Saiba o que é, e como funciona o jogo de soma zero dentro da bolsa de valores – ESTOA

Saiba o que é, e como funciona o jogo de soma zero dentro da bolsa de valores

O jogo de soma zero é visto nos mercados futuros por meio do ajuste diário


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O jogo de soma zero ocorre quando o ganho obtido por um participante é equivalente à perda sofrida pelo outro participante, de maneira em que o resultado final é sempre o mesmo. Dessa forma, cada participante maximiza o seu resultado às custas do outro.

No mercado financeiro, o jogo de soma zero é visto nos mercados futuros, por meio do ajuste diário: cada variação de preço gera um débito na conta do lado perdedor, cujo valor equivalente é depositado na conta do lado ganhador de uma ou mais posições.

No entanto, o mesmo não pode ser dito sobre o mercado de ações, visto que os agentes se posicionam em função de suas expectativas e estratégias de risco, gerando resultados não simétricos entre eles.

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Equilíbrio de Nash e jogo de soma zero

Outro conceito presente na teoria dos jogos é chamado de “Equilíbrio de Nash”, esse conceito é uma forma de se resolver um jogo de soma zero e então obter um resultado positivo em qualquer jogo que envolve essas características. 

Esse método foi desenvolvido pelo matemático John Nash, em 1951, com base no seguinte questionamento: teriam os participantes incentivos suficientes para cooperar ou cada um sempre decidiria por um caminho próprio cujo resultado final pode ser pior? 

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Isso foi um divisor de águas na época pois refuta o que era pregado pelo economista Adam Smith: havendo competição, o espírito empreendedor individual beneficiaria a coletividade de um modo geral.

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Ao estudar como resultados ótimos foram obtidos, Nash defendia que as decisões individuais deveriam tanto beneficiar o indivíduo como todo o grupo, de forma que todos cooperassem. 

Isso é evidenciado no famoso caso do dilema do prisioneiro onde:

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Dois suspeitos (A e B) são levados a uma delegacia e colocados em salas individuais:

Se ambos permanecessem calados, cada um cumpriria pena de 1 ano;

Se ambos se acusassem, cada um cumpriria pena de 3 anos;

Se A incriminasse B e B permanecesse calado, A seria libertado e B cumpriria pena de 6 anos.

Diante dessas alternativas, fica evidente que, apesar de cada um querer sair da cadeia o mais rápido possível, nenhum deles deveria tomar a decisão que lhe seria mais racional (incriminar o outro).

Verifica-se então como uma decisão individual afeta o resultado final que, sem os devidos incentivos para a cooperação, pode levar a um cenário pior do que a situação inicial, por mais racional que essa decisão seja.

Saiba qual o papel deste método no caso de day-trade/Foto: Reprodução

Day-trade e afins

No caso de alguém que decida comprar ou vender uma ação para lucrar rapidamente, a dinâmica é completamente diferente. 

Em prazos curtos, não há o pagamento e reinvestimento de dividendos, desta forma, o grande objetivo é comprar para vender com lucro, ou vender para recomprar o lucro.

O importante não é o nível de preço e sim a volatilidade. A geração de caixa do negócio é irrelevante, o que importa é o fluxo no papel.


Alguém que faz day-trade na ponta compradora, espera que ao longo do dia, a demanda supere a oferta, e o fluxo de negociação de determinado papel seja positivo, valorizando esta ação.

A lógica reversa se aplica no caso de alguém que opere na ponta vendedora.

Aqui está a dificuldade, pois, quanto menor for este prazo da operação (em um extremo o day-trade), logicamente menor será esta variação no valor de mercado de uma empresa.

Portanto, a situação fica cada vez mais parecida com a de um jogo competitivo, onde um único bolo de recursos (o valor de mercado) tem de ser dividido entre os participantes.

Portanto a bolsa pode ser um cassino e até mesmo um jogo de soma zero, mas somente para quem desejar atuar desta forma.