Estatais se desvalorizam em R$ 15,4 bilhões na primeira semana do ano

Ao fim da primeira semana do ano, as empresas estatais somam uma queda de R$ 15,4 bilhões em valor de mercado.

O movimento, pressionado pelo início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não surpreende o mercado financeiro, de acordo com analistas.

Perda bilionária das estatais

Os dados da desvalorização das empresas com participação federal são de um levantamento da plataforma TradeMap, apontando que as companhias já somam uma queda de R$ 15,4 em seu valor de mercado na Bolsa de Valores.

A lista das estatais que mais se desvalorizaram durante a primeira semana do novo governo é liderada pela Petrobras (PETR4), que vem passando por dificuldades em estabelecer a sua presidência durante o mandato.

Precificando uma gestão que promova a participação de empresas estatais em suas políticas, a reação reflete as expectativas dos investidores, que esperam um retorno menor.

Dessa maneira, segundo os analistas, o resultado não é surpreendente. De acordo com Gabriel Meira, da Valor Investimentos, o movimento não é “nada muito diferente”do que o mercado esperava do novo governo eleito.

“mas é claro que os investidores acabam descontando suas insatisfações nas empresas públicas e no Ibovespa, em geral”, conclui Meira.

Segundo um levantamento de Einar Rivero, do TradeMap, caso seja considerado o período entre os dias 21 de outubro do ano passado e a última sexta-feira (6), as estatais somam uma queda de R$ 227,66 bilhões.

Durante o período, as perdas também foram lideradas pela Petrobras que — há uma semana do segundo turno das eleições — havia atingido o seu maior valor de mercado da história, aos R$ 520 bilhões, em outubro.

Assim, ao fim do pregão do último dia 6, a petroleira atingiu o valor de R$ 333 bilhões, apresentando uma desvalorização de R$ 187 bilhões.

Perdas das estatais

Durante a primeira semana do ano, entre os dias 29 de dezembro de 2022 e a última sexta-feira (6), apenas duas das companhias com participação federal listadas na Bolsa de Valores aumentaram seu valor de mercado.

Elas são o Banco do Brasil (BBAS3), com uma alta de R$ 913 milhões; e o Banco do Nordeste (BNBR3), com uma valorização de R$ 258 milhões.

Outras seis estatais, no entanto, apresentaram uma redução em seu valor, totalizando a queda de R$ 15,4 bilhões.

Na lista, incluem-se a Telebras (TELB4), com uma queda de R$ 27,7 milhões; Banco da Amazônia (BAZA3), com uma desvalorização de R$ 92,5 milhões; BB Seguridade (BBSE3), com uma diminuição de R$ 359,4 milhões; Caixa Seguridade (CXSE3), caindo em R$ 870 milhões; Eletrobras (ELET6), com uma redução de R$ 2,5 bilhões; e Petrobras (PETR4), liderando as quedas, com recuo de R$ 12,6 bilhões.

Considerando o período entre os dias 21 de outubro do ano passado e a última sexta-feira, apenas duas das empresas apresentaram uma movimentação positiva em seu valor de mercado: o BB Seguridade (R$ 8,7 bilhões) e o Banco do Nordeste (R$ 128,6 milhões).

Dessa maneira, a Telebras (-R$ 243,9 milhões), Caixa Seguridade (-R$ 2,7 bilhões), Eletrobras (-R$ 18,6 bilhões), Banco do Brasil (-R$ 27,4 bilhões) e a Petrobras (-R$ 187,3 bilhões) se desvalorizaram, totalizando a queda de R$ 227,6 bilhões.

Ibovespa

No período entre os dias 29 de dezembro de 2022 e a última sexta, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, a B3, registrou uma queda de 1%.

Considerando os dias 21 de outubro do ano passado e o último dia 6, o medidor somou uma desvalorização de 7%.

Por volta das 15:41 horas (horário de Brasília), o indicador somou uma alta de 0,73%, atingindo os 109.755.