Lula encontra Marina Silva após ter convidado Simone Tebet para Ministério do Meio Ambiente – ESTOA

Lula encontra Marina Silva após ter convidado Simone Tebet para Ministério do Meio Ambiente

Aprovação da ex-ministra deve definir convite da ex-candidata à Presidência, Simone Tebet, para pasta


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O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convidou nesta sexta-feira (23) a ex-candidata à Presidência Simone Tebet (MDB-MS) para assumir o Ministério do Meio Ambiente. O petista deve se reunir com a ex-ministra e deputada federal eleita, Marina Silva (Rede-SP), à tarde para discutir os cargos.

Segundo apurações dos jornais g1 e CNN, Tebet aceitará o cargo somente sob a aprovação e acordo de “dobradinha” com Marina. Caso contrário, a senadora do Mato Grosso do Sul deve assumir o Ministério das Cidades.

O encontro ocorreu no hotel onde Lula está hospedado em Brasília.

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Embora seja o principal nome para retornar ao Ministério do Meio Ambiente, Marina Silva é desejada pelo PT a assumir a futura Autoridade Nacional Climática, estrutura de combate às mudanças climáticas prometida na campanha eleitoral de Lula.


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Simone Tebet na Esplanada

Advogada e professora, Tebet foi, pelo Mato Grosso do Sul, deputada federal, secretária de governo, vice-governadora e senadora.

Em sua primeira eleição presidencial, ela ficou em terceiro lugar na concorrência, com 4,16% (4,9 milhões de votos). Durante o segundo turno, a senadora foi um dos grandes apoios a Lula, ajuste que lhe rendeu uma promessa de cargo pelo presidente eleito.

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A senadora era cotada para o Ministério do Desenvolvimento, uma vez que foi integrante da equipe de desenvolvimento social na transição. Porém, a pasta foi para o ex-governador do Piauí Wellington Dias (PT). Senador eleito por seu estado, ao assumir o ministério, Dias será responsável pelo Bolsa Família.

Tebet também é cotada para Planejamento e Orçamento, uma das 16 pastas que os ministros ainda não foram apresentados. Contudo, a senadora é mais indicada ao cargo de ministra das Cidades.

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Da esquerda para a direita, Senadora eleita Marina Silva (Rede-SP), Presidente eleito Lula (PT) e senadora Simone Tebet (MDB-MS)/Foto: Ricardo Stuckert

O presidente eleito anunciou mais 16 nomes nesta quinta-feira (22) e deve apresentar o restante da lista de ministros e ministras na próxima segunda-feira (26) e terça-feira (27). O novo governo terá 37 pastas ao todo, contra as atuais 23 do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Marina Silva

A reunião fechada desta sexta, às 14h, em Brasília, deve definir a participação de Marina Silva no novo governo. Apesar de ser cotada para o Ministério do Meio Ambiente, a deputada federal eleita não deve voltar à pasta após o encontro entre Lula e Tebet.

Internacionalmente reconhecida, Marina é uma das maiores referências ambientais do Brasil. A ambientalista assumiu a pasta entre os anos 2003 e 2008, durante o governo Lula.

Tebet afirmou que aguarda a aprovação de Marina para aceitar o convite, que por sua vez, caso concordar com a senadora no Meio Ambiente, deve assumir o cargo na Autoridade Nacional Climática – agência de combate às mudanças climáticas e operações brasileiras contra o aquecimento global que irá ser criado em 2023 com a instauração do novo governo.

Articulações políticas

É avaliado por fontes ouvidas pelo jornal BBC News Brasil as entraves da nomeação de ambas pelas articulações políticas no Congresso Nacional em vista das eleições passadas e futuras.

Apesar de Tebet ser uma promessa no novo governo, sua posição deve ser definida com delicadeza, uma vez que é vista como provável candidata nas eleições presidenciais de 2026. Portanto, independentemente de sua atuação na transição na área desenvolvimento social, é considerado que ela nunca iria assumir a pasta responsável pelo Bolsa Família, criação do PT.


Do mesmo modo que excluí-la do governo eleito poderia a fortalecer entre políticos de oposição.

Já a detenção de Marina é resultado da baixa quantidade de votos no Congresso. Pela necessidade de diálogo, os únicos dois congressistas da Rede Sustentabilidade apresentam ser um fator prejudicial no fluxo da ex-ministra no Congresso.

Além de sua abordagem vista como “radical”. Ao mesmo tempo que seu mérito mais agressivo resultou na redução de 25 para 13 mil quilômetros quadrados da zona de desmatamento na Amazônia, nos anos em que atuou como ministra do Meio Ambiente, seus métodos são julgados como um impedimento de conversa. 

Em contrapartida de Tebet, que se apresenta como alguém da agropecuária, agente que agradaria as mobilizações no Congresso frente às políticas de desmatamento.

Ainda durante o primeiro e segundo turno das eleições presidenciais, a nomeação de políticos, indicados pelos próprios partidos, na Esplanada foi um dos principais métodos que a campanha de Lula achou para amenizar as bancadas na transição. Como por exemplo, o grupo majoritário presente no Congresso, o Centrão – o que inclui o MDB.