ANS aprova, com restrições, compra da SulAmérica (SULA11) pela Rede D’Or (RDOR3) – ESTOA

ANS aprova, com restrições, compra da SulAmérica (SULA11) pela Rede D’Or (RDOR3)

A operação foi aprovada sem restrições pela agência


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Nesta terça-feira (20), a ANS (Agência Nacional de Saúde) aprovou a compra da SulAmérica (SULA11), uma operadora de planos de saúde e seguros, pela Rede D’Or (RDOR3), uma das maiores redes hospitalares do Brasil.

A negociação passava por avaliação há cerca de oito meses, e apenas no dia de hoje foi aprovada pela Agência, que estabeleceu restrições.

ANS aprova a compra

A aprovação foi divulgada pela ANS em uma matéria publicada no portal do Governo Federal na  última segunda-feira (19). Nesta terça-feira, em Fato Relevante, a Rede D’Or também confirmou a informação.

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O aval positivo ocorre cinco dias após o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovar a transação. 

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A deliberação foi decidida em uma reunião da diretoria colegiada da ANS ocorrida na manhã da última segunda-feira. Para que ocorra, no entanto, o negócio deve, ainda, cumprir medidas exigidas pela agência, destacadas em sua publicação.

Dentre as determinações estabelecidas, três dizem respeito à Qualicorp (QUAL3), uma outra operadora de planos de saúde:

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Qualicorp/Foto: Reprodução

Primeiro, a ANS estabelece que o representante da Rede D’Or no Conselho de Administração da Qualicorp se “abstenha de votar em assuntos que deliberem exclusivamente sobre as operadoras do conglomerado Sul América”.

Depois, que a Qualicorp não comercialize de forma exclusiva os planos de saúde das operadoras do conglomerado SulAmérica

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Por fim, a agência exige que os planos oferecidos pela operadora adquirida, a SulAmérica, “não sejam comercializados apenas pela administradora de benefícios Qualicorp”.

SulAmérica/Foto: Reprodução

Isso porque a rede hospitalar detém cerca de 30% do capital social da empresa.

Outras duas determinações foram, ainda, exigidas pela ANS, que pede que medidas para o saneamento econômico-financeiro da empresa do conglomerado Paraná Clínicas sejam adotadas no prazo de trinta dias a partir da última segunda-feira (19).

Por fim, a 5ª exigência da ANS sobre a transação refere-se ao seu acompanhamento, deliberando que a operação deva ser monitorada pelo período de dois anos a partir de sua aprovação.

A agência pode, ainda, durante o período, solicitar relatórios que auxiliem no acompanhamento da transação por parte do regulador.

Anteriormente, a compra da SulAmérica já havia sido aprovada pela Susep (Superintendência de Seguros Privados). Falta, ainda, o aval positivo do Banco Central. Independentemente da posição da autoridade monetária, o fechamento da operação não pode ser impedida.

Ao adquirir a operadora de planos de saúde, a Rede D’Or passa a ser controladora de todas as empresas do grupo SulAmérica.

O documento publicado foi, por fim, assinado pelo Diretor Financeiro de Relações com Investidores da Rede D’Or, Otávio de Garcia Lazcano.


Oposição de redes hospitalares

Na última semana, enquanto a transação era analisada pelo Cade, redes hospitalares e operadores de planos de saúde se opuseram à compra, questionando seu impacto na concorrência.

Dessa forma, a manifestação negativa partiu de, pelo menos, 9 empresas da área: AC Camargo Cancer Center, Beneficência Portuguesa, Benevix, HCor, Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Oswaldo Cruz, Hospital Sírio-Libanês, Mater Dei e Supermed.

O Conselho, no entanto, considerou que o levantamento das empresas não procedia, recomendando que a ANS incluísse uma norma específica em relação à troca de informações sensíveis entre redes de hospitais e planos de saúde que pertenciam a uma única controladora.

Ações

Com a compra, as ações das empresas envolvidas na transação dispararam, enquanto os papéis da Qualicorp (QUAL3) se desvalorizavam nesta terça-feira (20).

Os ativos da SulAmérica (SULA11) e da Rede D’Or (RDOR3) somaram por volta das 15:20 horas (Horário de Brasília), uma alta de, respectivamente, 6,67% (R$ 20,95) e 6,88% (R$ 27,93).

Os papéis da Qualicorp, no entanto, foram na contramão e caíram ao longo do pregão desta terça-feira, somando também por volta das 15:20 horas uma queda de 0,51%, atingindo os R$ 5,83.