Fundo Soberano: o que é e como funciona
Conheça o fundo de investimento do governo federal
O fundo soberano, também chamado de fundo de riqueza soberana, é uma modalidade de fundo de investimento, caracterizado por sua administração do governo federal, ao invés de uma equipe de gestores especialistas.
Um instrumento valioso de utilização de reservas internacionais, os principais fundos são vistos na Noruega, China, Dubai e Singapura.
Fundo soberano: o que é
O fundo soberano é o fundo de investimento criado e administrado pelo governo federal, caracterizado por suas grandes diferenças com os demais fundos de investimento.
Em primeiro lugar, os fundos não são abertos para serem investidos, visto que eles não são negociados no mercado financeiro. Em segundo, vale destacar que como pertencente ao governo federal de cada país, eles são criados com uma finalidade específica, a fim de aplicar estratégias e financiamento pré-determinados.
E, portanto, também cabe ao governo determinar o tipo de gestão de risco, definindo o grau e abordagem conservadora ou arriscada.
O fundo em si é composto por reservas remanescentes, superávit comercial, outras reservas bancárias, vindas de recursos originados de privatizações e royalties de commodities. Já os recursos, em sua maioria, são investidos em ações de empresas do exterior, em títulos públicos e diferentes investimentos estrangeiros.
Os fundos, no entanto, não são os mesmos do Sovereign Wealth Funds, apesar de seu nome em inglês seja traduzido para fundo soberano.
Como os fundos soberanos funcionam
Entre os objetivos, os fundos soberanos podem servir como estratégia política, como reserva econômica, tanto para o futuro quanto para financiar programas de desenvolvimento econômico social da atualidade, financiar e assistir políticas monetárias e mais, tudo através de alocações de ativos. É em função de seus objetivos que eles são classificados.
Ganham destaque os seguintes fundos:
- Fundos de estabilização fiscal;
- Fundos para gerações futuras;
- Fundos de pensão;
- Fundos de reserva de investimento;
- Fundos soberanos de desenvolvimento estratégico;
- Fundos direcionados a setores específicos.
Vale ressaltar a diferença entre os fundos soberanos e as reservas internacionais, através de suas intenções divergentes. Uma vez que a reserva de recurso é utilizada para auxiliar no financiamento de um país durante períodos de crise econômica e, logo, fixar reservas futuras para o país, se trata de um fundo soberano.
Já as reservas internacionais apresentam somente o objetivo de estabilidade cambial.
Fundo Soberano do Brasil
A modalidade no Brasil veio em dezembro de 2008, atrelado ao Ministério da Fazenda, durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com um investimento inicial de R$ 14,25 bilhões. Ele, contudo, foi zerado em dezembro de 2018, sob o governo do presidente Michel Temer.
O Fundo Soberano do Brasil (FSB) expressava fornecer recursos financeiros para o governo em momentos de crises econômicas, contudo, ele foi utilizado para outros fins, como a quitação de dívidas públicas, o que ocasionou o esgotamento do fundo.
Fundo Soberano da Noruega
Já na Noruega, onde se encontra o principal fundo soberano do mundo, o Norway Government Pension Fund Global que vale mais de 13 trilhões de coroas norueguesas (6,76 trilhões), esta modalidade de fundo de investimento foi criada em 1996 no país, após o descobrimento de uma das maiores reservas de petróleo do mundo em 1969.
O fundo foi criado em função de promover proteção contra a volatilidade dos valores de barril de petróleo, além de servir como reserva financeira para as futuras gerações. Desta forma, metade do fundo soberano da Noruega foi composto por ativos visando poupar e investir em ativos relativos à extração de gás e petróleo.
Enquanto a outra metade era referente à ações, imóveis, ativos de renda fixa e infraestrutura de energia renovável.
Hoje, o Norway Government Pension Fund Global, o nome formal do Fundo de Petróleo, atua em mais de 9 mil empresas, em 70 países, em quatro setores de investimento. Administrado pelo Banco Central da Noruega, ele detém 1,5% de todas as ações listadas em bolsas de valores do mundo.
Seu grande objetivo é suprir as despesas dos futuros governos quando as reservas de petróleo se esgotarem, assim como os recursos providos dos barris.