Powell discursa sobre estabilidade de preços; bolsas avançam – ESTOA

Powell discursa sobre estabilidade de preços; bolsas avançam

O presidente do BC norte-americano se pronunciou nesta terça


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Na manhã desta terça-feira (10), o presidente do Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, Jerome Powell, afirmou que a estabilização dos preços pode exigir “medidas não populares”, considerando os altos níveis de inflação no país.

Como resultado, os principais índices dos EUA avançaram durante o pregão, refletindo a reação dos investidores ao discurso do líder da autoridade monetária.

Powell sobre preços

O presidente do Federal Reserve discursou em um simpósio em Estocolmo, na Suécia, patrocinado pela instituição financeira sueca RiskBank. O evento se tratava de um fórum sobre a independência dos bancos centrais no mundo.

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Durante sua fala, Powell afirmou que a ausência do controle político sobre as decisões do Federal Reserve permite que a autoridade tome medidas necessárias para a redução da inflação norte-americana “sem considerar fatores políticos de curto prazo”.

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“Restaurar a estabilidade de preços quando a inflação está alta pode exigir medidas que não são populares no curto prazo, conforme aumentamos as taxas de juros para desacelerar a economia”, disse.

Assim, o executivo defende que a estabilidade de preços, buscada pelo Fed, é a base de uma economia saudável, além de oferecer às pessoas benefícios “imensuráveis” ao longo do tempo.

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Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos/Foto: Reprodução

O discurso, no entanto, não incluiu pistas sobre o direcionamento das políticas do Federal Reserve que, ao longo de 2022, aumentou as taxas de juros dos Estados Unidos em sete vezes — em um total de 4,25 pontos percentuais.

Na véspera do simpósio, na última segunda-feira (9), outros membros da autoridade monetária divulgaram suas expectativas para o direcionamento das taxas de juros neste ano. 

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Os líderes do Federal Reserve de São Francisco e Atlanta, respectivamente, Mary Daly e Raphael Bostic, destacaram a possibilidade da taxa de juros americana superar os 5%.

Segundo Bostic, para dar vazão ao excesso de demanda na economia dos EUA, a autoridade deve aumentar os juros para um intervalo entre 5 e 5,25 pontos percenuais.


Mary Daly também pensa que o Banco Central norte-americano deve aumentar as taxas para algo acima de 5%. Ela contou sobre suas expectativas em uma entrevista ao vivo para o veículo The Wall Street Journal.

Ainda no evento desta terça-feira, Powell reforçou que a transparência sobre as decisões e suas consequências na economia americana é uma “responsabilidade ativa”, reforçando que a autoridade está fortemente focada em “cumprir nosso mandato estatutário e em fornecer transparência útil e apropriada”.

“No Fed, tratamos isso como uma responsabilidade ativa, não passiva e, nas últimas décadas, ampliamos constantemente nossos esforços para fornecer transparência significativa sobre a base e as consequências das decisões que tomamos a serviço do governo americano”, disse.

Simpósio de independência de Bancos Centrais em Estocolm/Foto: Reprodução

Com relação aos impactos climáticos, o presidente ressaltou que o BC americano depende do Congresso para desenvolver normas sustentáveis e que, sem uma legislação explícita do mesmo, seria “inapropriado” utilizar sua política monetária para a promoção de uma economia mais verde ou bater metas climáticas.

“Não somos, e não seremos, um formulador de políticas climáticas”, concluiu o líder do BC americano.

Bolsas avançam após discurso

Após a fala do presidente do Federal Reserve, o mercado financeiro avançou ao longo do pregão desta terça-feira. Nos Estados Unidos, o índice S&P 500 somou por volta das 15:10 horas (horário de Brasília) uma alta de 0,38%, aos 3.906 pontos.

O Dow Jones, por sua vez, também subia por volta do mesmo horário. O indicador acumulava uma valorização de 0,20%, com uma pontuação de 33.586.

Na Bolsa de Valores brasileira, a B3, o índice Ibovespa também se expandiu, pressionado, também, pela publicação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), medidor oficial da inflação, do mês de dezembro, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Ele somava uma alta de 0,78% por volta das 15:00 horas, atingindo a marca de 109,9 mil pontos.