Nasdaq cai com investidores de olho na Black Friday e infecções na China
Houve queda de 2,0% nas ações da Apple em decorrência das notícias de redução de Iphone na fábrica da China
A Nasdaq fechou em baixa nesta sexta-feira (25), com pressão da Apple Inc, em pregão de negociações tímidas e encurtado pelo feriado, conforme investidores observaram as vendas da Black Friday e o aumento de casos de Covid-19 na China.
Sendo a segunda maior bolsa de valores do mundo, e abrigando gigantes da tecnologia, ela registrou a queda de 2% nas ações da Apple, em decorrência das notícias de redução de remessas de iPhone de uma fábrica da Foxconn na China em novembro, quando a produção foi afetada por distúrbios relacionados à Covid.
Black Friday
A sessão se concentrou em varejistas, com as vendas da Black Friday acontecendo num cenário de inflação teimosamente alta e crescimento econômico esfriando.
A expectativa para hoje era de que os compradores compareceriam em massa para as promoções da Black Friday, mas, com o mau tempo, as multidões fora das lojas foram reduzidas, especialmente no dia de compras tradicionalmente mais movimentado do ano.
As ações de varejo dos EUA se tornaram um barômetro da confiança do consumidor, em meio à inflação alta. O índice de varejo do S&P 500 caía 0,1% nesta sexta-feira, levando suas perdas acumuladas no ano para pouco mais de 30%, enquanto o S&P 500 perdeu 15% até agora este ano.
“Teremos um número de vendas da Black Friday maior do que o esperado. A razão pela qual penso assim é que a força dos consumidores norte-americanos ainda está sendo muito subestimada com o pleno emprego e grandes economias em dinheiro”, disse Phil Blancato, presidente-executivo da Ladenburg Thalmann Asset Management.
“É um dia de volume de negociação tão baixo, já que a maioria das pessoas está em casa, que nunca contou sexta-feira depois do Dia de Ação de Graças”, disse Ed Cofrancesco, diretor executivo da International Assets Advisory.
Infecções na China
O registro oficial de infecções diárias por Covid-19 na China bateu recorde na última quinta-feira (24) ao registrar 31.444 novos casos. A contagem ultrapassou o pico anterior verificado em meados de abril, de 29 mil infecções, quando Xangai estava sob forte bloqueio sanitário.
Após o anúncio de uma flexibilização limitada da política no início deste mês,várias cidades chinesas cancelaram testes em massa de Covid, mas ainda há uma série estonteante de restrições para os residentes atravessarem, especialmente quando ocorrem surtos.
Os sinais de que as pessoas estão fartas estão se tornando cada vez mais dramáticos e raros protestos irromperam em um país onde as autoridades tradicionalmente reprimem qualquer sinal de dissidência.
Os protestos começaram esta semana na maior fábrica de montagem de iPhones do mundo, na cidade de Zhengzhou. Vídeos nas mídias sociais mostraram trabalhadores confrontando a polícia de choque depois que as autoridades tentaram fechar as instalações após um surto.
Os protestos dos funcionários nas fábricas Foxconn também ocorreram pelo não pagamento do valor extra prometido, por conta das novas regras rígidas de lockdown, que acabaram provocando um confronto com policiais em Zhengzhou. A empresa se desculpou pelo “erro técnico” e disse que fará o pagamento. Mas, a situação continua tensa.
índices de Wall Street
Os principais índices de Wall Street subiram fortemente desde que atingiram mínimas do início de outubro. Com o impulso de uma temporada de resultados melhores do que o esperado e, mais recentemente, de esperanças de aumentos de juros menos agressivos pelo Federal Reserve.
O Dow Jones Industrial Average (DJI) avançou 0,45%, para 34.347,03 pontos. O S&P 500 (SPX) 0,03%, a 4.026,12 pontos, enquanto o Nasdaq Composite (US100), caiu 0,52%, para 11.226,36 pontos.
Os mercados de ações dos EUA fecharam às 15h (de Brasília) nesta sexta-feira, depois de terem permanecido fechados na quinta-feira para o Dia de Ação de Graças.