Cosan (CSAN3) vê ações despencarem após comprar fatia da Vale – ESTOA

Cosan (CSAN3) vê ações despencarem após comprar fatia da Vale

Desde o dia da aquisição, empresa desvalorizou por volta de 15%


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Pouco mais de três dias depois de adquirir uma fatia das ações da Vale (VALE3), a Cosan (CSAN3) tem enfrentado um cenário desafiador, devido ao ceticismo do mercado em relação à compra que ampliará o seu portfólio no setor de mineração.

Após a aquisição bilionária anunciada pela Cosan na última sexta-feira (7), que servirá para aumentar o portfólio da empresa, que agora estará presente no setor de mineração, a companhia já viu os seus papéis caírem cerca de 15%. 


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Negócio entre Cosan e Vale

No acordo celebrado entre as duas empresas, a Cosan garantiu a compra de cerca de 4,9% da mineradora, com a possibilidade de aumentar esse percentual em 1,6%, chegando a 6,5% desde que haja a aprovação do Cade (Conselho Administrativa de Defesa Econômica). 

No total, somando os valores referentes a compra de ações e os derivativos posteriores, a transação ficará na casa dos R$ 22 bilhões, o que representa para a Cosan, um investimento que equivale a dois terços do valor de mercado da companhia.

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Apesar disso, a empresa garante que a aquisição faz sentido pensando na ampliação de portfólio da companhia, que foi fundada como produtora de açúcar e etanol, e hoje em dia já atua em outros setores nos mercados de energia, logística e recursos naturais.

Cosan (CSAN3) vê ações despencarem após comprar fatia da Vale
Cosan se fortalecerá no setor de mineração com compra da Vale /Foto: Brazil Journal

A chegada da Cosan no setor de mineração já não é novidade, mas a compra da fatia minoritária da Vale fará com que a empresa aumente a sua presença no setor, que já tinha feito um investimento de R$ 720 milhões no ano passado para adquirir o TUP São Luís Port, que é considerado como um dos maiores projetos de infraestrutura portuária do Maranhão.

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Além disso, a Cosan também está em tratativas para a criação de uma joint venture no setor de minério de ferro, que se chamará JV Mineração e está sendo planejada por meio da sua subsidiária Atlântico Participações em parceria com a Bergnol Holding Limited.

Caso a Cosan opte por adquirir os 1,6% restantes posteriormente, a empresa se tornaria a terceira maior acionista da mineradora, ficando atrás somente da Previ, que possui 8,69% e da Capital World Investor, com 6,69%.

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Quedas nas ações

Apesar do movimento ousado por parte da Cosan em adquirir as ações da Vale, o mercado reagiu negativamente ao negócio, o que tem feito com que os papéis caiam desde que o anúncio foi feito. Somente na sexta-feira (dia da aquisição), a Cosan teve uma queda de 8,7% no fechamento do mercado.

Nesse início de semana, a tendência de queda se manteve e a empresa liderou as quedas do Ibovespa no dia, recuando mais 7,5%, fechando o dia com as suas ações cotadas a R$ 15,40.

Com as consecutivas quedas, a Cosan já acumula uma perda de valor de mercado de aproximadamente R$ 5 bilhões desde o anúncio feito durante o pregão de sexta-feira. E inicia esta terça-feira de maneira cautelosa. Às 10:30 os papéis da companhia eram negociados a R$ 15,45, um aumento de 0,39%.

Estrutura da negociação

A princípio, de acordo com a Cosan, o investimento para a aquisição das ações da Vale será feito de formas parceladas. A empresa informou em comunicado ao mercado que já investiu cerca de R$ 8 bilhões para garantir 1,5% da mineradora e ao longo dos próximos cinco anos financiará o restante da operação em derivativos (R$ 13 bilhões), para concluir os 4,9%.

Para garantir o pagamento inicial, a Cosan informou que realizou um empréstimo-ponte com os bancos Bradesco e Itaú para poder realizar o aporte de R$ 8 bilhões, dando como garantia dividendos futuros da Raízen e Compass e a estruturação dos derivativos foi feita pelo J.P Morgan e Citi.