BlockFi declara falência depois de colapso da FTX – ESTOA

BlockFi declara falência depois de colapso da FTX

BlockFi é a mais nova vítima do contágio da FTX no mercado de criptomoedas


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A financeira de criptomoedas BlockFi entrou com um pedido de recuperação judicial nesta segunda-feira (28) nos Estados Unidos, em sequência do recente colapso da segunda maior corretora do mercado de ativos digitais, FTX, império de Sam Bankman-Fried.

Segundo comunicado divulgado à imprensa, o pedido da BlockFi entrou no Capítulo 11 da lei de falências estadunidenses em Nova Jersey, semelhante ao pedido de recuperação judicial do Brasil.

A declaração de falência tornou a exchange o mais novo nome na lista de plataformas de cripto fracassadas, junto a FTX e suas filiadas. 

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Pedido de falência

Fundada em 2017 por Flori Marquez e pelo atual CEO, Zac Prince, a empresa sediada em Nova Jersey concedia empréstimos, utilizando os criptoativos como uma forma de garantia.

No início do mês, a empresa havia divulgado a pausa de saques, diante da falência do império FTX e seus filiados. A “exposição significativa” da exchange e fundo de hedge Alameda do CEO da FTX, Sam Bankman-Fried, foram um dos pontos citados pelo anúncio.

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No dia 11 de novembro, dezenas de empresas afiliadas à FTX e Alameda Research, inclusive as mesmas, declararam entraram com um pedido contra falência.

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Segundo o anúncio de hoje da BlockFi, a empresa pretende continuar as operações enquanto desenvolve estratégias para se reestruturar. “Desde a pausa, nossa equipe explorou todas as opções estratégicas e alternativas disponíveis para nós e permaneceu focada em nosso objetivo principal de fazer o melhor possível para nossos clientes”, segundo comunicado da empresa.

Reestruturação

O processo de reestruturação, no entanto, indica demissões em massa. A empresa tem US$ 257 milhões em caixa e demonstrou pretender se sustentar a partir da liquidez fornecida durante esse meio tempo. 

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A mesma nota da empresa disse que “iniciou um plano interno para reduzir consideravelmente as despesas, incluindo os custos trabalhistas”. Os números ainda não foram divulgados. 

BlockFi e império FTX

De acordo com o anúncio, a BlockFi tem ativos e passivos entre US$ 1 bilhão e US$ 10 bilhões, e mais de 100 mil credores, com FTX US entre os principais. Somente a Securities and Exchange Commission (SEC), a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, tem por volta de US$ 30 milhões.

Sam Bankman-Fried, co-fundador e CEO da FTX/Foto: Erika P. Rodriguez/The New York Times

A principal credora da BlockFi é Ankura Trust Company, com mais de US$ 730 milhões de crédito.

Já a agência da FTX nos Estados Unidos, identificada como West Realm Shires Inc, corresponde a um crédito de US$ 275 milhões junto à BlockFi. Em julho, a corretora havia prometido à BlockFi uma linha de crédito de US$ 400 milhões, após a entrada de um grande cliente no começo de 2022.

Além dos constantes empréstimos do fundo de hedge de Bankman-Fried, CEO da FTX.

A maioria dos nomes da lista dos maiores credores não foi divulgada ao público.

Falência da FTX

A falência de uma das principais exchanges do mundo, embora seja principalmente causada pelo déficit de investimento captado, foi resultado também da própria administração da FTX. Sam Bankman-Fried está sob investigação pela SEC (Securities and Exchange Commission), que seria a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA. 

Nove dias antes da entrada do pedido de falência da FTX, foi revelado o balanço do fundo de hedge de Bankman-Fried, que apresentou a grande dependência do fundo por uma moeda específica emitida pela plataforma de criptomoedas.

Desta forma, ambas FTX e Alameda Research seguiam imensamente atreladas uma na outra. Assim, ambas sob investigação do SEC, que busca descobrir a relação do magnata com a administração dos fundos dos clientes. 


Ainda sob investigação, em fevereiro de 2022, a FTX teve de pagar US$ 100 milhões como parte do acordo feito com a SEC. E junto, foi o registro do produto BlockFi Yield da BlockFi na SEC. Já em julho, a financeira havia anunciado que pretendia se tornar uma empresa de capital aberto em 2023, com US$ 500 milhões no objetivo inicial de captação. 

Nove meses depois, a empresa entrou com o pedido de falência por não conseguir captar US$ 1 bilhão em junho depois de levantar US$ 350 milhões, em março de 2021.

Consequências e falências

A falência da BlockFi em decorrência do declínio da FTX não é coincidência, seu colapso na segunda semana de novembro acarretou enormes consequências no mercado de cripto. E junto a elas, falência de diversas outras empresas do mercado.

Entre elas, Celsius Network e Voyager Digital são alguns dos nomes afetados pela volatilidade causada.
Em seguida da segunda maior corretora de criptoativos do mundo, as corretoras Genesis e Gemini ambas suspenderam e adiaram resgates, sinal identificado como “vigilância de morte”, de acordo com o editor-chefe da agência de notícia de cripto Decrypt Media, Daniel Roberts.