Ações da Gafisa (GFSA3) aumentam em 70% após vendas do hotel Fasano no primeiro pregão do ano – ESTOA

Ações da Gafisa (GFSA3) aumentam em 70% após vendas do hotel Fasano no primeiro pregão do ano

De acordo com alguns analistas, a venda do hotel pode trazer alívio ao endividamento líquido da companhia


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As ações da Gafisa (GFSA3), aumentaram em 38,42%, às 14:30 (horário de Brasília), nesta terça-feira (3), após a venda do hotel Fasano, ontem (2). Levando destaque nos primeiros pregões do ano na Bolsa de Valores brasileira (B3).

Ontem (2), os papéis da Gafisa fecharam em alta de 43,03%, com um acúmulo de valorização superior a 70% em dois dias, mesmo com o Ibovespa recuando em 3,06% após o feriado de ano novo.

Hotel Fasano Itaim

O aumento das ações da construtora Gafisa tem como destaque a venda do hotel Fasano Itaim, em São Paulo. A notícia da venda do hotel foi considerada positiva pelo mercado de ações, já que foi divulgada após o último pregão do ano passado, na quinta-feira (29). 

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Com o feriado chegando, a negociação para venda do hotel não teve uma nova sessão, portanto, o mercado estava considerando o ajuste na cotação como 

represado.

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A construtora ofereceu cerca de 80% do hotel Fasano Itaim por R$ 330 milhões, parte dessa quantia, referente a R$ 246,6 milhões, foram de dívidas da Gafisa. 


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De acordo com alguns analistas, a venda do hotel pode trazer alívio ao endividamento líquido da companhia, que no terceiro trimestre de 2022 estava em R$1,4 bilhões. 

Em uma nota, a Gafisa disse que: “O CEO Henrique Blecher vem implementando uma gestão focada na geração de caixa e desalavancagem da companhia, com a venda de vários ativos, sendo o mais recente o Hotel Fasano”. 

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O analista Lucas Lima da VG Research aponta que: “Visualizamos esse movimento como positivo pelo fato de que demonstra a capacidade de execução da companhia na reestruturação de ativos”.

Um dos fatores que vem colaborando para a dívida líquida da construtora é a disputa judicial com a Esh Capital. A gestora tem questionado o aumento de capital da Gafisa e pede a saída da administração da empresa. 

A Esh Capital tentou marcar uma assembleia geral de acionistas com a construtora. Entretanto, a decisão liminar da Justiça de São Paulo prorrogou a data da proposta através da construtora para o dia 9 de janeiro deste ano.

Esh Capital entra com pedido para pedir saída da administração da Gafisa Créditos: Reprodução

Esh Capital

A Esh Capital possui o total de 15,1% do capital social da construtora, assim como também o aumento do capital social, que poderia tirar a participação da gestora na companhia. Esta disputa envolve os acionistas de referência da empresa, Vladimir Timerman e Nelson Tanure. 

No dia 25 de novembro, o conselho de administração da Gafisa aprovou o aumento do capital social em R$ 150 milhões, colaborando para que Esh fosse diluída da participação da empresa, caso a companhia não exerça o direito de preferência. 

Em 30 de novembro solicitou uma assembleia geral extraordinária para questionar os rumos da Gafisa e cancelar o aumento de capital.


Desde 2019 haviam pedidos da empresa para a responsabilização judicial contra  os administradores e membros do conselho fiscal pelos prejuízos causados à Gafisa. 

Em 8 de dezembro, o conselho de administração da Gafisa  autorizou a convocação da assembleia geral, sem estipular uma data, entretanto após quatro dias, a Esh decidiu usar a prerrogativa para o dia 2 de janeiro de 2023.  

Com essa decisão, a Gafisa entrou na CVM para solicitar a anulação da data, marcando o encontro para o dia 9 de janeiro deste ano. Por último, a construtora decidiu vender 80% de sua parte do hotel Fasano Itaim, fazendo com que as ações da Gafisa aumentassem, ganhando destaque no primeiro pregão de 2023, no qual a Bolsa de Valores apresentava uma queda após o feriado de ano novo em alguns títulos.