Intenção de consumo sobe com Copa do Mundo, Black Friday e 13º salário
CNC estima movimentação de R$ 1,5 bilhão em vendas
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), realizou uma apuração para verificar a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) no mês de novembro, na qual mostra que houve um aumento em comparação a outubro, ficando 99,9% ante os 98,4% do mês anterior.
O índice quase bateu os 100 pontos, que é considerada a zona positiva da pesquisa, o último número é o maior desde abril de 2020, quando chegou a bater (102,6). Na comparação com novembro de 2021, o aumento foi de 21,3%, detalhou a confederação.
Perspectiva de aumento de vendas no varejo
A proximidade das festas de fim de ano e Copa do Mundo, são datas que estimulam vendas no varejo, e levou ao resultado positivo. No caso da Copa, a entidade prevê que quatro em dez consumidores pretendem comprar produtos relacionados ao Mundial de Futebol, principalmente homens, jovens e de alta renda.
Além disso, a injeção do décimo terceiro, que apesar de ser destinado pela grande maioria da população ao pagamento de contas, sempre acaba potencializando as compras de fim de ano. A CNC estima movimentação de R$ 1,5 bilhão em vendas.
Índices de avaliação
Segundo a pesquisa, dos sete indicadores avaliados, cinco apresentaram um índice positivo.
É o caso do emprego atual (0,3%); renda atual (1%); nível de consumo (4,1%); perspectiva de consumo (5,5%) e momento para duráveis (4,9%). Em contrapartida, houve recuos, na mesma comparação, em perspectiva profissional (-0,5%) e acesso ao crédito (-0,2%).
Em relação ao ano passado, houve aumento em todos os tópicos: é o caso das altas observadas em emprego atual (25%); renda atual (29,7%); nível de consumo atual (27,1%); perspectiva profissional (25,8%); perspectiva de consumo (16,9%); acesso ao crédito (10,2%); e momento para duráveis (9,1%).
A pesquisa aponta, ainda, que 54,7% dos consumidores ouvidos estão mais seguros em relação à situação atual do emprego, em comparação ao ano passado.
Além disso, a maioria (61,1%) tem uma perspectiva profissional positiva para os próximos seis meses.
Com relação à renda atual, 45,7% afirmam que está igual ao ano passado e 41,8% dos entrevistados estão comprando menos, em relação ao mesmo período de 2021.
Copa do mundo potencializa vendas
Iziz Ferreira, economista da confederação responsável pelo indicador, disse que, consultados em todas as capitais brasileiras, os consumidores pretendem gastar, em média, R$ 211,21 entre os principais produtos associados à competição.
Roupas, alimentos e bebidas são os itens preferidos para as compras durante o período: 14,9% buscam vestuários temáticos para adultos e crianças e 14,6% planejam consumir alimentos e bebidas em casa.
No levantamento, 3,8% dos consumidores consultados afirmaram que pretendem adquirir televisores e smart TVs, detalhou a entidade.
“As estimativas da CNC mostraram que o segmento de móveis e eletrodomésticos, em que se incluem os televisores, deverá responder pela maior parte do faturamento do comércio em razão do evento (34% do total das vendas), mas os juros altos e o alto nível de endividamento com inadimplência crescente tendem a limitar o consumo desses itens mais dependentes do crédito e do parcelamento” explicou Iziz em comunicado.
Segundo levantamento da CNC, nos canais de compra, 71,3% dos torcedores buscarão os itens da Copa nas lojas físicas – uma queda de 12,5 pontos, referente aos 83,8% apurados no Mundial de 2018. A pesquisa sobre a Copa foi realizada com cerca de 18 mil consumidores em todas as capitais e no DF, entre os cinco últimos dias úteis de outubro e os cinco primeiros de novembro.
No entendimento da confederação, a Copa do Mundo é mais um potencializar para impulsionar as vendas de novembro, sendo um mês que já conta com muitas promoções devido a Black Friday.