Ações da Tesla (TSLA34) caem para o menor nível em dois anos com medidas protetivas contra Covid-19 na China
Pequim registrou a primeira morte por Covid-19 após seis meses sem registrar casos
As ações da Tesla (TSLA34) e de outros fabricantes de veículos elétricos apresentaram um desempenho abaixo do mercado mais amplo, já que as preocupações sobre os bloqueios contra a Covid-19 na China voltaram à tona, além da queda dos preços do petróleo que caíram mais de 5%, para mínimas de 10 meses.
O governo de Pequim, capital da China, registrou 26.824 novos casos de covid-19 em seus distritos no último domingo (20), número próximo ao pico diário de infecções no país em abril deste ano.
Contudo, as ações da Tesla estão caminhando para o fechamento mais baixo em dois anos, operando em queda de mais de 5%, cotadas a US$ 169,68 na Nasdaq. Os recibos de ações (ADRs, na sigla em inglês) da Nio, com sede na China, caem quase 5%, e os da concorrente XPeng operam em baixa de mais de 7%.
Fabricantes de veículos elétricos obtém queda no desempenho
Devido ao alto número de contaminações, diversas cidades do país asiático optaram por aplicar medidas restritivas a fim de conter a propagação do vírus, fator que dificulta o desempenho do mercado.
Os papéis da General Motors e da Ford Motor caem 0,7% e 0,1%, respectivamente. O setor de energia também estava sofrendo, com o SPDR Energy Select Sector ETF chegando ao seu menor nível em quatro semanas.
Aumento dos casos de COVID-19 causam impacto nas bolsas da Europa
O aumento de casos de COVID-19, e a primeira morte por coronavírus registrada em Pequim após um período de 6 meses com os casos estabilizados, também repercutiu negativamente nas bolsas da Europa na primeira sessão da semana.
Além disso, a cidade anunciou nesta segunda-feira (21), a volta das atividades na modalidade Home Office, suspendendo aulas presenciais em distritos que apresentaram um aumento na contaminação do vírus.
Após ajustes, o índice Stoxx Europe 600 fechou em queda de 0,06%, a 433,06 pontos. O FTSE 100, índice de referência da bolsa de Londres, desceu 0,12%, a 7.376,85 pontos, o DAX, de Frankfurt, recuou 0,36%, a 14.379,93 pontos, e o CAC 40, de Paris, registrou retração de 0,15%, a 6.634,45 pontos.
Em Milão, o FTSE MIB fechou em queda de 1,28%, a 24.360 pontos, e o Ibex 35, de Madri, ficou estável a 8.188,40 pontos.
Entre os setores do Stoxx Europe 600, a principal queda ficou com o setor de energia, que teve retração de 2,77%. O segmento de serviços financeiros teve valorização de 1,47%.
Casos de Covid-19 forçaram a suspensão da produção em julho
Em junho, a Tesla voltou a aumentar os preços de alguns de seus modelos nos Estados Unidos e na China depois que Musk alertou para uma pressão inflacionária significativa em matérias-primas e logística.
No mês seguinte, o ressurgimento de casos de Covid-19 na China forçou a Tesla a suspender temporariamente a produção em sua fábrica em Xangai e também afetou as instalações de fornecedores no país.
O CEO Elon Musk, chegou a demitir 10% da equipe da fabricante de carros elétricos, alegando aos executivos que tinha um “sentimento muito ruim” sobre a economia.
Contudo, foi o mês de maior produção de veículos na história da empresa, disse a Tesla em um comunicado à imprensa.
Analistas esperavam que a Tesla entregasse 295.078 veículos no período de abril a junho, segundo dados da Refinitiv. Porém, devido ao período de lockdown da China eles reduziram ainda mais suas estimativas para cerca de 250.000.
Contudo, Musk disse que a demanda de produção de veículos continua forte, mas que ainda há desafios com a cadeia de suprimentos.