Setor eletroeletrônico apresenta crescimento de 4% em 2022 e projeta leve aceleração de faturamento em 2023 – ESTOA

Setor eletroeletrônico apresenta crescimento de 4% em 2022 e projeta leve aceleração de faturamento em 2023

O setor deve fechar o ano de 2022 com um faturamento de 231 bilhões de reais


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A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), informou, nesta quinta-feira, que setor eletroeletrônico brasileiro apresentou um crescimento de 4% em 2022, como mostraram os dados preliminares, e a projeção para 2023 é de uma leve aceleração no ritmo de expansão.

O setor deve fechar o ano de 2022 com um faturamento de 231 bilhões de reais, ante 211,3 bilhões de reais no ano passado.

Projeção para 2023

Para 2023, a entidade visa uma projeção de faturamento de aproximadamente 231 bilhões de reais, representando uma alta de 5%, à medida que, com exceção da área de informática, que foi impactada pela continuação da retomada do trabalho presencial no pós-pandemia, todas as áreas deverão apontar crescimento.

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Apesar disso, os empresários do setor têm expectativas cautelosas para o próximo ano devido às dificuldades na aquisição de semicondutores e outras matérias-primas, lockdowns na China, guerra da Ucrânia e a incerteza fiscal brasileira.

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Os números que foram apresentados aos jornalistas nesta quinta-feira são nominais. Descontada a inflação projetada para os períodos, o faturamento da indústria deve cair 2% até o final de 2022 e se manter estável em 2023.

A Abinee afirmou que a produção física do setor deve crescer por volta de 1% em 2023, após queda prevista de 4% neste ano.

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As exportações de produtos eletroeletrônicos devem fechar 2022 com aumento de 16%/Foto: Reprodução

Atraso no abastecimento de componentes eletrônicos

A guerra na Ucrânia pode prolongar a crise no abastecimento de componentes eletrônicos, frustrando as expectativas de normalização ainda neste ano. Na indústria de aparelhos eletrônicos, a maioria das empresas (45% do total) acredita, agora, que a regularização do quadro de escassez global de chips só vai acontecer em 2023.

A preocupação se deve ao fato de a região em conflito atuar com dois insumos importantes na produção dos semicondutores: paládio e gás neônio. A falta de componentes eletrônicos representa o maior gargalo das fábricas de produtos como celulares, notebooks e televisões, entre outros aparelhos eletrônicos. Sendo este o fator responsável por atrasos ou até mesmo, em menor número, paralisações parciais de produção em 44% das empresas do setor.

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A indústria monitora com atenção o impacto da guerra nos custos, principalmente dos fretes, que já vinham escalando, e no abastecimento para manutenção do setor.


Em março deste ano, pouco mais da metade das fábricas (52%) relataram dificuldade na aquisição de insumos, concentrada nos componentes eletrônicos, sendo que um em cada quatro fabricantes de aparelhos eletroeletrônicos funcionou com estoques de componentes e matérias-primas abaixo do normal. Por enquanto, contudo, as fábricas de eletroeletrônicos ainda não sofreram, em geral, com rupturas adicionais no fornecimento de peças decorrentes do conflito.

Fechamento do mercado eletroeletrônico em 2022

As exportações de produtos eletroeletrônicos devem fechar 2022 com aumento de 16%, totalizando 6,7 bilhões de dólares, com crescimento em quase todas as áreas, menos a de utilidades domésticas. Os embarques de materiais elétricos de instalação e de produtos de informática, com altas de 55% e 52%, respectivamente, foram os maiores destaques positivos.

Os principais destinos das exportações do setor continuaram sendo os países membros da Associação Latino-Americana de Integração (Aladi) e os Estados Unidos, que, juntos, representaram 71% do total.

A expectativa da Abinee para 2023 é de avanço de 2% nas exportações ante o ano atual, porém o otimismo está mais moderado.

Já as importações devem apontar alta de 14% em 2022, para 45,9 bilhões de dólares, com estimativa de aumento de 3% no ano que vem.

Diante disso, o déficit da balança comercial do setor deve ficar em 39,3 bilhões de dólares neste ano, 14% a mais que o apresentado no ano passado. A Abinee espera que esse déficit cresça 3% no ano que vem.