Natura (NTCO3) usa intervalo da chamada do debate para cobrar posicionamento de candidatos sobre Amazônia – ESTOA

Natura (NTCO3) usa intervalo da chamada do debate para cobrar posicionamento de candidatos sobre Amazônia

Novo comercial da Natura questiona candidatos ao segundo turno das eleições de 2022 sobre posicionamento em relação ao desmatamento na Amazônia


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Nesta sexta-feira (28), a rede de televisão Globo, está promovendo um debate com os candidatos do segundo turno às eleições presidenciais de 2022. A Empresa de cosméticos Natura (NTCO3), utilizou o intervalo da chamada do debate para cobrar o posicionamento dos candidatos em relação à Amazônia. 

Na propaganda, a Natura pede um posicionamento aos candidatos sobre os planos para a floresta amazônica, deste modo, a peça publicitária questiona como os candidatos pretendem acabar com as queimadas.  

A propaganda 

Em um trecho do texto que está na propaganda, a Natura diz: “Candidatos(as), eu perco mais de 350 mil árvores só no tempo desse debate. Será que dessa vez vocês vão falar dos planos para me proteger?”.

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O desmatamento na Amazônia é um dos principais assuntos na comunidade internacional em relação ao Brasil, pois com o governo de Jair Bolsonaro (PL), a taxa de desmatamento da floresta bateu um número recorde em 15 anos, causando um grande impacto para o clima global. 

O diretor do SOS Amazônia, Chico Mendes comentou sobre o posicionamento  da empresa de cosméticos no intervalo do debate. “Não é comum que as empresas exponham esse posicionamento de modo tão escancarado, ainda mais no horário nobre”, afirma Mendes. 

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O vice-presidente de negócios da Natura, Agenor Leão disse que: “Achamos importante lembrar a população de que esse é um assunto urgente e que merece mais atenção por parte das pessoas tomadoras de decisões no nosso país”. 

Leão apontou que durante as campanhas eleitorais e debates que aconteceram no primeiro turno das eleições, nenhum candidato mostrou um posicionamento em relação ao desmatamento na Amazônia.

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Imagem da Amazônia Créditos: Imazon

O engajamento ambiental da Natura 

A peça publicitária faz parte da Agência África, que tem parceria com uma campanha maior da Natura que incluiu uma espécie de “contador” em tempo real das árvores que caíam na floresta, por meio de um painel localizado em Brasília.

O engajamento da Natura em relação ao desmatamento da Amazônia, acontece há algum tempo, já que a empresa utiliza a matéria-prima da floresta, como as frutas e plantas, no conteúdo de seus produtos.  

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Na propaganda, foi exibida uma conta nas redes sociais, a Amazônia Viva, que serve como rede de mobilização pró-floresta. No link que está presente na Amazônia Viva, você pode ser direcionado ao Plena Mata, que é uma plataforma de conservação, na qual a Natura e a organização MapBiomas fazem parte. 

A Plena Mata abriga iniciativas como o Farol Verde, que de acordo com a Natura,  ajuda as pessoas a contarem de maneira consciente pensando na pauta ambiental.

O Farol Verde, criou um índice de convergência ambiental para os candidatos ao Senado, assim como a Câmara dos Deputados, com o objetivo de que o eleitor pudesse saber a posição dos candidatos em relação às questões ambientais e ao desmatamento.  

Jair Bolsonaro encontra-se como alvo das críticas ambientais, e a peça publicitária lançada no intervalo da chamada do debate, foi vista pelos seus eleitores, como uma crítica ao governo do candidato à reeleição. 

Agenor Leão, afirmou que por mais que a peça publicitária critique a falta de compromisso do governo perante a taxa alta de desmatamento da Amazônia, a empresa de cosméticos permanece imparcial diante dos partidos e candidatos.  

Por mais que o vice- presidente de negócios da Natura tenha dito que a empresa de cosmético é imparcial em relação às eleições de 2022, os empresários fundadores, Guilherme Leal e Pedro Passos já declararam em entrevistas seu apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Imagens do debate entre o ex-presidente Lula e o atual Bolsonaro Créditos: Reprodução

Os comentários sobre a peça publicitária 

Em uma declaração, o professor e coordenador do centro ESPM de desenvolvimento socioambiental, Marcus Nakagawa disse sobre a propaganda que: “dá para entender que a Natura está entendendo a causa. A empresa não está ligada a um ou outro partido, cada um vai interpretar conforme sua lente de visão política”, afirmou ele, destacando outras ações anteriores da companhia.

Miguel Scarcello, da SOS Amazônia disse que o objetivo da Natura é conscientizar o público: “Se formos analisar mesmo, quando falamos de região amazônica, da floresta, a gente está considerando que o controle ambiental que tinha que ser feito está tendo alguma falha, seja pelo governo federal, por governo estaduais”.