O relacionamento entre as empresas convencionais e as criptomoedas em meio ao “Inverno cripto” – ESTOA

O relacionamento entre as empresas convencionais e as criptomoedas em meio ao “Inverno cripto”

Mesmo em temporada de queda, as companhias interagem com os ativos digitais


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As criptomoedas passam, atualmente, pelo seu pior período desde sua ascensão. Uma temporada fria, que afetou a precificação dos ativos digitais de maneira negativa.

Conhecido como o “Inverno cripto”, o momento faz com que os principais criptoativos acumulem baixas recorrentes, fazendo com que a desvalorização das moedas atinja níveis recordes.

As baixas foram pressionadas, acima de tudo, pelo cenário macroeconômico, afetado por conflitos e o grave risco de uma nova recessão nos Estados Unidos.

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Isso fez com que, ao longo de 2022, a inflação e as taxas de juros pressionassem o mercado de ativos de risco, prejudicando acima de tudo, dentre esse tipo de investimento, as criptomoedas, caracterizadas pela sua volatilidade.

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Em um período de 12 meses, o Bitcoin (BTC), o maior dos ativos digitais, somou uma desvalorização de 65,8%, cotado aos cerca de R$ 100 mil no início da tarde desta sexta-feira (07).

Isso é cerca de um terço de sua precificação atingida em novembro do ano passado: a de US$ 374 mil.

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O Ether (ETH), que também é uma das criptomoedas mais negociadas, também foi afetado pelo inverno cripto — tão rigoroso que nem a atualização “The Merge” mudou o cenário —, somando uma queda de 65,14%, aos R$ 6,9 mil.

Os ativos digitais fazem parte da chamada web3/Foto: Reprodução

Este fator, no entanto, não impediu que o mercado financeiro continuasse investindo no mercado cripto e em suas tecnologias, o que pode indicar um fim próximo à esta estação congelante em que este setor do mercado financeiro se encontra.

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Empresas e criptomoedas

Apesar da recorrente desvalorização dos cripto ativos, as empresas convencionais continuam a se relacionar com as moedas digitais, o que poderia representar um fim ao inverno cripto.

Nesta sexta-feira (07), por exemplo, a companhia de pagamentos Visa anunciou uma parceria com uma das maiores exchanges de criptomoedas do mundo, a FTX.

O acordo foi firmado com o objetivo de levar novas opções de cartões de crédito em, pelo menos, 40 países ao redor do mundo. Assim, os clientes da exchange poderão pagar por serviços e produtos sem qualquer tipo de taxa.

Os investimentos, no entanto, não param por aí. Ainda nesta sexta-feira, foi a vez do Citi Ventures, o ramo de venture capital do Citigroup, anunciar o investimento em uma startup cripto, a Xalts.

O fundo participou de uma rodada de financiamento responsável por garantir à empresa o total de US$ 6 milhões. O Citi Ventures atuou, ainda, como um dos líderes da rodada, em conjunto com a Accel, uma companhia de capital de risco.

O diretor administrativo do Citi Ventures, Luis Valdich, disse que o fundo reconhece o crescimento da demanda por investimentos expostos à criptomoedas por parte do mercado.

“Queremos criar produtos inovadores para atender ao crescente apetite de investidores institucionais por investimentos com exposição às criptos de forma mais eficiente e robusta”.

Além disso, o Sistema de pagamentos global Swift anunciou recentemente seus planos de conectar todos os Bancos Centrais através de uma única criptomoeda.

O ativo digital seria uma criação própria da companhia, e seria classificada como uma CDBC (Central Bank Digital Currency, moeda digital de banco central em português).

Atualmente, a ação conta com o apoio de diversos bancos privados, como o HSBC, Standard Chartered e UBS.

Imagem Ilustrativa/Foto: Instituto Propague

Todas as interações entre as empresas convencionais e instituições bancárias com as criptomoedas podem sinalizar um fim ao longo período de quedas das moedas digitais.

Reforçado pelo interesse crescente de investidores institucionais, o período pode representar não apenas a ruína desses ativos, mas também uma valorização futura.

O fim do inverno cripto está realmente próximo?

Apesar do crescente interesse de diferentes atuantes do mercado financeiro nas moedas baseadas na rede blockchain e da melhora do quadro de inflação norte-americano, o período de baixas pode perdurar por um período mais longo.

A situação frágil gerada pelo cenário macroeconômico faz com que o mercado cripto permaneça sensível à mudanças.

Nesta sexta-feira, o Ether e o Bitcoin, as principais criptomoedas disponíveis, desabaram em conjunto aos índices das Bolsas de Valores norte-americanas.


O motivo é o recuo do desemprego maior do esperado nos Estados Unidos, de acordo com o The Wall Street Journal. Segundo economistas consultados pelo veículo norte-americano, o total de de 3,5% de desemprego fica abaixo da expectativa, de 3,7%.

Isso representa, ainda, um esforço do Fed (Federal Reserve), o Banco Central dos EUA, constante na política monetária norte-americana, que deve perdurar.

Dessa forma, o Bitcoin (BTC), a criptomoeda mais negociada, somou às 15:19 horas (Horário de Brasília) uma queda de 2,94%. O Ether (ETH) atingiu, no mesmo horário, uma desvalorização de 2,44%.