FTX pede o controle de R$ 2 bilhões em ações que SBF possui da Robinhood
A nova direção da FTX, sob o comando do CEO John J. Ray III, está de olho em outros ativos pertencentes a Sam Bankman-Fried, o SBF. De acordo com um processo enviado ao Tribunal de Falências dos Estados Unidos na quinta-feira (22), a exchange quer cerca de R$ 2 bilhões em ações que SBF possui da corretora Robinhood.
Na moção, a FTX pede que o Tribunal imponha uma suspensão automática ou estenda as ordens de suspensão para esses ativos. No total, são 56 milhões de ações da Robinhood nas mãos de SBF, ou US$ 440 milhões.
O motivo, conforme explicou a FTX, é que essas ações pertencem à exchange e suas afiliadas. Portanto, se trata de um patrimônio que não deve estar sob controle do seu ex-CEO.
FTX mira ativos de SBF
De acordo com o processo judicial, a exchange afirma que as 56 milhões de ações da Robinhood que SBF comprou são de propriedade da FTX. A medida tem o objetivo de impedir que o ex-CEO possa vender esses ativos e dispor do dinheiro.
Dessa forma, a FTX pede que as ações permaneçam bloqueadas até a resolução das reivindicações dos credores.
Além da FTX, outras partes envolvidas também disputam o controle das ações. Uma delas é a empresa de empréstimos BlockFi e o outro é um credor individual chamado Yonathan Ben Shimon. Ambos entraram com processos judiciais separados em Nova Jersey e Antígua, respectivamente, pedindo o controle sobre os ativos.
Por incrível que pareça, até o próprio SBF também tentou obter o controle das ações da Robinhood. Isso ocorreu no início do mês, pouco antes de sua prisão. Mas ainda que esteja preso, o pedido da SBF ainda está pendente e ele pode obter o controle das ações.
A FTX quer que o juiz que supervisiona o processo de falência faça com que as ações permaneçam congeladas enquanto a empresa tenta descobrir como pagar todos os seus credores. Em último caso, os papéis podem servir como garantia do pagamento por parte da empresa.
Por fim, a empresa afirmou que as ações da Robinhood estão em uma conta de corretagem na Emergent Fidelity Technologies (EDFM). Só que essa empresa tem 90% do controle nas mãos de SBF e, aparentemente, não possui nenhuma função além de custodiar as ações.
Sam Bankman-Fried é solto sob fiança
Enquanto os credores buscam o controle dos ativos relacionados à FTX e à Alameda Research, SBF foi liberado sob fiança na quinta-feira, conforme noticiou o CriptoFácil. No total, o tribunal estabeleceu um valor de US$ 250 milhões, a terceira maior fiança da história dos EUA.
A fiança foi pré-arranjada de modo que SBF fosse colocado em prisão domiciliar em sua casa em Palo Alto. O imóvel é de propriedade de seus pais, Joseph Bankman e Barbara Fried, que deram a casa como parte da garantia do pagamento da fiança.
Curiosamente, após a fiança da SBF, o preço do token da FTX (FTT) se valorizou mais de 15%. Atualmente, o preço do FTT está sendo negociado a R$ 5,08.