Amazon (AMZN34) faz planejamento para realizar demissão de cerca de 10 mil funcionários, diz jornal
O anúncio acontece alguns dias depois da Amazon registrar uma queda de US$ 1 trilhão em valor de mercado
A Amazon (AMZN34) está planejando demitir cerca de 10 mil funcionários de cargos corporativos e de tecnologia a partir desta semana, declarou o New York Times
nesta segunda-feira. Suas ações recuaram quase 2% na bolsa americana Nasdaq, e os BDRs negociados no Brasil também operam em queda após a reportagem.
As demissões devem se concentrar na divisão de varejo, recursos humanos e departamentos relacionados a dispositivos da companhia, como a Alexa. O montante representa 3% dos funcionários da Amazon nos Estados Unidos e menos de 1% da força global da empresa, que tem mais de 1,5 milhão de funcionários.
O anúncio acontece alguns dias depois da Amazon registrar uma queda de US$ 1 trilhão em valor de mercado em meio à crise das big techs, conforme informou a Bloomberg.
Tendo registrado um prejuízo operacional de mais de 5 bilhões de dólares em um ano apenas na unidade que abriga a Alexa.
No início deste ano a empresa registrou um aumento de 7,2% na receita, o que representou a taxa de crescimento mais lenta dos últimos vinte anos. A justificativa dada para o resultado apresentado na época foi a pandemia.
Agora, após uma recuperação tímida, a Amazon deverá enfrentar uma queda de crescimento novamente, conforme alerta emitido a investidores.
Crise nas big techs
As demissões em massa seguem a linhagem das gigantes da tecnologia. Na última segunda-feira (07), foi divulgado pelo The Wall Street Journal que a Meta, dona do Facebook, anunciou mais de 11 mil demissões, ou 13% de sua força de trabalho.
O presidente executivo da Meta, Mark Zuckerberg, disse em um trecho de seu comunicado que: “A desaceleração macroeconômica e o aumento da concorrência fizeram com que nossa receita fosse muito menor do que eu esperava”.
Anteriormente, ocorreu no Twitter, após ser adquirido por Elon Musk, demitindo metade dos trabalhadores da empresa, inclusive toda a equipe de moderação de conteúdo, atingindo funcionários de todas as partes do mundo.
“O Twitter teve uma queda massiva em receita, devido aos grupos de ativistas fazendo pressão em anunciantes, mesmo que nada tenha mudado com moderação de conteúdo e que tenhamos feito tudo o que pudemos para apaziguar os ativistas. Totalmente zoado! Eles estão tentando destruir a liberdade de expressão nos Estados Unidos”, disse o bilionário em tuíte.
Outras empresas como, Google, Microsoft e Snap, tomaram medidas semelhantes.
Embora não tenha registrado nenhuma demissão, o TikTok anunciou uma redução na projeção de receitas de anúncios. O previsto era de lucrar US$ 10 bilhões, agora uma expectativa reduzida para US$ 10 bilhões.
Congelamento de contratações
A Amazon já vinha congelando as contratações desde setembro. Já no mês seguinte, a big tech teria suspendido a contratação de mais de 10 mil vagas em varejo. Recentemente, veio o anúncio do congelamento de admissões em toda a empresa.
A notícia vem apenas algumas semanas após a Amazon alertar sobre uma desaceleração no crescimento na temporada de final de ano, período em que varejista faz mais vendas. A empresa afirmou que consumidores e empresas estão com menos dinheiro para gastar devido à inflação.
Desaceleração econômica
A desaceleração econômica e o aumento dos custos de mão de obra e transporte prejudicaram empresas que contrataram agressivamente durante a pandemia, quando aumentou a demanda por comércio eletrônico para serviços baseados em nuvem.
A Amazon perdeu cerca de 40% do seu valor de mercado até o momento em 2022.
Sendo a mais recente empresa dos Estados Unidos a realizar demissões profundas na base de funcionários para se preparar para uma possível desaceleração econômica.
O porta-voz da Amazon, Brad Glasser foi procurado pelo The New York Times mas não quis comentar sobre a situação.