Saiba como funciona a Política Monetária Brasileira

Você sabe o que é Política Monetária? Ela tem um papel fundamental em relação ao desenvolvimento das finanças de uma nação. Mesmo com a presença constante na vida dos cidadãos, muitas pessoas não sabem como ela funciona e nem como ela pode impactar no seu dia a dia. Venha conhecer mais sobre este importante setor da economia brasileira e em como ele é gerido. 

A Política Monetária tem por definição o conjunto de medidas que são adotadas por um governo e tem como objetivo o controle da oferta da moeda na economia, que no caso, seria a liquidez (quantidade de dinheiro na economia). De acordo com o tipo de política praticada pelo Estado pode impactar diretamente a inflação e a taxa de juros da nação, dessa forma, dando ou tirando o poder de compra dos cidadãos.

Além de gerir a economia, a Política Monetária tem a função de conter e superar crises financeiras. Porém, caso ela seja utilizada de forma incorreta pode levar a problemas financeiros graves que afetam profundamente a vida das pessoas. 

Seu principal objetivo é manter a inflação sob controle e para que isto aconteça, metas são preestabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), e é papel do Banco Central (Bacen), manter a inflação sob controle. Este controle é avaliado a partir de um intervalo de tolerância de 1,5% para mais ou para menos da meta já estabelecida. Então se o CVM colocar como centro da meta uma inflação de 5,0% ao ano, é dever do Bacen manter a inflação de 3,5% a 6,5%. 

Caso a meta não seja cumprida, é obrigatório o presidente do Bacen tem de divulgar publicamente as razões do descumprimento, por meio de carta aberta ao Ministro da Fazenda, presidente do CMN, contendo descrição detalhada das causas do descumprimento, as providências para assegurar o retorno da inflação aos limites estabelecidos e o prazo no qual se espera que as providências produzam efeito.

O principal instrumento utilizado para controlar a inflação no Bacen é a Taxa Selic. Ela é a taxa básica de juros da economia e influencia todas as taxas de juros do país, como as taxas de juros dos empréstimos, dos financiamentos e das aplicações financeiras. Além disso, ela opera por vários canais que acabam por influenciar o comportamento da inflação. 

Confira agora quais são os instrumentos de Política Monetária e quais são os seus tipos.

TIPOS DE POLÍTICA MONETÁRIA

Em resumo, há dois tipos de política monetária, com medidas e objetivos diferentes, que são a política expansiva e a restritiva. 

Restritiva
Este tipo de política monetária é adotada quando a inflação está em patamares altos e tem como objetivo diminuir este percentual. A principal estratégia utilizada neste cenário é o aumento da taxa de juros, gerando assim, um controle de disponibilidade de moeda na economia. 

Com essa ação, a consequência é que o preço dos produtos se elevem, diminuindo assim, o consumo. Outro efeito desta política é a queda do Produto Interno Bruto (PIB), já que o consumo foi desestimulado. Com essas quedas, a inflação tende a reduzir também, trazendo uma estabilidade à taxa. 

Expansionista

Quando o país se encontra em situações de crise ou recessão econômica, é adotada a política monetária expansionista. Sua estratégia é inversa à política restritiva e tem como objetivo aumentar a liquidez e a oferta de moeda na economia. 

As consequências dessas medidas são uma maior disponibilidade de recursos na economia e aumento na renda, na produtividade e no consumo. Por fim, a tendência é que o PIB também aumente. 

Essas ações só são possíveis por meio de três instrumentos imprescindíveis para a política monetária: Open Market, Redesconto e Depósito Compulsório. Vamos explicar o que são essas ferramentas e como o Estado as utiliza. 

INSTRUMENTOS DE POLÍTICA MONETÁRIA

Open Market

O Open Market, que também é conhecido como Mercado Aberto, é onde o Banco Central pode vender e comprar títulos públicos federais. 

Com a venda desses títulos, ele consegue reduzir a oferta de moeda, que tem relação com uma política restritiva. Caso o Banco Central decida comprar títulos, ele está inserindo moeda na economia e aumentando sua liquidez, prática que faz parte da política expansionista.

Redesconto

A taxa de Redesconto ocorre quando o Banco Central empresta dinheiro a outros bancos e instituições financeiras, que por sua vez, emprestam dinheiro a pessoas e empresas. 

Isto significa que caso a situação do país seja de baixa liquidez, o Bacen pode cobrar uma taxa acima da utilizada no mercado por esses empréstimos. Esse valor mais alto é característica de uma política expansionista, já que dessa forma injeta mais dinheiro disponível na economia.

A redução da taxa do redesconto tem relação com uma política monetária restritiva, já que, através da redução desta taxa, diminui-se a quantidade de moeda disponível em uma economia.

Para entender como funcionam na prática essas ações e instrumentos é preciso ter conhecimento sobre o principal índice que rege a política monetária: a inflação e a taxa selic.

A INFLAÇÃO, SUAS CAUSAS E SEUS EFEITOS

A ​Inflação é o aumento dos preços de bens e serviços. Ela implica diminuição do poder de compra da moeda e tem como medida o índice de preços. O Brasil tem vários índices de preços. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o índice utilizado no sistema de metas para a inflação.

As causas de uma alta na inflação são variadas, mas as principais são as pressões de demandas, pressões de custos, inércia inflacionária e expectativas de inflação. 

Suas consequências são a incerteza na economia, que por sua vez gera dúvidas aos investidores e prejudica o crescimento econômico; Os preços relativos ficam distorcidos, gerando várias ineficiências na economia. As pessoas e as firmas perdem noção dos preços relativos e, assim, fica difícil avaliar se algo está barato ou caro. 

A deflação também é algo que não é interessante para a economia de um país. Ela pode afetar diretamente a renda dos trabalhadores.  Um comerciante poderá ter prejuízo se ganhar menos amanhã pelo estoque que fez hoje. As famílias e as empresas poderão adiar suas decisões de consumo e investimento se houver a perspectiva de que os preços estarão mais baixos amanhã, deprimindo a atividade econômica.

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