Ministro da justiça faz balanços diferentes da PRF sobre as manifestações em rodovias
Anderson Torres divulga número de manifestantes que foram multados e presos por intervenção nas rodovias
O ministro da Justiça, Anderson Torres, divulgou, nesta quinta-feira (03), que a Polícia Rodoviária Federal (PRF), aplicou 4.216 multas e 37 prisões já foram feitas aos manifestantes que impediram a movimentação nas rodovias do Brasil, totalizando R$11,3 milhões em penalizações.
Anderson Torres também disse que 864 vias foram liberadas, com 20 delas pelas tropas de choque, sendo assim o ministro afirmou que restam apenas dois pontos de rodovias que ainda estão bloqueadas pelos manifestantes. Entretanto, os balanços feitos pela PRF são diferentes dos divulgados pelo ministro.
Os balanços da PRF
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) fez um balanço sobre a liberação das rodovias no twitter, nesta manhã, às 10:57, informando que 876 rodovias já haviam sido liberadas, porém que ainda faltam 13 pontos para serem liberados das manifestações, sendo assim as informações feitas pelo ministro da Justiça não batem com as divulgadas pela própria PRF.
Na segunda- feira (31), o presidente do Tribunal Superior Regional (TSE), Alexandre de Moraes, decretou que a PRF e a Polícia Militar estadual, federal e municipal liberassem as vias públicas, deste modo interrompendo as manifestações.
Com a ordem de Alexandre de Moraes, para liberar as rodovias da intervenção, a PRF e a Polícia Militar começaram a multar os manifestantes, contabilizando na quarta-feira (02), cerca de 18 milhões de multas.
Em São Paulo, a Polícia Militar divulgou, às 11:13 da manhã, que já haviam liberado 334 pontos bloqueados por manifestantes, nas avenidas da capital paulista e em rodovias estaduais e federais, assim como já haviam aplicado mais de 260 multas, no valor de R$ 100 mil, para condutores que desrespeitaram a determinação de liberação das vias.
A PM divulgou uma nota no Estado de São Paulo que diz: “As equipes tentarão a liberação das rodovias pelo diálogo. Se não houver resultado positivo, poderão multar os caminhoneiros e fazer uso progressivo da força”
Alexandre de Moraes disse em seu discurso, nesta quinta-feira que: “Movimentos criminosos que serão combatidos e os responsáveis serão responsabilizados na forma da lei. A democracia venceu novamente no Brasil. Aqueles que criminosamente não estão aceitando a democracia serão tratados como criminosos e as responsabilidades serão apuradas”.
As manifestações nas rodovias do Brasil começaram, no domingo (30), pelos apoiadores do atual presidente Jair Bolsonaro (PL), após o resultado do segundo turno das eleições, no qual elegeu Luiz Inácio Lula da Silva como o próximo presidente da República.
“As eleições acabaram, o segundo turno acabou democraticamente no último domingo. O TSE proclamou o vencedor, o vencedor será diplomado até dia 19 de dezembro e tomará posse em 1º de janeiro de 2023. Isso é democracia, isso é alternância de poder, isso é estado republicano”, disse Moraes.
O pedido de Jair Bolsonaro aos manifestantes
Em um vídeo, na quarta-feira (02), o atual presidente Jair Bolsonaro, se manifestou sobre o agravamento da situação econômica do país devido aos bloqueios. Sendo assim, Bolsonaro pediu para que os manifestantes liberem as rodovias, fazendo um apelo para que os bloqueios tenham um fim.
“Sei que vocês estão chateados, estão tristes, esperavam outra coisa. Eu também estou tão chateado, tão triste quanto vocês. Mas nós temos que ter a cabeça no lugar”, disse o presidente.
Em outro trecho, Bolsonaro pede para os manifestantes: “Mas eu quero fazer um apelo a você. Desobstrua as rodovias. Isso daí não faz parte, no meu entender, dessas manifestações legítimas. Não vamos perder, nós aqui, essa nossa legitimidade. Outras manifestações que vocês estão fazendo pelo Brasil todo, em praças, faz parte, repito, do jogo democrático”.
O presidente também cita o trabalho feito pela PRF e a Polícia Militar na liberação das rodovias: “Colocamos a nossa Polícia Rodoviária Federal desde o primeiro momento para desobstruir rodovias pelo Brasil, e eles têm feito o trabalho de tentar desobstruir, mas são muitos pontos e as dificuldades são enormes”.