CEO

No mês de julho deste ano, além de divulgar os resultados para o segundo trimestre, o Credit Suisse também anunciou a saída do então CEO na época, Thomas Gottstein.

As perdas apresentadas pelo banco de investimentos suíço para o 2T22 foram de US$ 1,66 bilhão (atualmente, cerca de R$ 8,6 bilhões). Segundo os analistas, o prejuízo foi maior do que o esperado pelo mercado financeiro.


Na época, Gottstein admitiu que a performance do banco foi “significativamente afetada por um grande número de fatores externos, incluindo ventos contrários geopolíticos, macroeconômicos e de mercado”.

Logo depois, o executivo foi substituído por Ulrich Koerner, que assumiu a presidência executiva da instituição.