O Valor justo do real – Teoria da Paridade do poder de compra
Aproveitando o assunto da alta do dólar, comentarei aqui neste texto sobre o valor justo do Real
Visto que o fluxo de capital estrangeiro na B3 até o momento de +- US$ 70 bilhões, tem nos ajudado na taxa de câmbio e na valorização da nossa bolsa – exceto nesta semana na qual a movimentação da bolsa está para baixo devido ao movimento de sell-off dos papéis das estatais devido a turbulência da reta final do 2º turno das eleições, fica a pergunta: qual o valor da nossa moeda?
Vamos entender como se chega na Taxa de câmbio de Equilíbrio pela ótica da Teoria da Paridade do poder de compra, que diz que a taxa de câmbio é determinada pela variação relativa dos poderes de compra entre cada moeda.
A teoria da paridade é um indicador usado para comparar as diferentes moedas ao redor do mundo. Com isso, é possível verificar se o que se compra com certa quantia em um país, compra o mesmo produto em outro.
Ela considera que existe uma taxa de câmbio de equilíbrio para a economia de cada nação. Dessa maneira, seria possível analisar as tendências das economias no longo prazo.
Segundo essa teoria, um conjunto de bens e serviços possui o mesmo valor em dois países, quando suas moedas estão em equilíbrio.
Sendo que o princípio que envolve essa paridade é chamado de Lei do Preço único. Essa lei diz que mercadorias idênticas tinham que ter o mesmo valor, levando em conta um comércio livre entre os países.
O cálculo da paridade entre países, leva em conta a taxa de câmbio real, onde é possível comprar os mesmos produtos e serviços.
Segundo a Lei do Preço único, a paridade vai existir se os preços entre dois países forem iguais. Isso considerando a taxa de câmbio nominal para que haja a troca de moedas.
Vou usar aqui um exemplo da época que li e vi vários vídeos abordando este assunto.
Poder de compra do real
O poder de compra do real/dólar partindo do ano de 1994, início do plano Real, vemos que, com US$100,00 em janeiro de 2022 se comprava aproximadamente US$ 53,10 (segundo o CPI), e com R$ 100,00 se compra R$ 14,01 (segundo o IPCA na data que fiz a pesquisa).
Dividindo então um pelo outro, temos a T.C.E= R$ 3,79. Um valor fora da realidade, não? O ideal seria então, alterarmos a data do ponto de partida para março de 99, data que o BC abandonou o regime de bandas cambiais (câmbio controlado) para o regime cambial flutuante.
Dividindo um pelo outro (razão entre o poder de compra do dólar e o poder de compra do real), chegamos a um valor justo do real em R$ 4,58, valor mais razoável e se aproximando do valor em que hoje se encontra o dólar, até o momento que escrevo, R$ 5,29.
-Flávia Davoli
*As opiniões do colunista não refletem necessariamente a posição da Estoa.