BC divulga resultado do IBC-Br em novembro, que recua 0,55%
Considerado prévia do PIB, o indicador do Banco Central acumula avanço de 3,26% no acumulado do ano
O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) recuou 0,55% em novembro, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (13) pelo Banco Central. É a quarta vez seguida que o indicador, considerado como prévia do Produto Interno Brasileiro (PIB) registra uma queda.
Segundo o Banco Central, o mesmo índice apontou uma alta de 1,65% em novembro de 2021.
A desaceleração da economia, de outubro para novembro, foi apontada como a quarta vez seguida. Após a maior alta do ano em julho, com um avanço de 1,87%, agosto (-1,21%), setembro (-0,11%), outubro (-0,28%) e agora novembro (-0,55%) apresentaram baixas.
No acumulado do ano, a expansão registrada foi de 3,26%, enquanto no crescimento dos últimos 12 meses, o índice demonstrou uma alta de 3,15%. Ambos foram calculados sem ajuste sazonal.
IBC-Br
A queda de 0,55% foi abaixo da projeção dos analistas do mercado financeiro, que estimaram um recuo de 0,2%.
O resultado de novembro, em comparação ao mês de outubro de 2022, foi composto por perdas generalizadas na economia. Com uma baixa de 0,1% no setor de indústria e 0,6% em vendas do varejo – o último quebrou uma expansão positiva consecutiva de três meses, segundo os dados do Banco Central.
Já nos acumulados do ano e dos últimos 12 meses, o BC apontou um crescimento, sem ajuste sazonal, de 3,26% de janeiro a novembro de 2022. Em comparação com os dados de novembro de 2021, o acumulado dos últimos 12 meses foi apontado por um avanço de 3,15%, também sem ajuste sazonal.
O ajuste sazonal é a inclusão de um cálculo matemático como uma forma de contrabalancear as variações orgânicas do mercado no resultado final. Como o índice compara o desempenho diante do mês anterior, alguns bens e serviços são adquiridos e utilizados com mais frequência em uma ‘estação’ do ano.
Portanto, é preciso compensar os valores em razão de obter os resultados mais objetivos para que as conclusões sejam em razão do comportamento dos setores e do mercado, sem a influência de fatores que se manifestam de modo diferente dependendo da época do ano.
Atividade econômica
O Produto Interno Bruto é o indicador do desempenho da economia, calculado a partir da somatória dos bens e serviços dos setores industrial, comercial, agropecuário e de serviços, produzidos em território nacional. O levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é divulgado a cada trimestre, levando em consideração os dados coletados do trimestre anterior.
No último relatório de 2022, o PIB apresentou um avanço de 0,4% no terceiro trimestre do ano, assim como esperado. Contra uma expansão de 1,3% e 1% no primeiro e segundo trimestre, respectivamente.
O IBC-Br do Banco Central, portanto, apontou uma estimativa de crescimento de 3,03% para o PIB de 2022, contra a alta de 2021, de 5%.
O BC também informou a desaceleração do desempenho para 2023. De 3,03%, o próximo ano é indicado a fechar com um PIB de 0,78%.
Alta na Selic
Entre os fatores influentes do resultado, a alta na taxa básica de juros é apontada como a principal. Hoje, a Selic está em 13,75% ao ano, sendo o maior valor em seis anos.
Desta forma, o freio no IBC-Br é referente à alta na Selic, uma vez que é ela a precedente de todas as taxas de juros do país. Com a taxa alta, menor será o consumo da população brasileira.
Em paralelo, da mesma forma que a Selic afeta a atuação apresentada pelo IBC-Br, o medidor é também utilizado para auxiliar na definição da taxa. Ambos são ferramentas do Banco Central.
No entanto, o PIB não. A soma dos bens e serviços é realizada pelo IBGE, pode não ser equivalente ao resultado final da atividade econômica do Brasil, já que o instituto apenas divulga uma prévia dos resultados.